sexta-feira, 27 de abril de 2012

Irreverência ou indecência? - Os limites do humor das fanpages mercadológicas

Há um ditado popular que diz que "um dia sem rir é um dia perdido". Realmente o bom humor ajuda as pessoas a viver de forma mais saudável e leve, e até ajuda a prevenir doenças. Quando se fala em mídias sociais, um dos conteúdos mais repassados são os de humor, e as empresas que possuem páginas e perfis oficiais começam a se utilizar de ações humorísticas para se aproximar dos seus públicos-alvo, geralmente jovens. Porém, é necessário que as empresas reflitam quais são os seus limites neste humor, justamente para não afastar pessoas que seriam adeptas à marca.

A marca de chocolates Bis, pertencente à Lacta, promove, em sua fanpage oficial no Facebook, uma série de figuras intituladas #TiposDeBis, que mostram alguns adjetivos e substantivos (reais ou neologismos criados pela ação) relacionados com a sílaba que forma o nome do produto e, assim, o personifica como agente das palavras que o representam, como "Zumbis", "Cobisçado", "Bislionário", "Sambista", "Cubista", "Bis Universo", entre outros.

Porém, nenhum destes atributos gerou maior repercussão como o da última quinta-feira, dia 26 de abril. Segundo matéria publicada no Portal Exame, a imagem desta vez mostra uma boneca em forma de Bis (a representação da personificação, como já foi dito), com uma saia bem justa, brincos de argola e apresentando cabelos bem lisos. Antes da foto, estava a frase: "Taí um #TipoDeBis que você vê em toda parte... Se você viu uma hoje, COMPARTILHE!". Acima, a hashtag da ação: #TiposDeBis e, abaixo, a palavra "biscate".



Houve uma grande repercussão nas mídias sociais e opiniões divididas entre os que gostaram da ação, por ser polêmica e ousada, e os que não gostaram, por conta de ser ofensiva. Ainda havia quem acreditasse que isto fosse um sinal de invasão da página por hackers. Na mesma matéria, a Lacta se pronunciou oficialmente sobre o caso:

"A campanha de Bis no Facebook, entitulada "Tipos de Bis", tem a intenção de ser irreverente e bem-humorada, alinhada com o público-alvo da marca, formado por jovens de 18 a 24 anos. Pedimos desculpas caso algum de nossos posts tenha soado ofensivo."

Este episódio pode gerar a seguinte discussão: até que ponto a irreverência numa página oficial de um produto (seja no Twitter, Facebook ou em outras redes sociais) pode ajudar ou prejudicar a formação da imagem da marca? Qual seria um possível limite para o humor nos contatos oficiais entre empresas e consumidores?

Outro exemplo recente deste exagero (ou ousadia) foi visto no perfil oficial brasileiro do Halls, em que uma foto, customizada com a marca da empresa, traz a seguinte sugestão: "Pegaria muito a namorada do meu amigo". A maioria dos comentários na foto criticam a ação, causando uma repercussão negativa para a marca, que é difícil de ser apagada, pois já há centenas de compartilhamentos das fotos.

Com esses dois episódios, as marcas precisam entender o comportamento e os valores dos públicos interessados e ter jogo de cintura para tentar não ofender a nenhum de seus consumidores e, se isso acontecer, se explicar de maneira rápida, eficiente e convincente.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

RPitacos: Divulgação II Desafio Hora Extra (via RPjr)

Este post atende ao pedido da valorosa equipe da RPjr (Empresa Júnior de Relações Públicas) da UNESP Bauru e divulga o lançamento do II Desafio Hora Extra, outra grande ação com o intuito de valorizar nossa profissão! O blog RPitacos tem a honra de apoiar este Desafio, pois entende a sua importância para propor aos alunos uma experiência prática do que eles irão encontrar no mercado de trabalho! Obrigado à equipe da RPjr pela confiança neste blog!
O release abaixo foi feito pela Diretoria de Comunicação da empresa.

II Desafio Hora Extra – Transforme seu tempo em Desafio 

O Desafio Hora Extra 2012 é um evento em formato de jogo idealizado pela RPjr - Empresa Júnior de Relações Públicas da Unesp de Bauru, que visa proporcionar aos graduandos participantes um contato com a vida profissional por meio de situações reais, a fim de desafiá-los e prepará-los para o mercado de trabalho. Além disso, o Desafio é uma oportunidade para que os alunos coloquem em prática todo o conteúdo teórico abordado durante sua formação acadêmica.

O jogo abordará o tema "Imagem Institucional", que será trabalhado em três fases não eliminatórias, as quais ocorrerão de junho a dezembro de 2012. Serão no máximo dez equipes, totalizando cinquenta participantes, que desempenharão o trabalho em micro empresas de Bauru as quais deverão fornecer informações necessárias para o andamento do projeto.

As três fases do Desafio consistirão em:

• Primeira fase: Estruturação de um setor de comunicação próprio da empresa, com funções delegadas para cada integrante da equipe

• Segunda fase: Diagnóstico completo da organização

• Terceira fase: Elaboração de um Plano de Comunicação, contendo obrigatoriamente uma ação de responsabilidade social, e apresentação do trabalho.

Além disso, haverá premiações às 3 equipes com melhor desempenho, sendo estas:

1º lugar: Viagem a um ponto turístico
2º lugar: Aparelhos eletrônicos
3º lugar: Incentivo acadêmico

O regulamento deve ser obedecido e como forma de avaliação haverá uma Banca Avaliadora, composta por três jurados reconhecidos no campo da Comunicação.
A primeira edição do Desafio Hora Extra, realizado em 2010, foi um evento que ganhou o primeiro lugar na Expocom Nacional (Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação), um dos grandes congressos de Comunicação, na categoria Organização de eventos em Relações Públicas. Isso trouxe reconhecimento e credibilidade tanto ao projeto como à RPjr, que se tornou motivador a realizar a edição de 2012.

Observação do blog RPitacos: As inscrições para a segunda edição do Desafio serão de 17 de maio a 01 de junho, e maiores informações podem ser vistas pelo site: http://www.wix.com/desafiohoraextra2012/rpjr

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A interatividade e a reatividade dos relações-públicas: uma relação possível

Muitas vezes, os programas de televisão, rádio e até sites e plataformas de Internet bradam, a plenos pulmões, que "a interatividade é total", que as pessoas "têm voz e têm vez", tem "liberdade de se expressar sem censuras", que "toda sugestão é bem vinda". Mas será que isso realmente ocorre? Será que é correto dizer que tudo isto é interação de verdade?

O que muitas vezes é chamado de interatividade pelas pessoas e pelas empresas acaba sendo, na verdade, um outro processo chamado de reatividade que, segundo Luciana Mielniczuk no artigo Interatividade como dispositivo do jornalismo online (2000, p. 03), "estaria ligado à idéia de registrar a reação da audiência através de um menu de opções", enquanto uma genuína interatividade exige a resposta clara e concisa da audiência, precisa ser uma ação comum entre dois ou mais agentes, que estes tenham a mesma capacidade de influir no desenvolvimento da ação e que esta interação não seja totalmente previsível.  

Ou seja, escolher qual pessoa sairia vencedora de um concurso musical, "encomendar" uma programação dentro das opções oferecidas por uma grade fechada de programas ou ainda responder a uma pergunta previamente concebida não são formas de interatividade, e sim de reatividade, pois as opções são ofertadas pelo emissor da mensagem, e não produzidas pelo receptor.

Alex Primo, no artigo Interação mútua e interação reativa: uma proposta de estudo, publicado na Revista da Famecos, n. 12, p. 81-92, jun. 2000, mostra vários teóricos que expressam diferentes conceitos em relação a interatividade e a reatividade. Ainda neste artigo, Primo mostra o porquê da diferenciação entre relações de reatividade e de interação plena: (2000, p. 06):

"Tomando esse entendimento, uma relação reativa não seria interativa. De fato, a primeira se caracteriza por uma forte roteirização e programação fechada que prende a relação em estreitos corredores, onde as portas sempre levam a caminhos já determinados à priori. A relação reativa seria, pois, por demasiado determinística, de liberdade cerceada."

Se se pode conceituar relações entre pessoas por meio destas duas características, por que não levar estas teorias para o ambiente em que se encontra o profissional de Relações Públicas e, mais especificamente, para as suas características pessoais?

Os profissionais de Relações Públicas, muitas vezes pelo desânimo e por não terem ainda uma consciência de sua importância nas organizações, se comportam como pessoas reativas, ou seja, que possuem um roteiro já pronto de opções (ou ainda: não possuem um vasto repertório e se prendem a iniciativas burocráticas), sem espaço para inovações.

O profissional interativo mútuo, por outro lado, mostra uma grande disposição para o desenvolvimento de novas ideias, para evoluir em seus conceitos e aprendizados, e ainda contribui para o trabalho da empresa como um todo, não só mais recebendo ordens ou projetos, mas também idealizando-os em benefício da organização, e ainda com criatividade e sem medo de surpreender positivamente a empresa nas ideias e nos projetos.

E então, profissional de Relações Públicas, em que lado desta balança você quer ficar?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mobilização social ou jogada de marketing? - As (possíveis) facetas da Dança da Galera

Num contexto em que, por muitas vezes, os interesses individuais acabam se sobressaindo em relação à coletividade, algumas ações são feitas para tentar mudar esta realidade, provocando um envolvimento mais eficiente das pessoas, assim como uma participação mais efetiva da comunidade em assuntos relevantes para a sua manutenção. São as chamadas mobilizações sociais.

Mafra, Henriques & Braga (2004), citados por Rennan Mafra no artigo Relações Públicas e Mobilização Social: a construção estratégica de dimensões comunicativas (2007, p. 4), mostram uma das definições de mobilização social:

"a mobilização social é a reunião de sujeitos que definem objetivos e compartilham sentimentos, conhecimentos e responsabilidades para a transformação de uma dada realidade, movidos por um acordo em relação a determinada causa de interesse público."

Este mesmo artigo alerta para que não se confunda os significados de mobilização e de manifestação social, já que esse último visa somente à reunião de pessoas num certo local, realizando uma passeata ou concentradas, por exemplo, numa praça para uma ação específica. O estudo de caso a seguir é polêmico, no sentido de misturar (e até mesmo, confundir) estes dois conceitos num programa de televisão consolidado e vinculado, geralmente, às classes menos favorecidas, num horário de grande audiência, como o domingo à noite.

No domingo, dia 15 de abril, foi lançado um novo quadro no programa Domingão do Faustão, na Rede Globo. Com o nome de Dança da Galera, o quadro - que possui três episódios na primeira temporada - tem o objetivo de mostrar a mobilização de uma cidade (de até 100 mil habitantes) para ajudar projetos coordenados pelas Pastorais da Criança locais, por meio da apresentação de grandes coreografias feitas por milhares de voluntários locais, auxiliados por coreógrafos especializados e por duas celebridades (Daniele Suzuki e Joaquim Lopes) que ajudam na mobilização.

A cada programa, duas cidades se enfrentam e, pela votação da platéia presente no estúdio e dos telespectadores (através do telefone, SMS e Internet), a vencedora ganha R$ 100 mil para aplicar nos projetos e o segundo lugar, R$ 25 mil.

No primeiro dia, as cidades de Aracati (Ceará) e Diamantina (Minas Gerais) foram as escolhidas para participar, e o município nordestino venceu a votação popular, apresentando uma coreografia para a música "Pedras que Cantam", interpretada por Fagner, como visto a seguir. Segundo matéria no site do programa, foram 1.350 pessoas que representaram os 69.159 habitantes da cidade.



Além de toda a repercussão do quadro no Twitter, em que palavras relacionadas com o programa ficaram entre os assuntos mais comentados no microblog, a produção do Faustão investiu em iniciativas para a Internet, em sintonia com as mídias sociais. É de se notar que a página oficial do programa no Facebook foi criada no dia 14 de março deste ano, com um certo atraso em relação a outras atrações.

Um exemplo está num aplicativo criado para o Facebook, em que se simula a formação de palavras formadas por milhares de pessoas juntas. Iniciando a interação, a pessoa arrasta as letras e os acentos que desejar para um espaço vazio e, quando terminar, pode salvar a imagem e compartilhar com os amigos na rede social.

O que fica nesta descrição é tentar entender qual seria a intenção genuína do quadro: (1) mostrar verdadeiramente a mobilização social de uma cidade em prol de um projeto específico, (2) promover uma "jogada de marketing" para as marcas envolvidas no patrocínio do quadro, (3) demonstrar uma espécie de manifestação social ou, até mesmo, (4) ter uma ligação com a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014 - em relação á integração nacional, ao protagonismo do cidadão?

O colunista do UOL Maurício Stycer, em artigo publicado em seu blog sobre o quadro, tem uma sugestão de como classificar o Dança da Galera: "Competição? Entretenimento? “Dança da Galera” se mostrou, sem muita sutileza, um esforço de relações públicas [grifo nosso] da Globo. Só faltou Faustão dizer: “Estamos juntos, galera!”" Com isso, fica outra pergunta a ser respondida: esta ação do Domingão do Faustão pode ser realmente considerada como uma ação de Relações Públicas?

Para tentar responder à primeira questão, um dado interessante está num comentário dado ao vídeo posto neste estudo de caso, que mostra, de forma alegórica, a diferença entre se fazer uma manifestação e mobilizar a sociedade para um objetivo comum. Ele diz o seguinte:

"Sabado dia 21 haverá mais uma audiencia pública na casa da camara, organizado pela OAB para tentar resolver o prblema dafalta de juizes de direito em Aracati, já vamos para quase um ano e sabemos o tamanho do estrago pela falta de uma justiça justa, quanto mais morosa. Queria ver se pelo menos 10 % da população que se 'engajou' na dança justificada pelo premio de R$ 100.000,00 "tudo pelo social" se estarão presentes no próximo encontro"

De fato, é necessário se precaver com estas situações, pois o programa passa, o grande acontecimento da cidade passa, mas permanecem os problemas sociais, as dificuldades financeiras, os contratempos políticos. Por isso,  Márcio Simeone Henriques, no artigo Comunicação, comunidades e os desafios da mobilização social (2005, p. 12) mostra que a mobilização social, de fato, precisa ter uma

"contínua formulação estratégica de ações de comunicação que sejam capazes de sustentar uma legitimidade pública (...), como também de sustentar os vínculos de confiança que mantêm a cooperação, que depende de uma capacidade de realimentar continuamente o debate público e reforçar os laços de identificação e de pertencimento dos sujeitos mobilizados."

Em relação à segunda pergunta, no artigo já citado de Mafra, o autor define que o trabalho de Relações Públicas oferece a esta prática de mobilização "um olhar para os sujeitos, vislumbrando-os não como grande massa, mas como públicos diferentes, compreendidos a partir de características e demandas próprias, grupos real e potencialmente capazes de estabelecer, junto a uma bandeira coletiva, processos de pertencimento a uma causa mobilizadora." (2007, p. 3).

Será que a visão da produção foi realmente buscar a diferenciação dos públicos, a história de cada um, ou foi só relacionada a dança artística ao número total de integrantes? Que o debate possa continuar.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Quer RePensar o mundo? - Processo Seletivo RPitacos 2012

No próximo mês de junho, o RPitacos completa 2 anos de atividades no ramo comunicacional. Como já foi dito em outras oportunidades, o blog surgiu em 04 de junho de 2010 sendo apenas um projeto de exercício de leitura, de escrita e, principalmente, do descondicionamento do olhar, com o objetivo de tentar olhar o mundo de um ãngulo diferente, através de conceitos teóricos (seja de Comunicação ou de outras áreas afins) e cases condizentes com a explicação dada. Porém, o que era pra ser um simples blog acabou virando uma paixão e um trabalho, reconhecido por vários nomes da área.

Uma história tão surpreendente (até mesmo para a autora) e que chega ao segundo ano de existência precisaria mudar. Assim como uma criança começa a caminhar com mais liberdade quando atinge esta faixa etária, e que precisa de parcerias para não se perder, o blog quer construir sua história precisando de uma valiosa ajuda. Para continuar a RePensar o mundo, não basta mais uma cabeça pensante: é necessário um novo olhar, uma nova percepção das coisas. E que tal ser você a pessoa que fará a diferença no mundo da comunicação, neste blog?

Por isso, a partir de hoje, está aberto o Processo Seletivo 2012 do blog RPitacos, que irá escolher um novo colaborador para este veículo de comunicação. Mas como participar deste processo?

É simples: basta você, estudante ou profissional da área de Comunicação*, escrever um texto sobre qualquer assunto veiculado à esfera comunicacional (pode ser a análise de um case, um debate ou apanhado teórico, uma aplicação de teoria numa empresa/organização...) e mandar, nas normas da ABNT e, de preferência, no programa Microsoft Word 2003, para o e-mail do blog: rpitacos@yahoo.com.br.

Assim como na ação #ILoveRP de 2010, o limite de caracteres foi determinado em homenagem às datas comemorativas da profissão: mínimo de 1202 (Dia Nacional das Relações Públicas lido em inglês: December, 02nd) e máximo de 2609 caracteres (homenagem ao Dia Interamericano das Relações Públicas), não contando os espaços entre as palavras. Atenção: todas as referências e fontes usadas deverão ser citadas e referenciadas. Podem ser usados vídeos e/ou imagens para ilustrar o conteúdo, desde que sejam referenciados e que contenham boa definição. Os vídeos precisam estar hospedados no Youtube. É necessário identificar em que lugar do texto seria inserido o vídeo ou a imagem.

IMPORTANTE: Não será tolerado plágio, e a pessoa que usar deste delito, seja por descoberta da editora ou dos censores, será automaticamente eliminada do processo. Também não serão aceitos posts que pratiquem preconceito (em qualquer área), racismo, xenofobia, homofobia ou qualquer outra forma de discriminação ou ações para denegrir, atacar ou desmoralizar qualquer pessoa. Porém, serão aceitos também os posts que mostrarem exemplos destas práticas, a fim de combatê-las sob a ótica da Comunicação ou sob a forma de denúncia.

Ao enviar o texto, é obrigatório colocar, no corpo do e-mail, o nome completo, a faculdade em que estuda, o ano do curso em que está (se já é formado, basta só o nome da faculdade) e um mini CV de 200 a 400 caracteres. O prazo para a entrega dos textos será de hoje (16 de abril) até às 23h59 do dia 11 de maio.
Os textos serão avaliados por uma Comissão (explicada a seguir) e a revelação do nome do novo colaborador do blog será feita no dia 04 de junho, data do aniversário do RPitacos. O vencedor do processo será notificado por e-mail sobre todos os detalhes acerca do seu ingresso no blog.

Já que foi citada a Comissão Julgadora do processo, o RPitacos, para avaliar os textos dos participantes, contará com dois censores renomados na área de Comunicação e, especificamente, das Relações Públicas que, juntamente com a editora do blog, irão definir a pessoa escolhida para ingressar no RPitacos. São eles:


- Alexandre Azevedo Magalhães Costa: Bacharel em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso – FACHA (no Rio de Janeiro) e em Turismo pela Faculdade da Cidade (no Rio de Janeiro). Especialista em Administração Hoteleira pela Universidade Federal da Bahia e Senac. Mestrando em Gestão Empresarial pela Faculdade Boa Viagem e Professor Universitário nas áreas de Relações Públicas e Turismo desde 1995. É Relações Públicas na Coordenadoria Especial de Relações Institucionais da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF, desde 2002. Exerce pesquisas nas áreas de: Memória, Turismo, Hotelaria e Relações Públicas.

- Marcello Chamusca: Doutorando em Educação; mestre em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social; pós-graduado em Educação Superior e Novas Tecnologias; graduado em Relações Públicas; pesquisador da área de cibercultura vinculado ao CNPq, desde 2006. É Coordenador do MBA em Mídias Sociais e do curso de pós-graduação Gestão Estratégica em Relações Públicas da Faculdade Batista Brasileira (FBB). Atualmente é secretário geral da Associação Latino-americana de Relações Públicas (ALARP-Brasil), membro do Conselho de Relações Públicas do Centro Interamericano de Comunicação (CIC) e membro associado da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM) e da Associação Brasileira de Pesquisadores da Comunicação Organizacional e Relações Públicas (ABRAPCORP).
Atua como Diretor geral do Portal RP-Bahia; editor do Guia de Relações Públicas na Internet, colunista do Portal Nós da Comunicação. É CEO da VNI Comunicação Estratégica e Digital e como consultor de Comunicação Social e Relações Públicas, com trabalhos realizados/em andamento na Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (SETUR-BA), Odebrecht S/A, Coelba/Neoenergia, Global S/A, Instituto Procardíaco, Apae Salvador, dentre outras. Organizou os e-books Relações Públicas Digitais (2010), Comunicação e Marketing Digitais (2011) e Relações Públicas Digitais 2.0 (2011); autor dos livros Relações Públicas do Brasil (2007) e Processos Infocomunicacionais e Dinâmicas Territoriais na Cidade Contemporânea (2011); autor de diversos artigos publicados em livros e periódicos científicos da área de comunicação e educação e apresentados/publicados em anais de eventos no Brasil e no exterior. Recebeu vários prêmios por mérito acadêmico e por sua contribuição às atividades de Relações Públicas no Brasil. Foi membro das comissões organizadora e científica da Cúpula Iberoamericana de Comunicadores (2006/2007).

E eles mandam um recado para quem quiser participar deste processo seletivo:

"Aos profissionais e estudantes de Comunicação e Relações Públicas,
No aniversário de dois anos, o Blog RPitacos procura um novo colaborador. Essa é uma boa oportunidade para apresentar ao mundo suas ideias e conhecimentos. Participe!"
(Alexandre Costa)

"Prezados colegas,
No próximo mês, o blog RPitacos faz 2 anos de existência. Esse é mesmo um projeto que merece o nosso respeito e admiração. Nada melhor do que crescer e agregar novas ideias e conhecimentos para comemorar esses dois anos de “vida”...Você, estudante ou profissional de comunicação e relações públicas, pode fazer parte desse crescimento e contribuir para tornar o RPitacos um projeto ainda maior e melhor. E aí? Topa o desafio? Vamos lá, se envolva, contribua para formar massa crítica da nossa área na blogosfera. O RPitacos espera a sua participação!" (Marcello Chamusca)

Participe deste processo! Se houver alguma dúvida, nesta semana, será divulgado o regulamento completo no blog! Se as dúvidas persistirem, é só entrar em contato por e-mail ou pela página do RPitacos no Facebook!

 * a prioridade será dada a participantes da área das Relações Públicas, da Comunicação (de uma forma geral) e áreas afins das Ciências Sociais Aplicadas. Estudantes e profissionais de outras áreas devem levar em conta que a profissão de Relações Públicas é regulamentada pela Lei nº. 5.377/67, portanto devem atentar a ela.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Relações Públicas e suas competências - A arte de perceber emoções

O ano de 2012 ultrapassa a metade do 1º semestre, e muitos estudantes e profissionais estão às voltas com livros, artigos e teses, a fim de construir conhecimento para aplicar no mercado de trabalho/acadêmico e no dia-a-dia, de forma geral. Porém, muitas vezes esta inteligência "intelectual" que se é construída ao longo dos anos nem sempre é suficiente para despontar nas pessoas um diferencial para ser usufruído em suas áreas de atuação.

Mais do que somente aplicar técnicas de comunicação ou de elaborar respostas precisas às dúvidas de clientes/colaboradores: é necessário entender que estes também são humanos, e que os agentes da comunicação também o são, e precisam desempenhar a arte de perceber emoções. Mayer e Salovey (1997, p. 15), citados por José Maurício Haas Bueno e Ricardo Primi no artigo Inteligência Emocional: Um Estudo de Validade sobre a Capacidade de Perceber Emoções (2003, p. 279), mostram uma definição mais completa do que se chama de Inteligência Emocional:

"A Inteligência Emocional envolve a capacidade de perceber acuradamente, de avaliar e de expressar emoções; a capacidade de perceber e/ou gerar sentimentos quando eles facilitam o pensamento; a capacidade de compreender a emoção e o conhecimento emocional; e a capacidade de controlar emoções para promover o crescimento emocional e intelectual."

Sendo assim, muitos profissionais necessitam ter uma Inteligência Emocional mais apurada, para poder desempenhar melhor as suas funções. E os relações-públicas, precisam desta competência? Se sim, em que grau e circunstâncias?

Primeiramente, os profissionais de Relações Públicas são (ou precisam ser) especialistas em se relacionar com os outros. E isto não significa somente pensar em estratégias globais, coletivas ou para um determinado segmento de público (isso é bom também!), mas também, quando se faz necessário, uma atenção personalizada, compatível com a pessoa que intervém na rotina da empresa/organização.

Quando se trata desta personalização nas redes sociais, a situação pode se complicar para a empresa que não se adapta a um público específico ou não responde a uma pessoa de forma justificável. É o caso, por exemplo, da empresa Electrolux que realiza seus atendimentos ao cliente no Twitter e no Facebook em inglês, independente do idioma em que o cliente se expressa.

Utilizando o conceito dado no início, não há oportunidade para que se controle a emoção do receptor ou para suscitar um sentimento positivo pela marca, pois, mesmo que o consumidor fale a língua inglesa, ele acharia estranho uma empresa multinacional, conhecida em todo o Brasil, não ter uma central de atendimento em Português.

Utilizar a inteligência emocional no relacionamento com o cliente é entender que emissor e receptor não são máquinas, robôs criados para falar palavras monossilábicas ou para repetir respostas completas. Logicamente, existem situações que isto será inevitável, mas nem todas podem ser respondidas de forma mecânica e impessoal.

Um caso que já foi visto neste mesmo blog foi a atitude do banco Bradesco quando um cliente relatou, em forma de poema, a perda de seu cartão na página da marca no Facebook. A empresa respondeu no mesmo estilo, preocupando-se com a pessoa que relatou o caso e inovando na forma de se relacionar com o receptor. O profissional que atualizou a página naquele momento percebeu a emoção do cliente e conseguiu se expressar de forma equivalente ao receptor, gerando surpresa e, para a maioria dos impactados com esta inovação, empatia para/com o banco, pelo menos no que diz respeito ao atendimento on-line.

Enfim, Relações Públicas e Inteligência Emocional possuem muitos pontos de convergência que precisam ser treinados a cada dia. Percepção de emoções e sensibilidade para entender os problemas dos outros não são atributos que faculdades e livros ensinam, mas sim a própria vida que oferece este aprendizado.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Marcas e webcelebridades - O preço de um viral para atuar nas marcas comerciais

Ouve-se falar muito, atualmente, em vídeos disponibilizados na rede mundial de computadores que alcançam uma certa projeção no cenário on-line (muitas vezes, também atravessando a "correnteza" e chegando à esfera das mídias tradicionais, como a televisão). Há, em muitas pessoas, este desejo de buscar a fama repentina, o reconhecimento e a diferenciação para com o outro, como relatam Heloisa Prates Pereira e Lígia Isis Pinto Bernar no artigo A superexposição de si como tendência no ciberespaço (2011, p. 04):

"Essa forma de destaque é o desejo de se diferenciar, de chamar a atenção no ciberespaço, porém a recorrência pela diferenciação pode redundar em um comportamento modelizado, padronizado que tem como prerrogativa a exposição cada vez maior da sua própria intimidade (feita por grande parte dos usuários da rede) em busca do foco mediático.
A sociedade do espetáculo (DEBORD, 1997) se expande e intensifica nos contextos interativos, com cada pluridivíduo produzindo o espetáculo de si mesmo, extrapolando a relação entre privado e público que se construiu na modernidade. Há uma dissolução, uma hibridação, que se faz ver na voracidade com que experiências íntimas são publicadas e consumidas na web. As relações sociais no ciberespaço tornam indivíduos desconhecidos em reconhecidos (...)"


Ultimamente, as marcas de diversos segmentos começam a reparar nestes virais como uma forma de se aproximar do público jovem, da geração Y. É muito difícil encontrar uma pessoa que não tenha assistido ao vídeo de uma família cantando a música Galhos Secos, de Paulo Cesar Baruk, que ficou mais conhecida como a canção do "Para nossa alegria". Com mais de 15 milhões de visualizações e muitas paródias espalhadas pela Internet, o vídeo se tornou um grande viral, tornando-se lucrativo graças a uma atuação que envolveu mídias sociais com a perpetuação de um emissor de viral, o que geralmente não acontece.

A Pepsi fez uma parceria com o trio de protagonistas do viral "Para nossa alegria" para que eles pudessem divulgar uma nova música na rede mundial de computadores. A única condição para que isto aconteça é que a marca consiga alcançar 500 mil fãs no Facebook. Uma das formas para divulgar a ação foi a veiculação de um vídeo na página oficial da Pepsi nessa rede social.



O fato é que muitos vídeos que tornam-se conhecidos pela Internet, de forma (muitas vezes) inesperada, costumam oferecer aos seus autores os chamados "15 minutos/segundos de fama" e ainda algum retorno financeiro (ou imagético).

Um outro caso que envolve, especificamente, webcelebridades já consagradas com marcas que também atuam no universo off-line, é o banco Itaú, que teve como protagonista de um de seus comerciais uma criança chamada Micah, que ficou conhecida mundialmente porque se divertia ao ver papeis sendo rasgados (eis o vídeo original).

O banco, por sua vez, pegou o vídeo e o transformou em um comercial para incentivar os clientes a cancelaram o recebimento dos extratos via correio. Sem contar as polêmicas envolvendo o lençol que cobria a almofada da sala, o Itaú conseguiu seu objetivo de conscientizar os consumidores da importância de se economizar o uso de papeis.


Como se pode ver, a utilização de webcelebridades para alavancar a imagem e as vendas da marca será algo mais comum nos próximos anos, e os 15 segundos de fama podem se tornar um pouco mais eternos para estes emissores/receptores.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Relações entre Política e a Sociedade dos Sonhos que precisam ser reais

Muitas vezes, em um mundo tão globalizado (ainda que com sua limitações), muitos são os produtos/serviços/ (até mesmo) pessoas que não se distinguem pura e simplesmente por sua composição, mas que necessitam de um diferencial para conquistar o público e, consequentemente, maior lucro para sua empresa. E por que não definir o emocional e a capacidade de se produzir sonhos como um diferencial?

Rolf Jensen, em 1999, lançou um livro chamado The Dream Society (em tradução livre para o português, A Sociedade dos Sonhos) que mostra exatamente esta situação, da valorização do emocional para se promover a imagem de marcas, empresas e - por quê não? - pessoas. Renata Barreto Malta, na dissetação de mestrado O Espetáculo Midiático: da era da Informação à Sociedade dos Sonhos pelos caminhos do Fantástico, mostra algumas ideias desse autor (2009, págs. 79-80):
 
 
"Na Sociedade dos Sonhos, proposta pelo autor [Jensen], nossas necessidades materiais não tendem a ser reduzidas, no entanto, o aspecto material receberá menos atenção. Passaremos, assim, a nos definir através de histórias e sentimentos. De alguma forma, esse processo seria uma redescoberta do passado e da força que os mitos e as histórias possuem junto às comunidades, ou seja, de como elas podem persuadir e modificar comportamentos dentro dos grupos sociais."
 
 
A chamada padronização do material começa também a atingir muitas pessoas públicas. No caso deste post, é necessário enfatizar a figura dos políticos como também participantes deste mecanismo, pois o que muito se vê nas propagandas políticas, principalmente nas últimas décadas, são tópicos voltados muito mais para o emocional das pessoas - desencadeando sentimentos - do que mostrando o que se realmente irá fazer, caso o(a) candidato(a) seja eleito(a).
Por isso, muitas vezes o discurso político se confunde com o discurso publicitário justamente por conta desta carga emocional, como mostra o artigo O marketing político e a importância da imagem-marca em campanhas eleitorais majoritárias, de Ada Kesea Guedes Bezerra e Fábio Ronaldo da Silva (2002, p. 04):
"Neste sentido, o eleitor assume um lugar de consumidor de imagens que por meio da subjetividade seduzem, provocam, emocionam. O discurso político segue a tendência do discurso publicitário impetrando o elo de identificação com o eleitor através do apelo emocional. Entra em declínio a atividade política tradicional, o engajamento direto através de partidos e entra em cena as “personalidades”, as “estrelas” do show da política de imagem."
 
 
Um dos casos mais emblemáticos, até mesmo antes da tese da Sociedade dos Sonhos ser teorizada, é a campanha do, na época, candidato à Presidência da República Fernando Collor de Mello, que se utilizou de algumas técnicas do Marketing Político para alicerçar suas campanhas midiáticas. Pode-se dizer que, no vídeo a seguir, a melodia do jingle e a demonstração do sentimento de união entre as pessoas envolvidas caracterizam um apelo emocional muito grande e, neste caso, caracterizar uma forma de se viver a Sociedade dos Sonhos.



Portanto, um dos cuidados que se deve ter em relação ao uso de técnicas do Marketing Político é justamente balancear o condicionamento à Sociedade dos Sonhos com as descrições dos projetos de governo, das propostas de transformação de realidades, para que a campanha não se torne nem muito emotiva ou racional.