sexta-feira, 27 de abril de 2012

Irreverência ou indecência? - Os limites do humor das fanpages mercadológicas

Há um ditado popular que diz que "um dia sem rir é um dia perdido". Realmente o bom humor ajuda as pessoas a viver de forma mais saudável e leve, e até ajuda a prevenir doenças. Quando se fala em mídias sociais, um dos conteúdos mais repassados são os de humor, e as empresas que possuem páginas e perfis oficiais começam a se utilizar de ações humorísticas para se aproximar dos seus públicos-alvo, geralmente jovens. Porém, é necessário que as empresas reflitam quais são os seus limites neste humor, justamente para não afastar pessoas que seriam adeptas à marca.

A marca de chocolates Bis, pertencente à Lacta, promove, em sua fanpage oficial no Facebook, uma série de figuras intituladas #TiposDeBis, que mostram alguns adjetivos e substantivos (reais ou neologismos criados pela ação) relacionados com a sílaba que forma o nome do produto e, assim, o personifica como agente das palavras que o representam, como "Zumbis", "Cobisçado", "Bislionário", "Sambista", "Cubista", "Bis Universo", entre outros.

Porém, nenhum destes atributos gerou maior repercussão como o da última quinta-feira, dia 26 de abril. Segundo matéria publicada no Portal Exame, a imagem desta vez mostra uma boneca em forma de Bis (a representação da personificação, como já foi dito), com uma saia bem justa, brincos de argola e apresentando cabelos bem lisos. Antes da foto, estava a frase: "Taí um #TipoDeBis que você vê em toda parte... Se você viu uma hoje, COMPARTILHE!". Acima, a hashtag da ação: #TiposDeBis e, abaixo, a palavra "biscate".



Houve uma grande repercussão nas mídias sociais e opiniões divididas entre os que gostaram da ação, por ser polêmica e ousada, e os que não gostaram, por conta de ser ofensiva. Ainda havia quem acreditasse que isto fosse um sinal de invasão da página por hackers. Na mesma matéria, a Lacta se pronunciou oficialmente sobre o caso:

"A campanha de Bis no Facebook, entitulada "Tipos de Bis", tem a intenção de ser irreverente e bem-humorada, alinhada com o público-alvo da marca, formado por jovens de 18 a 24 anos. Pedimos desculpas caso algum de nossos posts tenha soado ofensivo."

Este episódio pode gerar a seguinte discussão: até que ponto a irreverência numa página oficial de um produto (seja no Twitter, Facebook ou em outras redes sociais) pode ajudar ou prejudicar a formação da imagem da marca? Qual seria um possível limite para o humor nos contatos oficiais entre empresas e consumidores?

Outro exemplo recente deste exagero (ou ousadia) foi visto no perfil oficial brasileiro do Halls, em que uma foto, customizada com a marca da empresa, traz a seguinte sugestão: "Pegaria muito a namorada do meu amigo". A maioria dos comentários na foto criticam a ação, causando uma repercussão negativa para a marca, que é difícil de ser apagada, pois já há centenas de compartilhamentos das fotos.

Com esses dois episódios, as marcas precisam entender o comportamento e os valores dos públicos interessados e ter jogo de cintura para tentar não ofender a nenhum de seus consumidores e, se isso acontecer, se explicar de maneira rápida, eficiente e convincente.

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