segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

RPensando o ano que vai chegar...

Por Maíra Masiero

O ano de 2013 se encerra e o campo da comunicação, como sempre, auxilia no desenvolvimento de ações, projetos e tecnologias (pequenas ou grandes, para o cotidiano ou eventos especiais) que caracterizaram muitos dos 365 dias do ano em todo o mundo. E, por mais um ano, o RPitacos esteve por dentro de tudo e repercutindo os aspectos mais importantes, sob a ótica da comunicação.

É sempre bom relembrar que esse singelo blog RPitacos surgiu em 04 de junho de 2010 - portanto, há três anos e meio -, como um projeto de exercício de leitura, de escrita e, principalmente, do descondicionamento do olhar em relação a cada acontecimento ou contexto existente no mundo. Mas o trabalho foi além do planejado: elogios, postagens e críticas começaram a surgir com mais frequência, assim como muitos amigos contribuíram para que o RPitacos crescesse a cada novo post.

O que cresceu também nesse ano, no que diz respeito à comunicação, foi a importância das redes sociais nos aspectos positivos (ações de solidariedade e de luta pelos direitos dos brasileiros, como se viu em Santa Maria - o caso da boate Kiss - e em todo o Brasil, pelas manifestações ocorridas em junho) e negativos (marcação de combates entre torcidas organizadas e de arrastões juvenis em shoppings).

Mas 2013 também foi um ano em que as "pegadinhas" saíram dos programas de auditório e passaram para os portais da Internet, como se fossem verdadeiras. Desde o falso aplicativo Tubby até o enterro do carro de Chiquinho Scarpa - para mobilizar o público à doação de órgãos -, a plantação de notícias gerou frutos acima do esperado. Diz um ditado que uma mentira vira verdade quando ela é contada várias vezes; no mundo digital, o "contar" vira "compartilhar" e o efeito é mais imediato.

Seriam tantos assuntos a serem acrescentados numa retrospectiva comunicacional; porém, esse não é o foco de hoje. Como este é o último dia totalmente útil do ano (já que amanhã, dia 31, muitos já estarão viajando ou acabam seus expedientes mais cedo), é interessante parar e pensar (ou RPensar) o que fazer para ter um 2014 melhor, seja pessoal ou profissionalmente, e para distribuir um ano diferente para todos aqueles que estão em volta de cada um.

Para representar o que deveria ser desejado por todos, a seguir, está uma propaganda feita para angariar doações para uma entidade do Reino Unido. Essa produção alerta para um cenário importante: existem pessoas necessitadas de ajuda o ano inteiro, e não somente na época de final de ano, em que o espírito altruísta está mais presente (seja pelo lado pessoal, organizacional ou para se realizar uma jogada de marketing).



Que o ano de 2014 traga boas notícias e maiores oportunidades ao ramo da Comunicação, e que todas essas ações sejam pautadas pela ética, criatividade e pelo objetivo primaz dessa área: tornar comum algo para o maior número de pessoas possível. E esse humilde blog quer completar, a cada dia do ano que virá, essa missão tão simples e complexa.

Feliz Ano Novo!

RPitacos - Desde 2010 RPensando o mundo!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Mensagem de Natal do RPitacos

Por Manoel Marcondes Neto

Em 2013, o meu melhor presente foi a realização de um sonho acalentado há muitos anos, o de criação de uma sociedade com pessoas de que gosto - e que admiro - para criar, junto e misturado, aquilo que os 'slogans' atuais chamam, à exaustão, de "inovação" - embora "andar para a frente e para o alto" seja o que move as pessoas de bem - e do bem - desde sempre, muito antes de inventarmos... 'slogans'... Que o Observatório da Comunicação Institucional - OCI - seja motivo de muitas alegrias profissionais e pessoais em 2014 - ano "100", no Brasil, de nossa - bela e querida - escolha de formação: as Relações Públicas! Boas Festas e até o Ano Novo!


P.s.: O RPitacos aproveita a deixa e também deseja aos seus leitores um Feliz Natal, com muita paz, saúde e alegrias! Mas o blog não entra de férias não, sempre haverá postagens novas ainda durante essa semana e em todo o ano de 2014!

Maíra Masiero
Editora do Blog

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Propaganda Institucional à serviço da empresa

Por Ewerton Luis Faverzani Figueiredo*

Propaganda Institucional é comumente definida como a propaganda de reforço da imagem das empresas ou instituições. É utilizada largamente como forma de controle da opinião pública dentro dos governos, religiões e demais instituições públicas e privadas. Cada vez mais se assume a necessidade de apresentar uma imagem favorável, na sociedade que nos cerca, acerca das organizações que nos representam.

As igrejas evangélicas, por exemplo, fizeram da propaganda doutrinária, que é uma subdivisão da propaganda institucional, a base de seu crescimento no país e no mundo. As outras religiões e entidades utilizaram dos mesmos métodos tentando fazer de suas “marcas” serem as mais lembradas por seus consumidores. Esta tentativa de fidelização faz com que os investimentos em propaganda institucional tenham um crescimento de grande importância no mercado atual.

A grande oferta de produtos e a preocupação dos consumidores em buscar qualidade e preços baixos causam uma disputa de mercado que se assemelha a uma batalha por oferta e procura constante e latente. As empresas não querem perder seus clientes e estes procuram bem estar acima de tudo nos produtos que desejam adquirir para o consumo. Assim, quem lhes oferecer tais benefícios, terá sua fidelidade momentânea, de certa forma, até que outra empresa atinja os critérios deste cliente, que ofusque a criatividade obsoleta da concorrente que terá que criar novos meios para atrair novamente este cliente, de forma que este consuma o seu produto novamente. 

Portanto, as empresas entendem que o cliente é o centro de todo o processo, que este se encontra cada vez mais exigente e informado sobre todas as novidades do momento. E é para que o consumidor deixe de procurar que se criam estratégias para atrai-lo e mantê-lo por perto pelo máximo tempo possível. É melhor comprar de lojas que ofereçam brindes, agrados, amostras grátis, experimentando produtos e percebendo as qualidades dos mesmos para que sua aquisição seja completa e as vendas atinjam o objetivo colimado que é a fidelização e o lucro. 

Qualquer diferencial é importante para fazer o cliente se sentir especial e, assim, vai, aos poucos, sendo conquistado e sendo levado a frequentar o estabelecimento comercial mais e mais vezes, consumindo ou mesmo apenas cumprimentando o “amigo vendedor”, que necessita estar sempre disponível e simpático, já que lida com o público e o cliente é o seu maior bem e meio de sobrevivência (sustento); por isso, precisa ter toda a atenção necessária a esta pessoa para que faça parte do ambiente da loja e dos produtos. Anotar os principais dados do cliente como data de aniversário, telefone e e-mail são fundamentais para manter o cliente fidelizado ao vendedor assim como seus produtos preferidos para ligar no dia de seu aniversário ou mesmo avisar quando determinado produto de sua preferência chegou na loja e as condições (facilidades) de compra.

Se a empresa, além de oferecer brindes aos consumidores estiver ligada a alguma instituição filantrópica ou desenvolvendo atividade de responsabilidade social junto a comunidade de seu entorno poderá ter sua imagem projetada de forma mais agradável e positiva na mente do consumidor fiel e potencial porque cria um sentimento de cuidado com as pessoas que necessitam de solidariedade e ajuda e isso faz a diferença para qualquer instituição globalizada. Conquistar o coração do cliente significa um significativo aumento nas vendas finais de seus produtos e retorno para investimentos e ampliações de seus negócios. 

De certa forma, todos saem ganhando porque a empresa apresenta rendimentos como qualquer organização comercial competitiva, a comunidade ganha em benefícios proporcionados pela instituição que a adotou como responsável pelo seu bem-estar e o consumidor de seus produtos terá a consciência de que comprando seus bens estará ajudando pessoas carentes a terem uma vida com mais qualidade.

No caso da política, da religião, das causas, crenças, corporações, grupos, marcas e entidades a propaganda institucional age praticamente desenvolvendo estratégias similares por meios, formas e mecanismos diferentes, mas com fins específicos. Pode-se afirmar que pelo menos um terço de toda a propaganda veiculada entre os veículos de comunicação é institucional e isso mostra que cada vez mais existe a preocupação com a projeção de uma imagem corporativa forte e ascendente perante a opinião pública. Este tipo de apelo tenta influir sobre o comportamento das pessoas através da criação, mudança ou mesmo reforço das atitudes mentais dos consumidores ativos e potenciais. De acordo com estas definições entende-se que a propaganda institucional não tem a intenção direta de vender, mas de criar uma ideologia em torno de uma marca, um produto e toda a empresa junto a seus funcionários que a torna única entre suas concorrentes. Portanto, ela predispõe à compra ou à aceitação de uma ideia, ou seja, induz, não oferecendo o produto diretamente.

O termo propaganda aplica-se à divulgação de mensagens em veículos de comunicação de massa com assinatura ou identificação do patrocinador. Dessa forma, a propaganda institucional consiste na divulgação de mensagens pagas e assinadas pelo patrocinador em veículos de comunicação de massa com o objetivo de criar, mudar ou reforçar atitudes mentais tornando-as favoráveis à instituição patrocinadora.

A propaganda institucional (PI) diferencia-se da propaganda de marketing por ser mais seletiva e dirigida às pessoas com preocupações e expectativas que vão além do plano imediato. No que se refere ao conteúdo, a propaganda institucional deve ser mais informativa, pois seu público é mais exigente.

Quando bem utilizada, ela (PI) é um fator valioso de correção ou reforço de uma imagem pela alavancagem que proporciona. Mas a imagem é criada ou influenciada por outros fatores de igual ou maior peso e depende de como somos percebidos pelo mercado e pelo ambiente em que operamos. Empresas com objetivos estratégicos bem definidos que trabalham com a sociedade e que mostram que têm consciência pública são normalmente benquistas pela população que a cerca.

De acordo com pesquisas recentes pode-se afirmar que a imagem das empresas privadas é mais bem trabalhada do que a maioria das estatais, isto acontece porque a qualidade gerencial daquelas empresas se reflete diretamente na sua imagem e isto requer altos investimentos corporativos ao que só as mesmas requerem. O público não se deixa enganar e expressa sua opinião com um conhecimento de causa surpreendente já que o uso constante das redes sociais de comunicação é uma realidade presente no trabalho de análise de redes realizado pelas organizações mais preocupadas em manter uma imagem forte e positiva no mercado.

Por conseguinte, para que uma empresa possa ter uma boa imagem pública ela deve ser privada, ofertar produtos e serviços altamente competitivos e ter um controle de gestão empresarial constante e de qualidade internacional.

Assim, o que praticamente todas as empresas desejam senão todas é serem lembradas pelas pessoas. O reconhecimento público é o principal objetivo de quem está no mercado. Todas as organizações desejam que não só sua marca esteja na mente das pessoas, mas que ela reflita a melhor opção de compra. Existe uma qualidade muito intensa e opções no mercado e estar em primeiro lugar na lembrança dos consumidores reflete benefícios imediatos seja para a marca ou instituição.

A propaganda é em sua essência um instrumento de persuasão. E só nos deixamos manipular por alguém em quem acreditamos. Por isso, a propaganda não deve ser apenas verdadeira, ela deve ser também verossímil. O impacto causado pela propaganda é impossível de se obter por outros meios. Naturalmente podem-se atingir milhares de consumidores através de uma mala direta. Mas se você quer causar comoção e valorizar a mensagem.

*Ewerton Luis Faverzani Figueiredo é formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atua como profissional da área na Universidade Federal do Acre (UFAC). Conrerp RS/SC Nº 3270. E-mail: ewerton.rp@gmail.com

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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Linguagem e intertextualidade - A 39ª rodada do Campeonato Brasileiro no STJD

Por Maíra Masiero

Talvez não seja novidade o fato de nenhum texto ser completamente "puro", inédito, mas que sempre tem alguma influência vinda de outros textos e tipos de discurso, e isso causa um fenômeno bem conhecido na parte linguística como intertextualidade. Mas o que isso significa? O autor Anselmo Peres Alós, no artigo Texto literário, texto cultural, intertextualidade (2006, p. 14), expõe um dos conceitos do que se chama de intertextualidade:

"(...) a intertextualidade fica sendo definida, de acordo com as reflexões de Kristeva, como o processo de interação e intercâmbio semiótico de um texto primeiro com outro texto, ou outros textos, particularmente com o texto cultural, o texto histórico e o texto social, (na medida em que os três se interseccionam sem, no entanto, serem redutíveis um ao(s) outro(s))."

Um exemplo de intertextualidade entre dois discursos é quando acontece um fato de grande repercussão, acarretando, quase que instantaneamente, numa infinidade de frases criativas e de conteúdos repletos de referências entre o caso em questão com outros tipos - antigos e novos - de discursos.

Para contextualizar essas questões, um dos assuntos mais falados na última semana foi a 39ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. Não é um erro de cálculo de rodadas, mas esta foi realizada num campo bem diferente, sem grama e com mais juízes e auditores: o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Na última segunda-feira, foram julgados casos de escalação de jogadores irregulares, cometidos durante a 38ª rodada da competição (a última no campo de jogo). A Portuguesa e o Flamengo perderam 4 pontos cada, pagarão multa de R$ 1.000,00, e o time paulista irá disputar a Série B do campeonato, no lugar do Fluminense.



Se o resultado do julgamento foi ou não correto, não é o foco neste momento. O que se pode observar é a ativação imediata (e, algumas vezes, inconsciente) de recursos de intertextualidade já no decorrer do julgamento, comparando a sessão a um jogo de futebol, como nos exemplos abaixo:

"@henriquewicz - Bomba! Advogado do Fluminense acaba de ser eleito o craque do Brasileirão.
@matsbarbosa Brasileirão teve a 39ª rodada mas só quem jogou foi o Fluminense ganhou e permaneceu na SA.
@gui_pinheiro Delegação do Fluminense no momento faz o reconhecimento do TAPETE do tribunal.
@lais56 39° do Brasileirão: Fluminense 5 x 0 Portuguesa *Na 39ª rodada a vitória vale 4 pontos."

Outros fatores também foram relacionados, nas mídias sociais, com o discurso e o conceito do julgamento do STJD, como a eliminação do candidato Dom Paulinho Lima no programa The Voice Brasil, fator destacado pelo crítico de televisão Maurício Stycer em sua conta no Twitter. Após a postagem, o cantor respondeu simpaticamente a declaração, também se utilizando de intertextualidade, misturando os campos jurídico, esportivo e musical: "@mauriciostycer valeu pelo carinho meu velho!! Mas não é caso pra isso não, perdi "em campo" e o @TocaLulu é sério e tem que ser respeitado."

Para encerrar este post e provar que a intertextualidade não é fixa num fragmento de tempo ou espaço, foi produzido um vídeo com base nos "10 mandamentos do rei do camarote", reportagem publicada na revista Veja SP (que já foi discutido neste blog e que já é também uma intertextualidade com os 10 Mandamentos descritos nas Sagradas Escrituras), nomeando o Fluminense como "rei do tapetão", por conta do histórico de vários processos no STJD para reverter resultados obtidos dentro das quatro linhas do estádio.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Marketing esportivo e visão de oportunidade - A semana histórica da Ponte Preta

Por Maíra Masiero

Falar de marketing esportivo nos dias atuais é mais do que apenas pensar nas vendas de produtos relacionados à prática esportiva, nas marcas que vão patrocinar um time (ou evento) numa competição e no gerenciamento dos prêmios em dinheiro: o pensamento se expandiu para uma mercantilização dos eventos, jogadores e clubes, balanceando a busca de recursos financeiros com políticas de relacionamento e engajamento entre torcedores e agremiações, principalmente nas mídias sociais, como mostra Fabio Augusto Kadow, na tese Marketing Esportivo 2.0: o relacionamento entre fãs, ídolos, clubes e marcas nas redes sociais (2011, p. 14):

"O fortalecimento desse relacionamento implica agora criar um mundo próprio com essas ferramentas que não existiam, estamos no ciberespaço. A inovação tecnológica potencializa a experiência, simuladores e jogos esportivos estão (e sempre estiveram) entre os preferidos no mundo todo, justamente por levar a uma condição de ídolo, o espelho do superatleta. É possível fazer parte do jogo, e não apenas ser um espectador. Ocorre, como já registrado, a quebra das barreiras do tempo e espaço. 
Com o advento das mídias sociais, agora, os fãs, que antigamente lutavam por uma simples foto, podem até falar com os personagens dos jogos, saber mais da vida pessoal dos ídolos, ou o que ocorre nos bastidores do time do coração. E com tal exposição, todos os integrantes, dos atletas aos donos dos clubes, estão sendo vigiados e devem se preocupar principalmente com atitudes e comportamentos. O que acontece fora das quatro linhas dos campos, dos espaços em que são disputadas as mais diferentes modalidades, acaba ganhando tanto peso quanto o resultado obtido pelos atletas nas competições."

Além desses fatores, a construção de uma imagem mais sólida de um clube ou jogador pode ser alavancada pelas mídias sociais (e também nas plataformas off-line) por meio de uma visão de oportunidade, que poderia ter sido, ou não, planejada.

É o caso da Ponte Preta, time de futebol de Campinas/SP que sempre se destacava no Campeonato Paulista, porém não conseguia grandes resultados a nível nacional e internacional, até que, em 2012, conseguiu se classificar para a Copa Sul Americana do ano seguinte (a primeira competição internacional oficial do time), graças ao 14º lugar conquistado no Campeonato Brasileiro, e isso já era motivo de alegria para os torcedores e para o time, pois haveria uma exposição um pouco maior na mídia e vários patrocinadores poderiam surgir.

A partir do momento em que o time foi avançando na competição, o que era considerado impossível passou a se tornar real: em seu primeiro torneio oficial no exterior, o time campineiro estaria perto de conquistar o seu primeiro título em 113 anos de história, superando adversários tradicionalmente superiores, como o brasileiro São Paulo e o argentino Vélez Sarsfield, ambos já campeões da Copa Libertadores.

Com isso, volta-se o olhar para como o time irá se aproveitar destes resultados inéditos (e, até alguns meses atrás, impossíveis) e de sua repercussão nacional e internacional para alavancar a sua imagem perante o público e fidelizar os seus torcedores.

Um dos grandes pilares para isso é a ativação das mídias sociais: por exemplo, a fanpage oficial da Ponte Preta no Facebook já ultrapassou a marca de 71 mil curtidas, um número expressivo para um time interiorano. A página contém um espaço destinado a promoções e faz a descrição real time dos jogos do time, além de destacar as principais notícias referentes ao clube, tanto advindas de sites externos, quanto postagens exclusivas da página, como um vídeo de incentivo de Diogo Silva, atleta olímpico do taekwondo e medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2007 no Rio de Janeiro, aos atletas para a final da Copa Sul Americana.

Já o canal oficial da Ponte no Youtube possui mais de 550 vídeos, que mostram bastidores do time, melhores momentos dos jogos, boletins semanais de notícias, depoimentos de torcedores (quadro Planeta Macacada) e de funcionários do clube (Raio X Pontepretano), além de alguns vídeos referentes a outros esportes incentivados pela Ponte e de teasers abordando os jogos que acontecerão, como o vídeo a seguir, que exalta a segunda partida da final da Copa Sul Americana contra o Lanús, na Argentina, no dia 11 de dezembro.



Mesmo não conseguindo o título da competição, a Ponte Preta conseguiu alavancar sua imagem em nível nacional e internacional e só o tempo dirá se este fôlego irá perdurar durante o ano de 2014, mesmo com o time rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nota sobre o "site" Doutrina RP

Por Manoel Marcondes Neto



Toda profissão regulamentada fundamenta-se em uma Doutrina, cujo primeiro ato formal é a própria Lei de criação da profissão, e o segundo, a criação do Sistema de Conselhos Profissionais organizado em Regiões, pelo país todo. As relações públicas foram estabelecidas no Brasil em 1914, na Light. A primeira empresa brasileira a criar um serviço foi a CSN, em 1951. O primeiro curso, de especialização, deu-se na Fundação Getulio Vargas, em 1953. Em 1954 foi criada a Associação Brasileira de Relações Públicas - germe do futuro Sistema Conferp-Conrerp, de 1969. A profissão foi criada pela Lei 5.377, de 1967, mesmo ano da criação do primeiro curso de bacharelado, na USP.

Para mais informações, acesse:

http://wwwrrpp.wix.com/doutrina-rp

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A Metamorfose das Relações Públicas

Por Ewerton Luis Faverzani Figueiredo*

Percebe-se que a área de Relações Públicas, atualmente, vem sofrendo significativas transformações no desempenho de suas atividades no mundo do trabalho. Isto se justifica pela crescente demanda que as empresas creditam aos profissionais, dotando-os de maior autonomia junto a cargos diretivos para a tomada de decisões com o grupo que dirige a organização.

Este fator torna-se importante para, de certa forma, distanciar a profissão de Relações Públicas da área que a originou - o jornalismo - o qual a adaptou a uma série de disciplinas acadêmicas que hoje não condizem com a exigência que o mercado procura no profissional de relações-públicas, para trabalhar as estratégias de comunicação organizacional integrada em uma instituição de nome internacional.

Assim, as Relações Públicas, denominada no passado como uma das habilitações da Comunicação Social nos cursos de formação superior, em universidades públicas e privadas brasileiras (e até estrangeiras), deixa a desejar quanto a matérias que, antes, pareciam fundamentais para sua base de estudos e práticas de aplicações no campo profissional, de pesquisa e extensão.

A Procura de Respostas para Uma Nova Forma de Atuação Acadêmica e Profissional

O que se procura aqui é encontrar um meio termo para o significado do que a demanda de hoje procura, exatamente, que o relações-públicas faça como diferencial competitivo para somar pontos comerciais de produtividade para uma empresa, e não o fato de apenas criar imagem positiva e boa vontade perante a opinião pública.

Nesse sentido, sai o profissional da comunicação e entra o profissional administrativo, corporativo, preocupado em criar estratégias viáveis para a geração de renda e a partir dela, a melhor forma de aplicá-la para ampliar os negócios e criar network permanente entre empresa X cliente.

Nesse jogo, está envolvido não só o processo de comunicação, que aqui fica com aspecto de coadjuvante, mas, processos ainda maiores e mais importantes para a profissão de Relações Públicas, como as várias modalidades de marketing. Entre eles, estão: o digital e o marketing mix, a memória institucional através de estratégias de comunicação de marketing, o uso das redes sociais de comunicação, a realidade virtual aumentada a partir de estratégias de ações de marketing para palmtops, iphones e smartphones e etc.

Trabalhar a comunicação administrativa, utilizar conteúdos corporativos, infográficos e dados econômicos e estatísticos para projetar planos de Relações Públicas e diagnosticar problemas a serem resolvidos na organização são uma das tarefas do profissional de hoje, antenado ao que acontece a todo o momento. 

Ter amplo conhecimento de idiomas, Geografia, Estatística, Administração e suas teorias, assim como Relações Humanas e Direito do Consumidor, são uma das exigências que a profissão está pedindo. As práticas de Relações Públicas Internacionais torna-se outro fator imprescindível à profissão, que é tão pouco comentado entre os profissionais e que exige maior atenção.

No que se percebe, a profissão está cada vez ficando mais distante da área de Comunicação Social e tende a se aproximar de áreas como Administração, Marketing, Economia, Estatística, e conteúdos transdisciplinares como Geografia, Memória, Informática, línguas estrangeiras e etc.

A grande interrogação que se deixa aqui é saber: como a área se adaptará a este novo rumo que está se direcionando, já que mudanças internas, externas e exigências mercadológicas permitem que a profissão modifique e se adapte ao novo momento que sofre esta transformação - ou diria metamorfose?

*Ewerton Luis Faverzani Figueiredo é formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e atua como profissional da área na Universidade Federal do Acre (UFAC). Conrerp RS/SC Nº 3270. E-mail: ewerton.rp@gmail.com

E você, quer escrever também um post para o RPitacos? Faça como o Ewerton: se você tem um texto interessante, uma reflexão, provocação ou análise de algo pertinente à comunicação, é só mandar para o e-mail do blog
É importante ressaltar que os textos passarão por uma avaliação dos membros do blog, antes de serem ou não aprovados, e serão publicados de acordo com a periodicidade do RPitacos.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

RPrestigiando - Alunos da FAAT realizam maior evento de Relações Públicas da região

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido da Comissão Organizadora do 8º Encontro de Conhecimento de Relações Públicas (FAAT Faculdades), divulgamos mais um release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Nos dias 29 e 30 de novembro, a Agência Experimental de Relações Públicas da FAAT Faculdades – InovaRP – recebeu no Campus D. Pedro, estudantes e profissionais renomados da área da Comunicação para tratar do potencial estratégico da profissão de Relações Públicas.

O Encontro, realizado anualmente pelos alunos do curso de Relações Públicas da FAAT, contou, em sua 8ª edição, com a presença da Relações Públicas Maura Padula para a abertura do evento, em 29 de novembro. As Oficinas foram ministradas no sábado, 30 de novembro, pelos profissionais: Carolina Terra; Maria Aparecida Ferrari; Marcos Tonin; Kalil Blanco e Elaine Lina de Oliveira.

O Encorp – Encontro de Conhecimento de Relações Públicas – é um evento realizado desde 2006, com objetivo de promover a profissão entre acadêmicos e empresários da região, ampliar a visão e aproximar os estudantes de profissionais de destaque, além de contribuir para a discussão de temas atuais e fundamentais sobre o mercado da comunicação.

Para a Coordenadora do curso, Leni Pontinha: “O Encorp traz para os alunos o que existe de novo na área para que ele vá ampliando e agregando o seu conhecimento sobre a atuação do profissional, além de oportunizar o relacionamento deles com ícones da nossa área profissional e acadêmica.” Ainda segundo a Coordenadora, o evento é de grande importância também para os empresários, já que é a oportunidade de conhecerem uma área imprescindível para a comunicação de uma empresa com seus públicos de interesse.

Segundo a Orientadora da 8ª edição, Juliana Araújo: “A oportunidade de realizar na prática o que se aprende em sala de aula com certeza representa um grande diferencial no desenvolvimento profissional dos universitários”. A Professora conta que os alunos passaram por todas as etapas de mercado para o desenvolvimento de um evento, desde a escolha do tema, convite dos palestrantes, criação e divulgação da identidade visual, até a busca por patrocínios e realização do Encontro.

Para Fábio Pereira, um dos integrantes do grupo organizador do evento: “O Encorp é um evento muito tradicional na região, a responsabilidade de organizá-lo é tão grande quanto a dimensão do evento em si.” O aluno relata ainda a experiência de atuar como mestre de cerimônia na abertura do Encontro: “É a segunda vez que tenho a oportunidade de compor a equipe organizadora e também pela segunda vez tenho a honra ser o mestre de cerimônia. Sinto-me realizado e privilegiado por ter trabalhar ao lado dos mais promissores profissionais de comunicação de nossa região. É uma experiência muito valorosa.”

As fotos e destaques do evento podem ser vistas na fan page do Encorp.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Um novo tempo...

Por Manoel Marcondes Neto

As novas diretrizes curriculares nacionais para a graduação em Relações Públicas, expedidas pelo MEC em setembro último, encerraram o ciclo da "Comunicação Social" iniciado na ditadura.

Para controlar as mentes, Radialismo, Jornalismo, Cinema, Propaganda, Editoração, Biblioteconomia e Relações Públicas foram aprisionadas como "habilitações" sob um mesmo "guarda-chuva".

Ao invés de "irmãs", as áreas - sempre separadas, divorciadas desde os bancos escolares - enfraqueceram um setor estratégico e inibiram o pensamento crítico, a livre iniciativa e o próprio exercício da democracia e do direito à informação e livre expressão.

A partir de agora, cada área é dona de seu próprio destino e acredito que os futuros cursos de Relações Públicas nascerão no âmbito das escolas de Negócios - de onde nunca deveriam ter sido extraídos.

No início, antes da violência, nossos títulos de autores fundamentais - como Bertrand Canfield e Whitacker Penteado, pai - foram publicados pela "Biblioteca Pioneira de Administração e Negócios" e o parecer fundador da área acadêmica recomendava a criação do bacharelado nas faculdades de Administração.

Estamos livres, agora, para voltar às origens, e deixar o segmento da comunicação, onde Relações Públicas nunca tiveram o destaque merecido, sendo sempre vampirizadas pela tosca simplificação do ensino de Jornalismo e de Propaganda no país [a colocação do termo “Publicidade e” junto a “Propaganda” foi uma desesperada tentativa de aniquilar o que originalmente era (e ainda é, no CNPQ, uma área híbrida; “Relações Públicas e Propaganda”)] - cursos técnicos formando consumidores perfeitos, e operadores adestrados para atuar na periferia das decisões que realmente interessam à economia, à sociedade e à cidadania, tanto individual como empresarial.

Os cursos atuais - aparentemente - não têm alternativa se as anacrônicas escolas de comunicação "social" mantiverem-se estáticas. E, com as novas DCNs - em 2 anos - os cursos das IES particulares tendem a desaparecer (em virtude das infindáveis 3.200 horas "cheias" que se estabeleceu no escurinho de Brasília). Sobrarão os cursos das IES públicas e confessionais, essas últimas talvez, por não terem muita saída a não ser adaptarem-se, sempre, "ao que o 'seu' MEC mandar".

Quem viver verá.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Linguagem e discurso em prol da conscientização - Relação crianças x câncer

Por Maíra Masiero

Não são novidade as ideias de que todo discurso precisa ter uma intenção e um público-alvo, e que este precisa ser atingido com uma linguagem adequada para cada situação. Quando as crianças, por exemplo, são o foco da mensagem, o discurso precisa ser diferenciado e, em muitos casos, a linguagem e o discurso podem ser voltados para o universo infantil, como mostra Tiago Eloy Zaidan no artigo As crianças como prospects: A comunicação mercadológica voltada para o segmento infanto-juvenil (2010, p. 3):

"Para funcionarem as mensagens devem incorporar a realidade da criança. O profissional que produzir os materiais deve buscar enxergar tudo o que fizer sob a ótica de um jovem garoto. Mesmo que a princípio o roteiro no material fuja da realidade. É necessário que a história seja plausível para a criança, e não para a realidade adulta. O que faz sentido para uma criança de até 10 anos não segue exatamente o mesmo raciocínio traçado por um indivíduo maduro."

Para se ter uma dimensão de como uma linguagem e um discurso apropriados podem contribuir para uma maior eficácia na comunicação, principalmente com as crianças, no último dia 23 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, instituído pela Lei nº 11.650, em 2008 e, segundo o texto da lei, os objetivos da fixação desta data são:

"I - estimular ações educativas e preventivas relacionadas ao câncer infantil;
II – promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer;
III – apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das crianças com câncer;
IV – difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer infantil;
V – apoiar as crianças com câncer e seus familiares."


Visto este texto, a responsabilidade dos comunicólogos está em como trazer à público um assunto tão delicado como o câncer, que mata milhares de brasileiros todos os anos, de forma estratégica, sutil e que levasse as pessoas à conscientização, e este trabalho se agrava ainda mais quando as crianças estão inseridas nesta triste realidade.

O GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) lançou, neste ano de 2013, uma campanha nas redes sociais, em que vários personagens de desenhos animados ficaram carecas para lembrar que a criança com câncer também pode curtir a infância de forma divertida. No site Carequinhas, as pessoas podem trocar sua foto nas redes sociais por um personagem sem cabelos, além de assistir a diversos vídeos, como o da Turma da Mônica, que está inserido a seguir.



Se, no exemplo do GRAACC, vê-se o cuidado com a linguagem na esfera midiática, também são necessárias ações específicas para a comunicação dentro dos hospitais, entre a criança, os seus parentes e a equipe médica. Muitas vezes, o ambiente do hospital não ajuda a encorajar os pacientes a superar suas dificuldades, e é por isso que intervenções criativas podem não somente melhorar a imagem de um hospital, mas salvar vidas.

O Hospital A. C. Camargo, localizado em São Paulo e em Santo André, revestiu os recipientes para medicamentos utilizados durante a quimioterapia com cápsulas inspiradas nos uniformes de super-heróis como Batman, Mulher Maravilha e Lanterna Verde. Além disso, as salas foram decoradas com um contexto lúdico e foram feitos gibis e desenhos especialmente para este projeto, visando estimular os "pequenos heróis" a vencerem inimigos mais perigosos do que o Coringa e o Charada.


Com esses dois exemplos, pode-se entender que a adequação da linguagem em situações complexas como a de uma doença pode trazer muitos pontos positivos para as empresas e, principalmente, para os pacientes.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

RPrestigando - 8º ENCORP reúne profissionais renomados de Relações Públicas

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido da Comissão Organizadora do 8º Encontro de Conhecimento de Relações Públicas (FAAT Faculdades), divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Nos próximos dias 29 e 30, a Agência Experimental de Relações Públicas da FAAT Faculdades – InovaRP – recebe no Campus D. Pedro, estudantes e profissionais renomados da área da Comunicação para tratar do potencial estratégico da profissão de Relações Públicas.

Em sua 8ª edição, o Encontro conta com a presença da Relações Públicas Maura Padula para a abertura do evento, em 29 de novembro. As oficinas serão ministradas no sábado, 30 de novembro, pelos profissionais: Carolina Terra; Maria Aparecida Ferreira; Marcos Tonin; Kalil Blanco e Elaine Lina de Oliveira.

O Encorp – Encontro de Conhecimento de Relações Públicas – é um evento realizado anualmente pelos alunos do curso de Relações Públicas da FAAT Faculdades, com objetivo de promover a profissão entre acadêmicos e empresários da região, ampliar a visão e aproximar os estudantes de profissionais de destaque, além de contribuir para a discussão de temas atuais e fundamentais sobre o mercado da comunicação.

Para participar é necessário preencher o formulário de inscrição on-line, disponibilizado no link: http://goo.gl/dvqakZ.

Segue a programação completa do Encontro:

29/11/2013 (sexta-feira)

19h30min - Abertura do evento. [Auditório FAAT - Campus D. Pedro]
20h00min - Palestra Maura Padula | "O potencial estratégico das atividades de Relações Públicas."
21h30min - Comentários gerais e esclarecimento de dúvidas.
22h00min - Encerramento.

30/11/2013 (sábado)

08h00min - Credenciamento
08h30min - Oficinas [Bloco 01]
- "Gestão de relacionamento através dos canais digitais", por Carolina Terra.
- "Oficina: "As ferramentas adequadas para a excelência da comunicação interna", por Maria Aparecida Ferrari.
10h00min - Intervalo
10h30min - Oficinas [Bloco 02]
- "Segurança da informação e a reputação na internet", por Kalil Blanco e Elaine Lina.
- "Comunicação assertiva: como fidelizar e encantar os clientes", por Marcos Tonin.
12h00min - Encerramento

Para ficar por dentro dos destaques do Encontro e para entrar em contato com a equipe organizadora, acesse: http://facebook.com/encorp8 e/ou envie e-mail para: ecorp8@gmail.com.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Publicidade e quebra de estereótipos - O caso Ducati

Por Maíra Masiero

Quando se trata de publicidade, muitos tópicos são considerados padrão para que se entendam os mecanismos de criação. Um deles é o estereótipo, uma construção pré-determinada de algo ou alguém e divulgada como se fosse algo comum, e os tipos femininos possuem um destaque maior com a finalidade de incentivar as vendas, como mostra Karla Coelho Grillo na dissertação A figura feminina como argumento de venda na linguagem publicitária (2006, p. 26-27):

"A mídia tem um olhar coisificado e de natureza masculina sobre a mulher o que não permite que as mesmas sejam vistas como realmente o são nestes novos tempos. Por coisificado entenda-se embutido de estereótipos criados para o feminino. (MATOS apud GIL, 2005) A publicidade na mídia vive um período de erotização abusiva dos corpos, tanto masculinos como femininos, com o objetivo de tocar no subconsciente humano. (ALVES, 2003) O erótico é banalizado, tanto na produção de bens como na comercialização destes bens, pela publicidade que para vender tem usado a fascinação do homem pelo corpo de mulher. O “pecado” converte-se de valor positivo – no objeto de desejo e finalmente numa mercadoria.(SILVA, 1999).
(...)
Na exploração da imagem da mulher com o objetivo de sedução do publico masculino, a publicidade tem recorrido principalmente para a beleza física, sensualidade e liberação sexual, passando uma idéia que deturpa e desvaloriza a mulher (PINTO, 1997) Contrariamente ao que se poderia supor, quando a publicidade mostra uma figura de mulher de corpo perfeito, as mulheres não as rejeitam, mas sim procuram nestas algo de seu para que haja identificação com o modelo utilizado."

Fonte: EXAME.com
Com esse histórico, as propagandas que tentam inovar e desafiar esse "senso comum" ganham um significativo destaque. Na semana passada, uma peça publicitária teve, mesmo que sem querer, o objetivo de desmistificar este estereótipo do uso sexual das mulheres: uma concessionária americana, para promover o lançamento da moto Ducati 1199 Panigale, publicou fotos de uma mulher em poses sensuais ao lado do veículo. Tática comum, que sempre é alvo de críticas pelo excesso de sensualidade, e não foi diferente nesse momento.

O que foi criativo e inusitado foi a resposta dada pelo gerente geral da concessionária aos questionamentos: inverteu o posicionamento e colocou homens, com trajes parecidos aos da modelo, para fazer as mesmas poses dos anúncios anteriores, gerenciando uma crise de forma inovadora e inusitada e, ao mesmo tempo, quebrando um estereótipo típico destas propagandas, que é o uso do apelo sexual para incentivar os consumidores a adquirir certo produto.

Casos como esse, ao longo dos anos, se tornam mais frequentes, devido à necessidade de inovar as ações, a fim de ganhar notoriedade, divulgar a marca (ou a ideia) e alavancar as vendas (ou a repercussão de algo ou alguém). Mesmo assim, a "exploração" da imagem da mulher continua em foco pelas propagandas, visto o caso da Ducati, em que a primeira ideia do gerente foi usar o típico estereótipo da mulher sensual vendendo motos.

Por isso, as equipes de Comunicação precisam se atentar sobre isso, e ter mais sensibilidade ao tratar do universo feminino e dos arquétipos (elementos) que o circundam. Um dos exemplos mais claros sobre a sua positiva utilização foi a premiada campanha "Retratos da Real Beleza", feita pelo sabonete Dove e que provavelmente elevou a alto-estima de muitas mulheres, não as tratando como objeto, e sim como são: apenas e simplesmente mulheres.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

RPrestigiando - Comunicação Integrada é destaque em evento da Aberje

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Kelly Feltrin, da Retoque Comunicação, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Profissionais de comunicação de grandes empresas vão apresentar seus cases de sucesso

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) vai realizar o 4º Seminário Aberje de Comunicação Integrada, em São Paulo, nos próximos dias 26 e 27 de novembro. O objetivo do evento é incentivar o debate e a troca de experiências entre os participantes, refletindo sobre os projetos inovadores que foram implementados e geraram bons resultados para as organizações.

Os profissionais estarão distribuídos em sete painéis com os temas de Sustentabilidade, Gestão de Marca, Mídia Impressa, Comunicação Integrada, Comunicação Interna e Mídias Digitais e Sociais. Confira, a seguir, algumas das empresas participantes:

· Marcelo Coutinho, diretor de Inteligência de Mercado do Terra;
· Mônica Ferreira, gerente de Relacionamento com a Imprensa e Mídias Digitais da Vale;
· Chiara Bueno Martini, gerente de Mídias Digitais da Heineken Brasil.
· Claudia Bocciardi, diretora de Marketing Braskem.
· Luciana Coelho, gerente de Comunicação Corporativa do Grupo Pão de Açúcar;
· Silvio Uchima, gerente de Planejamento de Comunicação Interna da GM;
· Rozália Del Gaudio, gerente de Comunicação Corporativa da C&A Brasil;
· Jasmin Eymery, gerente de Desenvolvimento Sustentável da GE América Latina;
· Gabriela Onofre, diretora de Marketing e Comunicação da P&G Brasil;

Mais informações sobre o evento neste link.

Serviço:

Data: 26 e 27/11
Horário: 9h às 18h
Local: Av. Angélica, 1761 - 2º andar
Cidade: São Paulo
Contato: Bárbara Cury no telefone (11) 3662-3990 - Ramal 4 ou por e-mail: barbara@aberje.com.br
Inscrições: http://www.aberje.com.br/eventos/2013/comunicacaointegrada/inscricao.asp

Sobre a Aberje

Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são oadvocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Para mais informações, favor contatar:

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Até quando acreditar no que se lê? - O agregador caso do Rei do Camarote

Por Maíra Masiero

Com o advento da globalização e da popularização dos meios de comunicação, as informações são disseminadas de forma muito rápida e um erro nesta veiculação pode custar a perda da credibilidade das pessoas e empresas envolvidas, como mostram Rogério Christofoletti e Raffael Oliveira do Prado no artigo Erros nos jornais: aspecto ético e fator de comprometimento de qualidade técnica (2005, p. 2):

"O jornalismo é uma atividade social que se apóia no compromisso de informar as pessoas dos principais acontecimentos da sociedade. Mas, como se espera, as informações devem ser precisas, exatas, fiéis aos fatos. Logo, o público espera informação de qualidade, sem erros, sem distorções, sem incorreções. O coeficiente de confiabilidade destas reportagens será proporcional ao nível de segurança do público em relação à mídia que consome.
Entre os meios impressos, os jornais dispõem de seções onde identificam erros cometidos em edições anteriores e anunciam suas correções. Entretanto, esse processo nem sempre se mostra eficiente, seja porque não há uma política clara de qualidade nos jornais, seja porque a percepção de erro dos profissionais não é tão apurada. Um terceiro fator: pouco interessa a uma empresa dar tanta transparência de seus deslizes diretamente aos seus clientes, no caso, os leitores."

Um caso típico desta questão (e que leva a pensar até que ponto tudo o que se publica é verdade, mesmo numa publicação de renome) aconteceu nas últimas semanas, graças ao Rei do Camarote, descoberto numa reportagem da Veja São Paulo no começo do mês de novembro.



A partir deste vídeo, os comentários logo começaram a surgir, desde gente indignada com o investimento do empresário em baladas até pessoas que já desconfiavam da veracidade da matéria. Com a grande e inesperada repercussão do caso, muitas marcas se apropriaram da ideia para agregar valor às suas marcas (o post da Carolina Terra, do Blog Relações, mostra muito bem como algumas empresas agiram instantaneamente para gerar conteúdo).

Também houve muitas paródias que se utilizaram da intertextualidade já existente no original (a prática dos dez mandamentos são originalmente citados na Bíblia Sagrada, como as leis gerais de Deus para os homens) e se relacionaram com as regras do Rei do Camarote, desde baile funk, academias, passando pelo evento universitário Interunesp até a paródia feita no programa SportsCenter, da ESPN, interpretada pelo jornalista Paulo Soares, o Amigão, com os dez mandamentos do Rei da Informação (slogan do programa).

Em todos os vídeos, os elementos em comum são a mesma música, a contagem dos mandamentos e alguns trechos do texto "original", adequando-se ao contexto da paródia. E foi nesse momento de grande repercussão que, numa entrevista à Rádio Bandeirantes, o empresário Alexander de Almeida disse que tudo não passava de uma brincadeira, usada num futuro próximo, e que não poderia ser revelada a fonte.

A partir disso, muitas versões foram lançadas, como o envolvimento do programa Pânico na Band nessa história, dentre outras. Nisso, a Veja São Paulo lançou uma outra matéria confirmando a existência do empresário e reafirmando que a verdade e os leitores são os dois únicos compromissos que a revista assume em suas publicações.

Sendo verdade ou não essa história, o fato é que já não se pode mais acreditar piamente em tudo o que é publicado em revistas, programas de televisão e jornais, pois pode haver erros (intencionais ou não) ou, até mesmo, uma segunda intenção em publicar certa "história" que não condiz com a verdade. A pergunta que fica é: será que, num futuro não tão distante, a vida será considerada como o filme O Show de Truman mostra? É pra se pensar...

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

RPrestigiando - Como traçar, planejar e executar ações para a escalada profissional é tema de curso da Aberje no RJ

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Kelly Feltrin, assessora de imprensa da Aberje, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Estruturação do trabalho produtivo, o papel do líder e a gestão de competências serão alguns dos temas abordados pelo especialista Marco Piquini

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) vai realizar o curso Comunicação integrada: o comunicador no topo da empresa, no dia 11 de novembro, no Rio de Janeiro. O objetivo da iniciativa é compartilhar e discutir o reposicionamento estratégico da Comunicação no mundo empresarial e a relevância do profissional e de seu trabalho.

O instrutor será Marco Piquini que possui 18 anos de experiência em comunicação empresarial e é fundador da agência de comunicação integrada TRÊS MEIA ZERO. “O aumento da competitividade no mercado brasileiro exige a boa comunicação empresarial”, afirma. “Por esse motivo, o curso irá abordar a teoria e a prática da comunicação integrada, de forma inédita aos participantes”, sinaliza Piquini. “Tudo a partir de exemplos reais. É uma nova forma de se olhar a comunicação, a profissão e a carreira”, explica.

O curso é uma oportunidade para que os profissionais possam compartilhar desafios e ações realizadas. “Trata-se de um novo olhar que valoriza a importância de suas competências e de seu trabalho dentro da moderna gestão empresarial, pois o caminho para essa escalada profissional existe, pode ser traçado, planejado e implantado, e a hora é essa”, conclui Piquini.

As inscrições acontecem até o dia 06 de novembro. Confira mais informações, no link: http://www.aberje.com.br/servicos_cursos_detalhes.asp?id=334

Serviços:
Data: 8/11/2013
Horário: 9h às 18h
Local: Valer - Av. Presidente Wilson, 231 - 7o andar – Centro – Rio de Janeiro
Contato: (11)3662-3990 - Ramal 1

Sobre a Aberje
Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Para mais informações, favor contatar:


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Parceria (quase) nota 10 - ENEM e marketing de oportunidade

Por Maíra Masiero

Nos últimos dias 26 e 27 de outubro, milhões de pessoas realizaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o Brasil. Existente desde 1998, a prova tinha, como objetivo inicial, avaliar o aprendizado dos alunos do Ensino Médio e só servia para ingresso no Ensino Superior no que dizia respeito a bolsas de estudo em faculdades particulares, pelo Prouni (Programa Universidade para Todos).

Mas o que esse assunto tem a ver com um blog que trata de comunicação? Tem muito a ver, em vários aspectos e pontos de vista, e o post de hoje tem o objetivo de mostrar que essa parceria pode (ou não) ser muito bem sucedida.

Quando o exame foi reformulado em 2009, podendo ser usado em detrimento do vestibular tradicional para ingresso em universidades federais e particulares, havia uma preocupação sobre o posicionamento das instituições quanto à utilização da nota do Enem, e isso também passou pelo viés da comunicação.

Tório Barbosa, no texto A era do novo Enem e o marketing educacional, divide as Instituições de Ensino Superior Privado em três classes quanto ao seu posicionamento (por preço, por marca e as “meio-termo”) e analisa como seria o posicionamento comunicacional de cada uma depois da reformulação do ENEM:

"Para as que têm o preço como diferencial, o vestibular unificado vai obrigar a focar seu posicionamento também na marca. Não obstante, a extinção do termo “vestibular” facilitará ainda mais as provas agendadas, o que há muito vem sendo utilizado por algumas IES, que vêm abandonando o método tradicional, mas nem por isso deixarão de ter como carro-chefe as ofertas, com presença maior em veículos de massa e ações promocionais intensas.
Já para as posicionadas por marca, a coisa vai ficar mais apertada. Com o exame único nacional, para atrair os melhores alunos as IES terão de aumentar sua área de influência, comunicando fora da região habitual. As ênfases voltarão com força total e será vantajoso focar os cursos em nichos específicos do mercado. Campanhas de cursos e long tail, campanhas de links e assessoria de imprensa ganharão mais importância no seu leque de comunicação, assim como as ainda pouco exploradas ações de relacionamento com futuros alunos, seus pais, alunos e ex-alunos.
Dentro dessa perspectiva mercadológica, as instituições “Meio-termo”, que focam em preço e em marca, além de usar o escopo de comunicação dos posicionamentos anteriores, terão de conviver nesse início com um processo híbrido. Além de comunicar o ano todo, ainda há o forte apelo – pós novo Enem – de campanhas focadas em “traga sua nota”. Com isso, infelizmente – ou felizmente para ela -, o que vai tangibilizar sua qualidade é a nota de corte: se for baixa, a campanha focará preço e conveniência; se for alta, deve concentrar-se na marca."

Se as mudanças que ocorreram no Enem afetam as estratégias comunicacionais de faculdades e instituições, o Ministério da Educação utiliza de propagandas com caráter testemunhal para estimular mais pessoas a realizarem a prova, mostrando exemplos de universitários que conseguiram entrar na faculdade graças à nota do exame e que estão felizes com a sua realização pessoal e profissional, como mostra este vídeo de 2013.



Apesar de o Enem ser uma iniciativa governamental, muitas empresas privadas também podem se utilizar do exame para promover suas marcas. Os exemplos mais comuns são as faculdades privadas, como dito anteriormente, os cursinhos pré-vestibulares, marcas de água e de doces, além de vendedores que querem se aproveitar do grande movimento dos locais de prova para oferecer seus produtos e serviços a estudantes e seus acompanhantes.

Porém, empresas grandes também podem realizar formas de marketing de oportunidade por conta do Enem. Ou alguém pode realizar por elas, como foi o caso do McDonald's neste ano, com um suposto tweet convidando os estudantes que não passaram na prova a trabalhar na empresa. Na realidade, houve uma montagem e o próprio perfil da marca no Twitter fez questão de esclarecer que não possui nenhuma relação com o conteúdo de postagens relativas ao exame.

Uma ação criativa para promoção de marcas utilizando-se do Enem foi em 2009 com a Gillette e essa, sim, foi real: a marca disponibilizou um site (atualmente, fora do ar) com um simulado que apresentava perguntas com o mesmo nível de dificuldade e estrutura do Enem, e os melhores colocados ganhavam bolsas de estudo e notebooks. Além disso, houve a distribuição de aparelhos de barbear para os meninos durante os dias de prova, numa analogia ao corte de cabelo feita assim que o "calouro" passa no vestibular. Para encerrar o post, um dos vídeos desta ação que envolve marketing e Enem de forma criativa.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

RPrestigiando - Aberje promove evento ‘Marca Brasil’ para debater a imagem do País no âmbito global

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Júlia Oliveira, assessora de imprensa da Aberje, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

O encontro será realizado no dia 31 de outubro, em São Paulo, e contará com a presença de especialistas, professores e profissionais de comunicação

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) vai realizar no próximo dia 31 de outubro, em São Paulo, evento que abordará o papel da comunicação na consolidação, construção e fortalecimento da marca Brasil no ambiente global. O objetivo da iniciativa é debater os desafios e as oportunidades da área e promover a troca de experiências por meio da apresentação de cases de sucesso.

Destaques:

Ricardo Sennes, sócio diretor da Prospectica Consultoria e GACInt – Grupo da Conjuntura Internacional da (USP);
Daniela Khauaja, professora da escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM);
Marcos Jank, diretor executivo de relações internacionais e governamentais da BRF;
Sabina Deweik, da Future Concept Lab;
Ciro Dias dos Reis, presidente da Imagem Corporativa;
Eneus Trindade, professor da escola de Comunicação e Artes (USP);

Serviço:

Data: 31/10/2013
Horário: 9h às 18h
Local: Pullman São Paulo Ibirapuera Rua Joinville, 515
E-mail: karoline@aberje.com.br
Inscrições: www.aberje.com.br/marcabrasil

Sobre a Aberje

Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Para mais informações, favor contatar:


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Comunicação e mobilização social - Parceria boa pra cachorro!

Por Maíra Masiero

Um dos grandes objetivos da comunicação como um todo é mobilizar certo número de pessoas para uma causa comum e, muitas vezes, importante. Porém, não basta apenas mobilizar pelo seu simples ato, mas é importante realizar um planejamento adequado para que todos possam se manifestar, como afirma Camila Chaves Ferreira no artigo As Relações Públicas no Cotidiano das Práticas de Mobilização Social (2012, p. 6):

"Henriques (2007, p.30) salienta que a comunicação no processo de mobilização deve ter como características a coordenação de ações e a construção de relacionamentos, figurando assim como um importante espaço de atuação ao profissional de Comunicação Social, especialmente de Relações Públicas, uma vez que os fundamentos de seu trabalho são diretamente dirigidos à construção de relacionamentos entre instituições e públicos podendo 'garantir a livre expressão dos atores e a continuidade de um processo dialógico que deve compor um projeto mobilizador verdadeiramente democrático'."

Com esta afirmação, pode-se dizer que a mobilização social tem o poder de construir e/ou destruir relacionamentos entre empresas/instituições e o público, sendo também um dos grandes fatores para a manutenção ou prejuízo da imagem, dependendo da condução das ações que se sucederem.

Um caso recente desta mobilização envolve o cuidado com os cães: o Instituto Royal, em São Roque, foi invadido, neste mês de outubro, por mais de cem ativistas que queriam salvar cachorros da raça beagle usados em testes da empresa, que trabalha para farmacêuticas. Alguns animais já estavam em situação de risco, com tumores e mutilações.



A mobilização, o apoio à causa dos ativistas e o repúdio à Royal foram imediatos, tanto que a empresa Royal Canin, especializada em produzir ração canina, fez questão de se pronunciar afirmando que não tem e nunca teve nenhum vínculo com o Instituto, antes que a similaridade dos nomes pudesse prejudicar a sua imagem. Já nas redes sociais, uma fanpage sobre o assunto no Facebook incentiva as pessoas a adotarem um dos cães salvos do Instituto.

Também pode-se chamar a atenção do público para o cuidado com os animais de outras maneiras, e esse exemplo criativo vem da capital do México. Uma rede de pet shops local elaborou umas coleiras especiais que davam a impressão de que os cães estavam sendo guiados por "donos invisíveis", em passeios solitários pelas praças e ruas. Nelas, estavam mensagens tocantes para convencer as pessoas a adotá-los. O objetivo desta ação era promover um programa de resgate e adoção destes animais, e este foi cumprido com êxito, com mais de 200 animais adotados nos meses seguintes.



No site da empresa, há um espaço totalmente dedicado a adoção, só que se encontra em manutenção no momento. De qualquer forma, a atitude da empresa em levantar esta questão de forma lúdica, simples e eficiente causou o efeito desejado para a marca - com repercussão internacional, graças à rede mundial de computadores - e, principalmente, modificando o contexto inicial da localidade, por conta do número de adoções realizadas após a intervenção. E é (ou deveria ser) esse o objetivo crucial de toda mobilização: tentar transformar positivamente a realidade em que se vive.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

RPrestigiando - Evento da Aberje debate os desafios e as oportunidades da gestão cultural corporativa

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Júlia Oliveira, assessora de imprensa da Aberje, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

BNDES, Coelce, Futebol Experience e Amazon são algumas das empresas que vão apresentar cases de sucesso

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) vai realizar o 3° Seminário de Gestão Cultural em São Paulo, no próximo dia 25 de outubro. O objetivo do evento é debater os desafios e as oportunidades que as empresas têm hoje para ativar o engajamento de públicos na gestão cultural corporativa.

Profissionais e especialistas vão mostrar a gestão cultural como área de negócios, como geradora de valor ao core business das empresas. Cases de sucesso serão apresentados para reforçar como projetos culturais podem aproximar os colaboradores dosseus stakeholders, de modo que seja possível criar vínculos e relações de trocas positivas em relação à marca.

Destaques:

Ana Luiza Landim, chefe do Departamento de Políticas de Comunicação do BNDES;
Rafael Moraes, sócio fundador da Futebol Experience;
José Nunes de Almeida Neto, diretor Institucional da Coelce;
Robinson Borges, editor| Eu& Fim de Semana - Valor Econômico;
Claudio Jorge Oliveira, coordenador de Patrocínio a Música e Patrimônio Petrobras;
Bruno Assami, consultor Aberje e diretor da B & A Newconcept Business;
Facundo Guerra, empresário de entretenimento;
Solanda Steckelberg, gerente de Negócios Culturais e Esportivos do Banco Bonsucesso;
Juliano Tubino, diretor de Marketing e Operações da Amazon Web Services;

Sobre a Aberje
Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Serviços:
Data: 25/10/2013
Horário: 9h às 18h
Local: Pullman São Paulo Ibirapuera Rua Joinville, 515
Cidade: São Paulo
Contato: (11) 3662-3990 - Ramal 300
Email: karoline@aberje.com.br
Inscrições: www.aberje.com.br/gestaocultural

Para mais informações, contatar:

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Marketing de relacionamento nas organizações - Ouvir mais e falar menos

Por Maíra Masiero

Muitas pessoas já devem ter visto que, no começo do mês de outubro, houve uma situação praticamente inédita na televisão brasileira: um comentarista do programa esportivo Esporte Cidade, de Teresópolis (Rio de Janeiro), durante a exibição dos placares do campeonato local de futebol, abandonou o cenário, após uma fala áspera, alegando que ninguém o deixava comentar, o que deixou o apresentador sem entender nada. A seguir, veja o vídeo desta situação constrangedora (com palavrões e tudo o mais):



O fato inusitado gerou uma grande repercussão, sendo divulgado no Redação Sportv (canal homônimo) e participando do quadro Top Five, do CQC (Rede Bandeirantes). Porém, apesar de ser algo até engraçado, esse episódio alerta para um perigo grande que precisa ser evitado nas organizações, no relacionamento entre funcionários e no da empresa com seus públicos: a arte de falar muito e ouvir pouco.

Há um excerto da sabedoria popular que afirma que as pessoas têm dois ouvidos e uma boca justamente para filtrar mais o que se fala e o que se diz, para só falar aquilo que é necessário. Isto não quer dizer que as pessoas precisam entrar mudas e sair caladas (usa-se mais uma fala popular), mas um equilíbrio entre essas duas atitudes fazem a diferença na vida pessoal e profissional.

Um exemplo desta importância está nas entrevistas de emprego, quando os entrevistadores perguntam tudo aquilo que é necessário saber para contratar (ou não) um candidato: o equilíbrio dito anteriormente entre ouvir e falar acarreta num grande passo para a conquista de um serviço

Com as empresas, é o mesmo procedimento, principalmente no âmbito da comunicação externa: é necessário abrir mais portas de relacionamento entre ela e os públicos, deixando-os opinar mais sobre alguns assuntos específicos, e dando as devidas explicações quando é necessário. Assim, acontece com maior eficácia o que é chamado de marketing de relacionamento, principalmente no contexto digital, nas mídias sociais, como o professor Marcelo Miyashita mostra neste vídeo a seguir.



Portanto, é nítida a importância de analisar o que se ouve com atenção, ouvir mais o que as pessoas / o contexto global têm a dizer e falar somente o necessário para que os amigos (ou colegas de trabalho ou, ainda, clientes em potencial) não se distanciem com raiva e não queiram mais saber da pessoa ou marca, assim como fez o comentarista esportivo.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Feliz Dia dos Mini-Adultos! - Crianças, consumo e a síndrome invertida de Peter Pan

Por Maíra Masiero

No próximo dia 12 de outubro, será comemorado em todo o Brasil o Dia da Criança, que, de acordo com matéria do site Mundo Estranho, teve sua origem em 1924 graças à iniciativa do deputado Galdino do Valle Filho, que escolheu este dia por conta de ser a mesma data em que a América, o "Continente-Criança" na visão europeia, fora descoberta por Cristóvão Colombo em 1492. Porém, esta comemoração só começou a chamar a atenção do público na década de 1960, através de uma ação promocional da fábrica de brinquedos Estrela, aumentando a venda destes produtos no mês de outubro, o que consolidou a comemoração deste dia no calendário.

Ou seja, como pode-se perceber, os festejos de 12 de outubro não foram intensificados por uma questão social ou lúdica, mas sim pela inserção do consumismo na vida dos pequenos, que já não querem ser mais chamados assim por muito tempo. Há, inclusive, o que Postman (2006) chama de "adultificação", ou seja, a transformação súbita da criança num adulto em miniatura, como explica Alexandre Silva dos Santos Filho na tese A dimensão estética do brinquedo: contributos críticos à educação estética da criança (2009, p. 27-28):

"(...) Ao longo dos séculos, a infância foi abalada no seio da própria sociedade capitalista, quando teve que se tornar um produto cultural – a criança precisava também ser incluída no grupo dos consumistas, de algum modo exigiram-se mudanças na sua estrutura conceitual, deformando-a. 
A criança, diz Postman (2006), ganha uma falsa autonomia diante dos mecanismos econômicos e é “adultificada”, pois a posse de artefatos proporcionada pelo consumo simula o viver sob as condições de um juízo adulto e estabelece intimidade com temáticas do quotidiano – crime, gravidez precoce, consumo de drogas, doenças venéreas, alcoolismo etc. Em pleno século XXI, a concepção de adulto miniatura ganha novamente um sentido: a criança deixa de ser protegida pelas instâncias sociais que se comprometeram em construir um mundo mais adequado e humano; instalam-se o caos, a fome, a miséria, o abandono, o infanticídio, a pedofilia, os abusos sexuais, a prostituição, o tráfico de crianças e tantos outros problemas."

Com isso, a fase da infância, para muitas crianças, torna-se minúscula diante dos atrativos que a vida adulta traz para cada um, e muito disso se deve à excessiva intervenção do marketing nessa faixa etária. É como se vários pequenos tivessem uma vontade contrária a de um certo personagem infantil, que não queria crescer de jeito nenhum: o mundialmente conhecido Peter Pan.



É notória a influência dos meios de comunicação para transformar uma celebração destinada às crianças num "aquecimento" comercial para as festas de final de ano, e as próprias crianças entram neste ritmo acelerado que o consumismo traz, graças a algumas ações de comunicação que se tornam desnecessárias em relação ao público infantil, como a sensualização precoce, o apelo exacerbado à cultura do "ter", a exposição às propagandas de produtos impróprios para a faixa etária, dentre outras características.

Isso não quer dizer que deveria acontecer uma total extinção da publicidade destinada às crianças, mas é necessária uma atenção maior a essa idade e aos valores de que ela precisa para crescer na hora e momento certos, a fim de se tornar um cidadão mais consciente de seu papel na sociedade.

Para exemplificar esta preocupação, em 2011 foi realizado um debate, numa parceria entre a Videoteca da PUC-SP e o Instituto Alana, sobre o consumismo e a publicidade infantil, e de como esses dois aspectos interferem na mentalidade e nos desejos das crianças. Desta iniciativa, surgiram alguns vídeos que possuem o objetivo de esclarecer detalhes do tema proposto, como esse que encerra o post de hoje.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Comunicação e gestão de crises - O rato roeu a roupa do rei dos refrigerantes

Por Maíra Masiero

Toda empresa poderá, mais dia menos dia, ter sua imagem abalada por um fato ou boato relacionado a um de seus mais tradicionais produtos, e talvez nenhuma delas é imune de sofrer algum revés deste modo. Por isso, realizar uma eficiente gestão de crises, aplicando estratégias de Comunicação e Relações Públicas, é uma saída para evitar maiores danos na imagem e reputação de uma empresa, mesmo que passe um determinado período de tempo do incidente (ou problema).

Em meados do ano 2000, um consumidor encontrou um rato dentro de uma garrafa lacrada de Coca-Cola e processou a marca por conta disso, alegando ter a sua saúde debilitada de maneira irreversível após tomar o líquido. Neste mês de setembro, o caso tornou-se nacionalmente conhecido graças a uma matéria do Jornal da Record.



O que foi visto nas últimas semanas após a veiculação desta matéria talvez seja uma das grandes crises de imagem que a Coca-Cola passou no Brasil, mesmo que não se entenda muito como uma cabeça de rato conseguiu entrar na garrafa. Muitas pessoas compartilharam o vídeo nas redes sociais e prometiam nunca mais tomar este refrigerante, e ainda lembravam outros atributos, como a suposta composição cancerígena da Coca-Cola; outros, entretanto, defendiam a marca e não conseguiam entender o que aconteceu. Houve ainda pessoas que ironizaram da situação da marca, fazendo piadas e brincando que os ratos foram colocados pela concorrente direta da marca, a Pepsi.

Com todas essas situações, é evidente que a empresa precisava dar uma resposta a seus clientes sobre a situação, a fim de controlar os possíveis danos acarretados por essa denúncia. Primeiramente, houve um comunicado oficial na fanpage da marca no Facebook (e em versão ampliada no seu site), mas isso não seria o suficiente para engajar novamente os consumidores do refrigerante. Um segundo passo dado foi a realização de um vídeo-convite para a visitação das fábricas da Coca-Cola, tentando provar a qualidade do produto e mostrar seu padrão de qualidade.



Pode-se dizer que a empresa está evidenciando parte de uma ação comum para os profissionais de Relações Públicas, a chamada "política de portas abertas", como explicam Elisangela Lasta e Eugenia Mariano da Rocha Barichello no artigo Estratégias de Relações Públicas em nível discursivo utilizadas pela Petrobras no blog corporativo Fatos & Dados (2011, p. 4), citando Roberto Porto Simões, um dos grandes especialistas brasileiros em Relações Públicas:

"Relações Públicas é uma política de portas abertas: nessa estratégia os públicos seriam partícipes nas decisões propiciadas por normas e procedimentos que de acordo com Simões (1987, p. 121): '1) Facilitem a entrada de mensagens que venham de seus públicos. 2) Permitam que seus públicos conheçam tudo o que se passa dentro da organização. 3) Distribui o poder, permitindo a participação na decisão'.
A intencionalidade dessa estratégia é tornar a organização simpática aos públicos, aberta e sensível a eles. (...)"

Segundo essa declaração, a Coca-Cola chega ao segundo passo da estratégia, porque abriu as portas de suas fábricas para mostrar, mesmo que em menos de dois minutos, um pouco de como são fabricados os seus produtos, e deixou um convite para quem quiser ver comprovar o funcionamento e os procedimentos aplicados. Se isso será suficiente para reverter a situação da imagem da marca, isso será uma questão de tempo para se descobrir, mas, com isso, fica a lição para que as organizações se tornem mais abertas e sensíveis aos seus públicos.

Em tempo: foi lançado também um vídeo parodiando a explicação oficial da Coca-Cola, utilizando a mesma linguagem e o mesmo padrão narrativo do original, porém mudando alguns termos e manifestando os principais problemas que o refrigerante supostamente pode trazer.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Redes sociais e poder de gatewatching - Solidariedade em prol de Taquarituba

Por Maíra Masiero

Não é de hoje que a grande parte das pessoas possui uma alta capacidade de se mobilizar perante uma situação específica e as redes sociais, no contexto contemporâneo, possuem também esta responsabilidade social de mobilizar certo número de pessoas para um objetivo em comum, seja este uma simples brincadeira, uma votação maciça para algum artista em algum prêmio específico, ou para assuntos importantes e relevantes (como não lembrar do caso da Primavera Árabe ou da elaboração/divulgação dos recentes protestos que aconteceram em muitas cidades do Brasil?).

Um dos recursos utilizados para esta mobilização digital se chama gatewatching e a autora Raquel Recuero, no artigo Redes Sociais na Internet, Difusão de Informação e Jornalismo: Elementos para discussão (2009, págs. 11-12, grifos da autora), citando indiretamente Bruns (2005), mostra a importância das mídias para a sua implementação à serviço dos meios de comunicação:

"Para o autor [Brunes (2005)], gatewatching refere-se à observação daquilo que é publicado pelos veículos noticiosos, no sentido de identificar informações relevantes assim que publicadas. Essa noção é mais adequada ao trabalho de filtragem realizado pelas redes sociais, muitas vezes especializado, focado em informações que estão fora do mainstream informacional. 
Dentro desta perspectiva, portanto, as redes sociais na Internet agiriam através do gatewatching. Assim, as redes sociais vão atuar com um duplo papel informativo: como fontes, como filtros ou como espaço de reverberação das informações. São essas as relações que apontamos como relevantes para o jornalismo no espectro do estudo das redes sociais. Essas, assim, são complementares à função jornalística, não tendo o mesmo comprometimento que estes para com a credibilidade da informação, mas auxiliando a mobilizar pessoas, a construir discussões e mesmo, a apontar diversidades de pontos de vista a respeito de um mesmo assunto."


No último dia 22 de setembro, Taquarituba, uma pequena cidade do interior de São Paulo, foi atingida duramente por um tornado, que destruiu o centro e mais dois bairros da cidade, deixando mortos, feridos, desabrigados e um rastro de destruição pelo local, tanto que o prefeito declarou estado de calamidade pública e pediu recursos dos governos estadual e federal para reconstruir a cidade.

Enquanto aqueles auxílios não chegam, o das mídias sociais se mostrou mais eficiente: a fanpage SOS Taquarituba, com mais de 7 mil adeptos no Facebook, traz informações de locais de doação de alimentos, roupas e materiais de construção, além de contas bancárias para o depósito de dinheiro e relatos de pessoas que presenciaram o grave incidente.

Portanto, o gatewatching foi plenamente utilizado nesta mobilização em prol de Taquarituba, pois a página, em pouco tempo, reuniu dados, filtrou os mais importantes e ainda divulgou pontos de doações e iniciativas locais e regionais para ajudar as pessoas mais necessitadas depois do tornado. Esse é mais um caso da importância das mídias sociais para engajar pessoas a um mesmo objetivo e para promover ações solidárias com maior agilidade e disseminação de informações.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Até que enfim!

Por Manoel Marcondes Neto

Saíram as Diretrizes Curriculares Nacionais de Relações Públicas.

Estamos – ao lado de nossos colegas jornalistas – livres do jugo da agora falecida "Comunicação Social", conceito herdado da Igreja Católica e das instituições militares, e podemos finalmente empreender a nossa total e completa inserção na área de Negócios, como acontecia lá nos primórdios das relações públicas contemporâneas (década de 1950), com Edward Bernays, David Ogilvy, Bertrand Canfield e Whitacker Penteado Sr. – este um pioneiro brasileiro, ao lado de Manoel Maria de Vasconcellos, que atendeu ao primeiro curso de Relações Públicas no país, na Fundação Getulio Vargas, em 1953.

À recuperação do tempo perdido, pois!

É como defende Marcelo Ficher, professor da Veiga de Almeida e coordenador do Observatório da Comunicação Institucional: “há alguns anos, venho defendendo uma partição diferente da atual para as especialidades em comunicação, agora corroborada pelo MEC; o Jornalismo, pela sua importância histórica, como pilar da democracia e da liberdade de expressão, não deve se misturar com a comunicação profissional a serviço dos negócios e no interesse de pessoas e organizações – a Propaganda e as Relações Públicas”.

E acrescento eu: Relações Públicas guardam uma peculiaridade que as distinguem – e muito – da Propaganda: a busca da harmonia (*) entre organizações, entre organizações e pessoas e, principalmente, entre o que se faz e o que se diz – algo que em tempos de (a) manifestações populares reivindicativas pelo mundo todo; (b) o alto nível de "exposure" consentido pelas pessoas nas redes sociais em busca de contato, aceitação e relacionamento; e (c) o uso dessas mesmas redes, e de seus recursos comunicacionais, pelas empresas, coloca "muito bem na foto" do mercado a nossa área, a qual opera as "relações" num contexto de transparência e verdade que as fazem mais legítimas se "públicas". Não conheço, de fato, nenhuma outra formação em ciências humanas ou sociais mais adequada ao presente e ao futuro da comunidade global.

O “Manifesto Sincrético: Relações Públicas e Administração” (Salvador, BA, 28/10/2012) deu-se na esteira de um Congresso Brasileiro de Administração. E não foi à toa que "emergiu". Explico: enquanto a maioria dos alunos da pós-graduação em Comunicação tem – incompreensivelmente – uma atitude "blasé" diante das Relações Públicas, área considerada por eles (publicitários e jornalistas em sua maioria) como uma espécie de "patinho feio" do campo da comunicação; nas turmas de pós-graduação em Gestão Empresarial e Marketing, onde estão alunos administradores, contadores, economistas, engenheiros de produção e da computação, a atenção e o interesse para com a nossa área é ENORME.

Tais perfis, eminentemente gerenciais, PERCEBEM a sutileza e a sofisticação de nosso trabalho transdisciplinar, enquanto as faculdades de comunicação prestam um desserviço e seguem fechando as turmas de Relações Públicas pelo Brasil afora, na contramão das demandas do presente e do futuro (vide a compra da CDN pelo Grupo ABC de Nizan Guanaes).

Os comunicólogos estão cada vez mais perdendo funções "core" nos negócios. Estão “na periferia” das decisões. Quem decide e faz acontecer – organizações, processos e pessoas – são outros profissionais, de formação tecnológica, hoje muito mais interessados em ouvir o que temos a dizer.

Por isso, aliás, a minha "guinada" para a Administração, a partir de 2008, com o livro sobre "Relações Públicas & Marketing: convergências entre Comunicação e Administração". Foi uma espécie de “volta para a casa”, uma vez que na fundação do bacharelado em RP no Brasil, estivemos “divididos” entre Administração e a recém-criada “Comunicação Social” – no afã do Governo Federal de então de controlar as informações. Até então, os relações-públicas registravam-se no Conselho Regional de Técnicos de Administração!

Ora, com a nossa "libertação" do jugo da “comunicologia”, qualquer escola de Negócios, de Administração, de Direito etc. poderá criar um curso de Relações Públicas independente. Nada de "ênfase", como é o caso de "RH" em Administração, ou "Comércio Exterior" em Relações Internacionais.

O que defendo é um curso independente, formando bacharéis em RP. Profissionais para atuar nas demandas contemporâneas de empresas e instituições, as quais sintetizei, em 2012, no livro “A transparência é a alma do negócio” em “4 Rs”: reconhecimento em seu meio social, relacionamento com seus públicos-chave, relevância em seu segmento de mercado e gerenciamento de uma reputação. Não mais o bacharel em "Comunicação Social com habilitação em RP" – o MEC acaba de decidir isto oficialmente (D.O.U. de 12/09/2013).

Sigamos, pois, o nosso próprio caminho de independência e crescimento - uma oportunidade histórica, que não vai se repetir.

(*) “Toda profissão tem um propósito moral. A Medicina tem a Saúde. O Direito tem a Justiça. Relações Públicas têm a Harmonia – a harmonia social”. (Seib e Fitzpatrick, Public Relations Ethics, 1995). In SIMÕES, Roberto Porto. Informação, inteligência e utopia: contribuições à teoria de relações públicas. São Paulo, Summus, 2006.