terça-feira, 10 de abril de 2012

Marcas e webcelebridades - O preço de um viral para atuar nas marcas comerciais

Ouve-se falar muito, atualmente, em vídeos disponibilizados na rede mundial de computadores que alcançam uma certa projeção no cenário on-line (muitas vezes, também atravessando a "correnteza" e chegando à esfera das mídias tradicionais, como a televisão). Há, em muitas pessoas, este desejo de buscar a fama repentina, o reconhecimento e a diferenciação para com o outro, como relatam Heloisa Prates Pereira e Lígia Isis Pinto Bernar no artigo A superexposição de si como tendência no ciberespaço (2011, p. 04):

"Essa forma de destaque é o desejo de se diferenciar, de chamar a atenção no ciberespaço, porém a recorrência pela diferenciação pode redundar em um comportamento modelizado, padronizado que tem como prerrogativa a exposição cada vez maior da sua própria intimidade (feita por grande parte dos usuários da rede) em busca do foco mediático.
A sociedade do espetáculo (DEBORD, 1997) se expande e intensifica nos contextos interativos, com cada pluridivíduo produzindo o espetáculo de si mesmo, extrapolando a relação entre privado e público que se construiu na modernidade. Há uma dissolução, uma hibridação, que se faz ver na voracidade com que experiências íntimas são publicadas e consumidas na web. As relações sociais no ciberespaço tornam indivíduos desconhecidos em reconhecidos (...)"


Ultimamente, as marcas de diversos segmentos começam a reparar nestes virais como uma forma de se aproximar do público jovem, da geração Y. É muito difícil encontrar uma pessoa que não tenha assistido ao vídeo de uma família cantando a música Galhos Secos, de Paulo Cesar Baruk, que ficou mais conhecida como a canção do "Para nossa alegria". Com mais de 15 milhões de visualizações e muitas paródias espalhadas pela Internet, o vídeo se tornou um grande viral, tornando-se lucrativo graças a uma atuação que envolveu mídias sociais com a perpetuação de um emissor de viral, o que geralmente não acontece.

A Pepsi fez uma parceria com o trio de protagonistas do viral "Para nossa alegria" para que eles pudessem divulgar uma nova música na rede mundial de computadores. A única condição para que isto aconteça é que a marca consiga alcançar 500 mil fãs no Facebook. Uma das formas para divulgar a ação foi a veiculação de um vídeo na página oficial da Pepsi nessa rede social.



O fato é que muitos vídeos que tornam-se conhecidos pela Internet, de forma (muitas vezes) inesperada, costumam oferecer aos seus autores os chamados "15 minutos/segundos de fama" e ainda algum retorno financeiro (ou imagético).

Um outro caso que envolve, especificamente, webcelebridades já consagradas com marcas que também atuam no universo off-line, é o banco Itaú, que teve como protagonista de um de seus comerciais uma criança chamada Micah, que ficou conhecida mundialmente porque se divertia ao ver papeis sendo rasgados (eis o vídeo original).

O banco, por sua vez, pegou o vídeo e o transformou em um comercial para incentivar os clientes a cancelaram o recebimento dos extratos via correio. Sem contar as polêmicas envolvendo o lençol que cobria a almofada da sala, o Itaú conseguiu seu objetivo de conscientizar os consumidores da importância de se economizar o uso de papeis.


Como se pode ver, a utilização de webcelebridades para alavancar a imagem e as vendas da marca será algo mais comum nos próximos anos, e os 15 segundos de fama podem se tornar um pouco mais eternos para estes emissores/receptores.

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