
Ou seja, escolher qual pessoa sairia vencedora de um concurso musical, "encomendar" uma programação dentro das opções oferecidas por uma grade fechada de programas ou ainda responder a uma pergunta previamente concebida não são formas de interatividade, e sim de reatividade, pois as opções são ofertadas pelo emissor da mensagem, e não produzidas pelo receptor.
Alex Primo, no artigo Interação mútua e interação reativa: uma proposta de estudo, publicado na Revista da Famecos, n. 12, p. 81-92, jun. 2000, mostra vários teóricos que expressam diferentes conceitos em relação a interatividade e a reatividade. Ainda neste artigo, Primo mostra o porquê da diferenciação entre relações de reatividade e de interação plena: (2000, p. 06):
"Tomando esse entendimento, uma relação reativa não seria interativa. De fato, a primeira se caracteriza por uma forte roteirização e programação fechada que prende a relação em estreitos corredores, onde as portas sempre levam a caminhos já determinados à priori. A relação reativa seria, pois, por demasiado determinística, de liberdade cerceada."
Se se pode conceituar relações entre pessoas por meio destas duas características, por que não levar estas teorias para o ambiente em que se encontra o profissional de Relações Públicas e, mais especificamente, para as suas características pessoais?
Os profissionais de Relações Públicas, muitas vezes pelo desânimo e por não terem ainda uma consciência de sua importância nas organizações, se comportam como pessoas reativas, ou seja, que possuem um roteiro já pronto de opções (ou ainda: não possuem um vasto repertório e se prendem a iniciativas burocráticas), sem espaço para inovações.
O profissional interativo mútuo, por outro lado, mostra uma grande disposição para o desenvolvimento de novas ideias, para evoluir em seus conceitos e aprendizados, e ainda contribui para o trabalho da empresa como um todo, não só mais recebendo ordens ou projetos, mas também idealizando-os em benefício da organização, e ainda com criatividade e sem medo de surpreender positivamente a empresa nas ideias e nos projetos.
E então, profissional de Relações Públicas, em que lado desta balança você quer ficar?
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