sexta-feira, 31 de maio de 2013

A "não-publicidade" e suas consequências - Mudanças na embalagem de cigarros

Por Maíra Masiero

Neste dia 31 de maio, comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco, criado pela Organização Mundial da Saúde para conscientizar as pessoas sobre os riscos físicos e emocionais que se correm ao usar continuamente o tabaco. Porém, sempre há o outro lado da história: as pessoas que vivem da indústria do cigarro e aqueles que precisam realizar propagandas para esse tipo de produto.

Realizar publicidade de produtos que podem trazer algum malefício sério à saúde é algo complicado e arriscado, ainda mais quando uma solução viável seja a "não-publicidade" e a padronização do produto. Recentemente, o Ministério da Saúde da Irlanda anunciou que, a partir do ano que vem, eliminará vestígios de publicidade dos maços de cigarro, padronizando a aparência de todas as marcas e dando prioridade à divulgação de imagens de doenças vinculadas ao tabagismo, que ficarão na maioria do espaço da embalagem.

É necessário lembrar que ações de publicidade relacionadas com cigarros foram, ao longo do tempo, paulatinamente excluídas do cenário midiático e de eventos esportivos e culturais. Em 2000, no Brasil, foi decretada em lei a proibição da publicidade de cigarros, restrita somente aos pôsteres, banners e cartazes na parte interna dos pontos de venda.

Vale ressaltar que as empresas de fumo utilizavam demasiadamente comerciais de televisão para propagar uma ideia sedutora e de prazer para o consumo desse produto (algo que se torna bem distante da realidade de quem fuma ou de quem possui pessoas próximas com esse vício), como o vídeo a seguir, do cigarro Derby, em 1993:



A indústria do fumo, claramente, sofreu com a medida da "não-publicidade" e tentou amenizar as consequências da proibição, como mostram Thelma Guerra, Priscila Rodrigues Bezerra da Silva e Janaina Calazans no artigo Cartazes de cigarro: tragos desta publicidade (2012, p. 3):

"As empresas de fumo, preocupadas com a diminuição do consumo e o que isso refletiria no setor econômico, reagiram ao projeto na tentativa de, ao menos, amenizar o que estava sendo proposto, pois se sabia que sem a publicidade de seus produtos o consumo diminuiria. Os argumentos foram diversos, falou-se de direito de escolha, pois a publicidade ajudaria o consumidor a escolher a marca; de liberdade de expressão, insinuando uma censura; do aumento do desemprego, pois a indústria emprega milhares de brasileiros. Argumentos que foram derrubados pelo governo que respondeu também pela mídia com testemunhos de ex-fumantes, descrevendo sua trajetória e mostrando o mal que o fumo trouxe a sua vida."

Com a proibição das propagandas de cigarro, muitos publicitários apelam para as embalagens como último recurso válido pra atrair os consumidores, sobretudo os jovens, e é por esse motivo que o governo irlandês aprovou esta mudança. O mais interessante, contudo, é que, no Brasil, uma pesquisa feita em 2012, numa parceria entre Universidade de Waterloo (Canadá), Ministério da Saúde e instituições que tratam do câncer, políticas sobre drogas e de controle do tabagismo, mostra que metade dos entrevistados é favorável à adoção de uma embalagem “genérica” do cigarro: todos com a mesma cor, sem desenho e logotipos.

Ainda nesta pesquisa, é constatado que um terço dos entrevistados deixou de fumar nos últimos 25 anos por conta das restrições de propaganda no país e dos avisos nas embalagens dos cigarros. Isso pode ser mais uma prova de que a "não-publicidade" é eficaz para propiciar condições melhores de saúde para as pessoas, mas não tão eficaz assim para quem ainda vive da indústria do cigarro.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Globo - Projetos de... muita grana!

Por Manoel Marcondes Neto

E o domingo nos brinda com mais uma edição de O Globo, na soleira da porta. Coisa antiga...
Além de toda a propaganda dominical – o percentual de “conteúdo jornalístico” é mínimo – a edição de ontem traz um caderno (inteiro!) intitulado “Rio em Transformação”.

Que bonito é...

Será um pássaro, um avião, uma reportagem, um editorial? Não. É só o departamento comercial do veículo fazendo jornalismo de faz-de-conta em sua inefável “retranca” PROJETOS DE MARKETING (assim mesmo, em caixa alta)!

Há muito tempo O Globo publica esses cadernos – uma evolução (em termos de receita para o veículo, mas involução na prestação de serviços e na ética para com os leitores) do batido modelo “Informe Publicitário”.

Por que batido?

Porque este é o nome quase cinquentenário do tipo de técnica que os jornais utilizam para publicar algo do interesse de outrem (uma empresa) em suas páginas, não declaradamente um “anúncio” – algo travestido em “matéria”, mas inteiramente escrito e produzido pelo anunciante. O destaque (um fio gráfico em volta, a tipologia diferente ou o texto-título “Informe Publicitário”) é obrigatório.

E O Globo – quem mais? – inovou! E, de tempos em tempos, nos entulha com este calhamaço de papel entintado.

E presta, mais uma vez, um desserviço chamando o “Informe Publicitário” de “Projeto de Marketing”.

Isto não é marketing. Qual é o “produto”? Qual é a praça? Qual é o preço? Qual é a promoção? Projeto de quê? Marketing de quê? Da cidade? Do veículo? Sim, do veículo, porque é a única coisa que pode estar à venda nessa transação mercadológica. Autopromoção muito bem cobrada.

E qual é o “babado” desta vez?

Surpresa! É o alcaide do Rio de Janeiro, genuíno herdeiro de Cesares, fazendo propaganda mais-do-que-antecipada de seus feitos. Com fotos caprichadas, textos orgulhosos, títulos exclamativos, slogans convincentes! Se o “leitor” é analfabeto, não tem importância. A enxurrada de imagens deixa o mais descrente infeliz convencido de que mora no paraíso terrestre...

“Meu” Rio...

Já na capa, uma foto de mais um “empreendimento” carioca adotado pelas Organizações Globo, o MAR (Museu de Arte do Rio). Sim, aquele mesmo do capítulo final da novela... na “matéria” intitulada “Além dos tapumes”. Na quarta capa, o título garrafal é “A hora e a vez da zona norte”!

E vão-se sucedendo “manchetes” bombásticas. Parece até a “escalada” do Jornal Nacional: “Uma cidade interligada”, “Transporte público de alto desempenho para todos”, “A joia do subúrbio”, “Cariocas reencontram sua história”, “Nova rotina para pais e alunos”, “Legado olímpico e social”, “Centro de operações pronto para o desafio”, “Cresce a cobertura básica de saúde”.  Ufa!  É muita “notícia” boa. Será que o “leitor” não desconfia?

Quanto terá custado o caderno de oito páginas?

Nunca menos de 1,5 milhão de reais. Mixaria para a prefeitura! Não daria para fazer meio-posto de saúde, ou meia-calçada, ou meia-creche. Que se gaste em mídia, então. E nem precisa licitar – o Rio só tem um jornal de “grande” circulação...


E as “Organizações” agradecem. 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Quando a marca chega de mansinho... - O uso do product placement na publicidade

Por Maíra Masiero

Com a evolução presente nos meios de comunicação, realizar uma ação de publicidade eficiente torna-se cada vez mais complexo, por conta do crescimento da exigência dos consumidores, de um maior rigor (em alguns casos) da regulamentação publicitária e dos múltiplos apelos comerciais em que as pessoas estão inseridas todos os dias, dificultando as tentativas de destacar marcas em meio à "multidão" de comerciais, virais e ações diversas. Uma via de escape usualmente praticada é misturar, sorrateiramente, publicidade num meio de entretenimento, o chamado product placement.

Mas, afinal de contas, o que é product placement e como ele pode contribuir para uma melhor eficácia na divulgação de um produto? É o que explicam Gabriela Soares Nunes e Renata Oliveira Garcez no artigo A influência do Product placement no comportamento do consumidor (2012, págs. 6 e 8):

"O product placement é a incorporação de produtos e marcas em filmes, novelas, programas de televisão e etc., em troca de patrocínio concedido pelo anunciante. Os product placement têm tido um grande aumento de uns tempos para cá, pelo fato de ter diminuído o tempo que se tem de propaganda em uma hora de programação, além de que com eles há economia nos investimentos de novas tecnologias.
[...]
Assim como a propaganda tradicional, o product placement tem o poder de associar um produto a um estilo de vida, fazendo-o de forma sutil e eficaz."

Pode-se dizer que o conceito de product placement difere, em alguns pontos de vista, um pouco da definição de merchandising, principalmente no que se refere à sutileza (ou a falta dela) em mostrar a presença do produto no contexto da cena. Quando se fala de merchandising, deve-se lembrar sempre de ações no ponto de venda

O fato do placement parecer uma exibição despretensiosa do produto e estar relacionado com o fetichismo (tornando-se produto de mercado, desejado por se relacionar com os personagens e com a repercussão da série/programa) contribui para sua eficácia junto aos públicos.

Dentre as várias formas de classificar as ações de placement, João Paulo de Oliveira e Daniel Bellei Leite, no artigo Product Placement: a convergência entre a publicidade e o entretenimento (2009, p. 7), mostram dois tipos: os discretos, em que os produtos ficam em lugares estratégicos - sem contracenar com os personagens - e os chamativos, que participam das cenas e são mais claramente visíveis.

Um exemplo recente do placement aconteceu nesse mês de maio com a Cachaça 51, que apareceu no episódio “The Closure Alternative” (A Alternativa de Encerramento) da série The Big Bang Theory, um dos maiores sucessos mundiais da atualidade. É um placement discreto, porque a garrafa fica num lugar estratégico da cozinha da personagem, porém não é vista interação entre o objeto e os atores.



Para encerrar este post, as novelas brasileiras trazem vários exemplos de placement chamativos, em que os protagonistas fazem questão de mostrar a marca e interagir com ela de muitas formas. E o caso a seguir é um deles: a personagem Marina (Paola Oliveira), da novela Insensato Coração (Rede Globo, 2011), era dona de um escritório de design que "comprou" a conta da Lukscolor para repaginar o logotipo e as embalagens de seus produtos. Na realidade, era apenas uma ação de placement, pois foi uma agência real que fez as mudanças na marca de tintas, e a novela apenas "refletiu" o resultado.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Boatos e o poder da mídia na comunicação governamental - O caso do Bolsa Família

Por Maíra Masiero

A mídia constitui um espaço essencial para o recebimento e o compartilhamento de diversas informações para a sociedade. Porém, nem tudo aquilo que é divulgado pela mídia (tanto a tradicional, a digital ou a humana - o famoso "boca a boca") pode ser considerado como verdadeiro: há casos em que os fatos não passam de boatos ou rumores, conceito explicado por Reule (2008, p. 2), citado por Gabriela da Silva Zago no artigo Do boato à notícia: Considerações sobre a circulação de informações entre Twitter e mídia online de referência (2010, p. 176):

[Rumores são] um tipo de informação não confirmada que se propaga na rede e que circula com a intenção de ser tomada como verdadeira. Sendo informação, é parte de um processo de comunicação que, por sua vez, é um fenômeno por si social”.
Se não for tomadas as devidas precauções, os rumores não se esvaziam no seu sentido inverídico, mas se passam como verdadeiros e podem prejudicar muitas empresas e pessoas, nos seus aspectos econômicos, profissionais e pessoais.

Um dos grandes exemplos de como os boatos podem tomar proporções inimagináveis aconteceu neste mês de maio: os rumores de que o programa Bolsa Família, do Governo Federal, iria ser suspenso e que os beneficiários teriam até o final de semana (dias 18 e 19 de maio) para sacar o dinheiro e ainda sobre a existência de um bônus por ocasião do Dia das Mães, causaram tumulto, filas enormes e depredações em bancos e lotéricas de vários Estados brasileiros.

Já no próprio sábado, o Governo Federal publicou uma nota desmentindo o boato e, no dia seguinte, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para investigar a origem da informação falsa. Também no domingo à noite, a fanpage da Caixa Econômica Federal no Facebook publicou uma outra nota esclarecendo o caso e confirmando o pagamento do benefício no dia estipulado para cada pessoa (a liberação do saque no fim-de-semana foi excepcional por conta do boato, e suspensa já na segunda-feira, dia 20).

Para gerenciar essa situação, por meio de uma "voz de autoridade" (que oferece uma maior credibilidade para solucionar uma situação desta magnitude) na segunda-feira posterior ao boato, a presidente Dilma Rousseff discursou num evento em Ipojuca (PE) rebatendo a informação falsa e dizendo que o autor do boato é "desumano" e "criminoso". O vídeo na íntegra que esclarece os rumores e a reação de Dilma está a seguir.



Ainda em relação à repercussão nas mídias sociais, na segunda-feira, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos, publicou em seu perfil no Twitter a seguinte frase: "Boatos sobre fim do bolsa família deve ser da central de notícias da oposição. Revela posição ou desejo de quem nunca valorizou a política.". Resultado da declaração: segundo nota do portal G1, o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio, afirmou que vai apresentar requerimento, convocando a ministra para dar explicações acerca da frase.

No mesmo dia, a ministra tentou se explicar em duas postagens: "Gente,sobre tweet hj pela manhã, quero dizer que não tenho nenhuma indicação formal da origem de boatos. Singela opinião. Ñ quero politizar. / O importante é que todos os esclarecimentos estão sendo realizados. Escrevi bem cedinho e nem imaginei tal repercussão... Encerro o assunto." Como foi mostrado várias vezes neste mesmo blog, é necessário saber ouvir e se expressar nas mídias sociais, com consciência e responsabilidade para que uma outra crise não seja gerada a partir da resposta a um boato, que foi muito bem esclarecido e rechaçado pelo Governo.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

A arte de se relacionar

Por Equipe do blog Jovem Gerente*

Networking: a arte de se relacionar! Já parou para pensar o quanto boas parcerias dependem de bons networkings? Pois é, acontece em todo lugar. Conhecer novos negócios e pessoas podem te ajudar muito, tanto na vida pessoal, mas principalmente na vida profissional.

Todavia, um ponto fundamental a se citar é o quão importante é estar cercado de pessoas que estão em sinergia, aliás isso não é só o mais importante, é o essencial, é a alma de todo bom negócio ou projeto.

Conhecemos pessoas todos os dias e nesses relacionamentos é que surgem novas oportunidades de negócios. Pera aí, negócios?! Vamos falar mais sobre isso!

Nós, seres humanos, somos animais sociais, isto é, gostamos de estar em uma comunidade na qual as pessoas tenham os mesmos objetivos que nós - e é assim que nos destacamos dos outros animais. Se você tem um grupo de amigos, é porque vocês têm os mesmos interesses, desejos ou hobbies em comum, como por exemplo, gostar do mesmo esporte, estilo musical etc.



Ter uma boa rede de relacionamento, ou seja, um bom networking, é a mesma coisa só que em ambientes profissionais. Uma rede de networking se desenvolve porque as pessoas que estão nela têm os mesmos sonhos ou as mesmas vontades. Como conhecemos pessoas todos os dias, cabe a nós identificar quais são as que almejam as mesmas coisas que nós e aproximar-se delas é fortalecer laços, isso fazemos intuitivamente, não precisamos pensar e nem forçar, já que querer estabelecer uma falsa amizade pode piorar a situação. Foi assim que o JG se envolveu como o RPitacos, ambos somos blogs, entre outras coisas e temos interesses em comum.

E é por isso que nós, equipe do blog Jovem Gerente, estamos aqui no RPitacos! Gostaríamos de aproveitar este espaço e oportunidade para convidar vocês para se aventurarem conosco no mundo do mercado de trabalho.

Gostaríamos de compartilhar e que vocês também compartilhassem com a gente, ideias, experiências, anseios e projetos. Por que não fazermos um networking agora? Então, acessa lá: www.jovemgerente.com.br, conta pra gente suas experiências e suas angústias em ser um jovem profissional.

*Conheça também os membros do JG:

Arthur Teixeira: https://www.facebook.com/arthur.teixeira
Jéssica Fleckner: https://www.facebook.com/jessica.flecknerrobles
Lidia Wagner: https://www.facebook.com/lidia.wagner
Murilo Ribeiro: https://www.facebook.com/murilo.ribeiro.96


E você, quer escrever também um post para o RPitacos? Faça como os integrantes do Jovem Gerente: se você tem um texto interessante, uma reflexão, provocação ou análise de algo pertinente à comunicação, é só mandar para o e-mail do blog.
É importante ressaltar que os textos passarão por uma avaliação dos membros do blog, antes de serem ou não aprovados, e serão publicados de acordo com a periodicidade do RPitacos.

terça-feira, 14 de maio de 2013

RPNotícias - Inscrições abertas para pós-graduação no Centro Universitário Belas Artes

Por Maíra Masiero

* Esta divulgação foi enviada por Pedro Scabim, à pedido do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. O blog não se responsabiliza por nenhum conteúdo abaixo mencionado, nem tampouco possui vínculos com o processo divulgado.

Estão abertas as inscrições para a pós-graduação em Comunicação Organizacional e Negócios do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Coordenada pelo prof. Dr. Júlio César Barbosa, a especialização estrutura-se na convergência entre a comunicação e a gestão de negócios, e tem como proposta curricular o enriquecimento da prática profissional contextualizado no cotidiano das empresas e agências por meio do conhecimento aprofundado de teorias, estudos e análises da comunicação organizacional e da gestão de negócios.

A abordagem principal está no aprendizado das organizações - tipologias, constituição e seus públicos - para a elaboração de um diagnóstico empresarial que possibilite adotar planos de comunicação efetivos e viáveis. Segundo Barbosa, “o curso é formatado a partir da ideia de um processo inteligente de aprendizado sobre a comunicação e os negócios empresarias. O foco principal é mostrar o aluno a comunicação no dia a dia da organização seu valor, sua prática sua importância para a produção de resultados favoráveis.

O curso de desenvolverá estudos na área de comunicação, cultura, governança corporativa, finanças, estratégias empresariais, branding, marketing, comunicação interna, gestão de crise, avaliação e mensuração de resultados em comunicação. “A ideia é que o aluno saiba adotar o Balanced Scorecard, o Modelo de Excelência em Gestão (MEG) da FNQ, e adaptá-lo a um planejamento de comunicação”, afirma Barbosa.

Profissionais que atuam em comunicação, em empresas privadas ou públicas, e agências de comunicação corporativa, publicidade, imprensa e relações públicas. Também se destina aos profissionais de administração, recursos humanos, psicologia, jornalismo e outros que atuam direta ou indiretamente na comunicação organizacional e queiram aprimorar habilidades específicas no segmento.

As inscrições do curso ficarão abertas até o dia 4/8, mas há um desconto 10% no valor total do curso para candidatos aprovados que se matricularem até o dia 3/6. Para mais informações, acesse www.belasartes.br/pos-graduacao/ ou entre em contato pelo telefone (11) 5576-7300.

COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E NEGÓCIOS
Carga horária: 420
Semestres: 3
Início das aulas: 12/08/2013 (2ª Feira)
Período: segundas e quartas, das 19 às 22h40, e um sábado por mês, das 8 às 11h40
Investimento (2013/2): 20 parcelas de R$ 980,00

Logo

Sobre o Centro Universitário Belas Artes de SP

Fundado em 23 de Setembro de 1925, o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo é uma das mais tradicionais instituições de ensino do país. Dividido em três unidades, o centro universitário é reconhecido pelo ensino com personalidade, posicionamento adotado em 2009. Com 17 cursos de graduação, 19 de pós-graduação e uma lista completa e dinâmica de cursos livres e de extensão, é a escola ideal para jovens que valorizam a criatividade e a liberdade de expressão e buscam conhecimento com aplicação prática no mercado profissional. Esse ambiente criativo e estimulante é proporcionado pelo caráter interdisciplinar dos cursos, a qualificação dos professores e a infraestrutura completa oferecida pela instituição. Estes são aspectos favoráveis à formação diferenciada do futuro profissional, que poderá exercer a carreira escolhida com competência e personalidade. www.belasartes.br

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Um novo ponto "G"!

Por Manoel Marcondes Neto

Este é uma alerta a todos aqueles que querem uma imprensa “mais jornalística” e menos “jornalismo de assessoria”.

Foi aprovado, em 3 de maio último, o projeto de Resolução que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Jornalismo, bacharelado, faltando agora, apenas, a sanção ministerial.

A Comissão que tratou do mesmo tema para Relações Públicas, junto ao MEC, deveria, em minha opinião, posicionar-se CONTRÁRIA à seguinte redação do Artigo 4º., Item "G":

“Incluir, na formação profissional, as rotinas de trabalho do 'jornalista em assessoria' a instituições de todos os tipos.”

Ora, uma das mazelas - senão a pior - do jornalismo brasileiro (e das Relações Públicas brasileiras, por consequência) é o imoral exercício das duas profissões pelo mesmo indivíduo, ao mesmo tempo. O conflito de interesses dispensa mais comentários, pois é conhecido de todos.

Até o mais tosco dos cidadãos compreende que um jornalista a serviço de uma empresa, promove-a nas páginas, no ar, e no ciberespaço da imprensa, desservindo a isenção, a democracia, aos cidadãos, à própria imprensa como instituição e à cidadania corporativa, sempre colocada sob suspeição a partir do exercício de tráfico de influência.

Não existe - há muito tempo (como prova a modificação da denominação da Aberje) - "jornalismo empresarial".


JORNALISTA É QUEM TRABALHA EM VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Marketing infantil, consumo responsável e foco nos públicos - Tudo junto e misturado no caso Coca-Cola

Por Maíra Masiero

No último dia 08 de maio, a Coca-Cola lançou, a nível mundial, novas diretrizes para melhorar a sua imagem diante das quedas de vendas em alguns países e da assimilação da marca a problemas ligados à obesidade. Segundo o site Meio & Mensagem, além da busca pela diminuição (ou eliminação) das calorias de seus produtos, uma das iniciativas da marca é não direcionar mais suas mensagens publicitárias a crianças menores de 12 anos de idade, utilizando-se de figuras referentes ao contexto infantil.

Fonte: Blog Bruna Lobo
Isso somente oficializa de modo geral o que a empresa tinha declarado já em agosto de 2009, segundo consta no site oficial da Coca-Cola no Brasil, juntamente com mais 21 empresas líderes dos setores de alimentos e bebidas associadas à ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentação) e a ABA (Associação Brasileira de Anunciantes). Nessa ocasião, a marca assume a missão de ter uma postura responsável sobre a alimentação das crianças, como se vê a seguir nesse trecho do compromisso:

"A empresa já possuía há muitos anos uma política de não veicular propagandas de seus refrigerantes em programas de televisão cujo principal público-alvo fossem crianças com menos de 12 anos. Com a ampliação do portfólio da empresa para diferentes segmentos de bebidas não alcoólicas, a empresa ampliou para todos os seus produtos essa política, totalmente alinhada com a nossa plataforma de sustentabilidade Viva Positivamente.
A Coca-Cola Brasil acredita que, com a criação deste compromisso voluntário coletivo, dá uma contribuição para expandir uma postura responsável, que reconhece o papel dos pais na orientação da alimentação das crianças."


Jogada de marketing apenas ou uma preocupação concreta com o futuro das crianças, o que se pode dizer é que ações de responsabilidade como estas não são mais tanta novidade assim, pelo menos em relação às grandes marcas. O conceito de consumo responsável é algo inerente ao pensamento contemporâneo das marcas de alimentos e bebidas, e se divide, de modo simplificado, em duas vertentes: no que se refere à obesidade, desnutrição e saúde; e ao consumo de bebidas alcoólicas e realização de propagandas de produtos para as crianças.

Esta diferenciação é especificada no artigo Sustentabilidade corporativa - alimentos e bebidas, de Clarissa Lins, Hiroshi C. Ouchi e Ulrich Steger (2006), e ainda é complementada com dados importantes acerca da sustentabilidade corporativa, com a realização de entrevistas com executivos de várias empresas e de questionários para 30 profissionais de alta e média gerência no setor.

Num pensamento mais complexo, poderia ser dito que esta proibição de propagandas voltadas diretamente para o público-alvo infantil não necessariamente quer dizer que a Coca-Cola desprezará este segmento da população, mas que tentará atingi-la de outras formas, até mesmo indiretamente, por influência dos pais, parentes e responsáveis, que seriam o foco principal das próximas campanhas das marcas como a Coca-Cola.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Chapeuzinho exorcista ou terror de época? - Determinismo, vocação e mudanças

Por Maíra Masiero

Este post começa com uma pergunta simples: o que seria da protagonista desfigurada de um filme de terror numa produção romântica, num musical da Chapeuzinho Vermelho ou num outro comercial popular? Provavelmente não se sairia tão bem na história ou, no mínimo, passaria por dificuldades para se adaptar aos objetivos de cada trabalho.

É o que a Panamericana Escola de Arte e Design mostra num comercial em que uma atriz mostra-se insatisfeita porque só é chamada para fazer filmes de terror, por sua aparência estranha, talvez incompatível com outros papéis. A assinatura final da propaganda tenta justificar a brincadeira: “Se você nasceu para uma coisa, não adianta fazer outra.”



Entre muitos comentários elogiosos nas redes sociais, há algumas ressalvas sobre o final da propaganda e a moral que ela traz: pra alguns, a sua assinatura soa como determinista, pois retrai o esforço feito por um indivíduo para conseguir melhorar em algum aspecto considerado mediano, talvez pelo uso da expressão "não adianta", que pode ser entendida como algo irreversível.

Como defesa desse argumento, houve respostas que interpretaram a assinatura de uma forma diferente, no sentido de que a pessoa pudesse fazer alguma coisa que mais se enquadrasse com seu perfil. No campo profissional, é necessário, sim, identificar claramente a vocação, porém sem se fechar para outras áreas que possam contribuir para a formação integral do indivíduo. E é nisso que a orientação vocacional precisa tomar cuidado, como mostram Josemberg M. de Andrade, Girlene R. de Jesus Maja Meira e Zandre B. de Vasconcelos no artigo O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios (2002):

"Outro aspecto questionado é a real finalidade do processo de OV [orientação vocacional]. Este, ao passo que é entendido como um amplo processo que induz ao conhecimento, não pode ter apenas a finalidade de informar sobre carreiras profissionais, e sim, levar o jovem a fazer uma reflexão no sentido de realizar a sua escolha profissional de forma amadurecida e consciente. Deve haver uma conscientização de que em muitos casos os serviços de orientação profissional – que prestam informações, apenas, sobre profissões – tem um alcance restrito e, algumas vezes, não chegam a resultados totalmente satisfatórios. Sabe-se que a escolha profissional não é um momento estático no desenvolvimento de um indivíduo; ao contrário, é um comportamento que se inclui num processo contínuo de mudança da personalidade (Bohoslavsky, 1993), e a OV só atinge sua finalidade quando leva em consideração essa mobilidade."

Portanto, o alcance restrito dos processos de descoberta de qual profissão seguir, aliada com as mudanças gradativas que muitas pessoas sofrem ao longo do tempo, talvez derrube a visão determinista e reforce o que a propaganda queria passar, que é a identificação com um segmento específico da ciência, sem se limitar a um nome específico de curso (por curiosidade, a Panamericana Escola de Arte e Design possui cursos em diversas áreas, como Moda, Fotografia, Comunicação, Design, entre outros). O debate está aberto.