terça-feira, 29 de maio de 2012

Do off para o on-line (e vice versa) - Comunicação e transição de esferas

Num contexto social em que, por várias vezes, a vida virtual se confunde com a real (e, até, a exclui de uma certa maneira), tem-se várias formas de transição, do real para o virtual - e vice versa -, a saber: os diários impressos tornando-se blogs, os relacionamentos interpessoais sendo substituídos por conversas pelos comunicadores instantâneos ou pelos bate-papos inseridos nas redes sociais. Porém, tem outras transições que chamam mais ainda a atenção, por marcarem características exclusivas.

Um exemplo de transição possível da esfera virtual para a real está numa ação feita para a marca de veículos Jeep. Neste final de maio, as pessoas que passam pelo Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, podem ver uma "linha do tempo" física de 100 metros, contando a história da marca desde a década de 1940, quando o primeiro veículo foi criado, até os dias atuais.
Aliás, é interessante reparar que a linha do tempo, utilizada pelo Facebook, além de servir para esta transição proposta pela Jeep, também é resultado da transição de conteúdos que estariam presentes em diários, arquivos, bibliotecas (esfera offline) para o meio digital. Portanto, essa ação da Jeep mostra exatamente o inverso do que o conteúdo do Facebook propõe, ou seja, a volta (mesmo que momentânea) dos conteúdos para fora da rede mundial de computadores.
Algumas matérias em programas de televisão mostram pessoas que colecionam objetos, seja de um time de futebol favorito ou de um interesse muito forte. As coleções também, agora, podem ser intangíveis, não palpáveis. A rede social Pinterest, que começou a ser desenvolvida em 2009, tem a função de compartilhar fotos, selecionadas e agrupadas por temas pelos usuários, que podem comentar coleções de outras pessoas. Em 2011, o site teve uma grande expansão, sendo considerado um dos 50 melhores do ano pela revista Time

Em entrevista ao Portal Exame, já referenciada acima, o executivo da Wunderman Nova York Nick Moore afirma que o mérito do site é justamente em digitalizar o processo de organização das coisas:

"O Pinterest se tornou o que é porque percebeu uma necessidade básica humana de colecionar, coletar e organizar coisas, mostrar aos amigos o que interessa. Isso acontece não por causa de sua esperteza técnica – embora a técnica seja muito esperta -, e sim porque eles observaram o que reflete quem cada pessoa é. Também é muito rico visualmente, e isso é uma tendência."

Portanto, as transições entre esferas virtuais e reais estão se tornando cada vez mais frequentes, e o que se espera é que haja equilibrio entre estas duas facetas que o mundo oferece.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O que chegou para não ficar - Estratégias de instalação de lojas pop-ups

O comércio físico (de rua) agrega uma grande parcela dos procedimentos de compra em todo o mundo, mesmo com o avanço do e-commerce (comércio eletrônico), e muitas são as estratégias para atrair os clientes de forma eficaz e surpreendente, voltadas para essa esfera off-line: desde a mais simples - porém eficiente - organização dos produtos e da decoração, até empreendimentos mais arriscados, como este post do blog vai mostrar.

Provavelmente, enquanto estão lendo este texto, muitas pessoas tiveram a (des)agradável experiência de ver uma janela aparecendo, chamada de pop-up, oriunda de uma outra página virtual, geralmente com informações sem muita relevância, e que só serve, muitas vezes, para atrapalhar a leitura do usuário, que a fecha rapidamente. E o que tem a ver Internet com a organização de lojas físicas?

O campo off-line também possui os seus elementos pop-up. O movimento de lojas temporárias é mais tradicional nos Estados Unidos, porém o Brasil assimilou esta tendência somente nos últimos anos. O sistema de lojas pop-up funciona da seguinte maneira: as lojas se instalam temporariamente, geralmente não por mais de seis meses, para aproveitar contextos, oportunidades ou momentos com grande fluxo de clientes, ou ainda como um teste para verificar o mercado antes de implementar uma loja definitiva. 

E quais são as vantagens e as desvantagens de se investir nestas lojas temporárias? Quem explica sobre isso é o sócio da Gouvêa de Souza Marketing, Varejo e Canais de Distribuição, Alberto Sorrentino, em declarações publicadas no site Bonde:

"Um dos elementos que fazem as operações serem bem-sucedidas é você oferecer algo que não se repete. Um produto que acabe e não volte mais, uma experiência diferente agregada ao produto.
(...)
Se a execução for mal feita, todo projeto pode ir por água abaixo. São falhas como subdimensionar a demanda, não cumprir padrões de qualidade prometidos, faltar produtos por busca acima do esperado ou praticar atendimento sem o padrão de referência da marca."


As lojas temporárias já marcaram presença em vários eventos importantes, como o São Paulo Fashion Week 2009 e, no próximo mês de julho, serão inseridos dois empreendimentos desta natureza pela Samsung (foto acima) durante os Jogos Olímpicos de Londres, entre 27 de julho e 12 de agosto, pelos motivos já citados anteriormente: para aproveitar a maior circulação de pessoas num tempo determinado e para que as pessoas testem, no caso da Samsung, alguns produtos e se insiram no universo da marca.

Para os profissionais de comunicação, uma das grandes responsabilidades em se ter lojas com esta dinamicidade é manter o mesmo rítmo delas, só que na divulgação e nas estratégias para envolver os clientes. Ter pensamento rápido, criatividade, para não deixar as ações previsíveis, e jogo de cintura para algumas situações mais formais (como o aluguel temporário de um imóvel) são características importantes para que a loja não se transforme num pop-up inconveniente da Internet, que é fechado rapidamente sem se aproveitar nada.

Para encerrar este post, está a seguir uma matéria que explica melhor sobre as lojas pop-up, exibida no programa Catarina (Record News), do dia 28 de fevereiro de 2009. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

Vários barzinhos e ações - Karaokê como instrumento de comunicação dirigida

Provavelmente muitas pessoas querem ter os seus minutos de fama e/ou de cantor famoso. E vários lugares proporcionam este espaço aos seus públicos, colocando músicas somente com o instrumental para as pessoas soltarem a voz, e ainda conferirem uma pontuação referente à sua afinação (ou desafinação). É o chamado Karaokê. Mas de onde veio esta palavra? Segundo o site Sonoo, a origem do termo é japonês:

"A expressão "KARAOKÊ" começou num barzinho, há 30 anos, na cidade de Kobe, Japão, quando o dono desse estabelecimento tocava fita cassete instrumental e os seus fregueses cantavam em conjunto.
O costume tradicional do Japão é cantar em volta de amigos, tomando saquê em rodízio que até hoje isso prevalece, mas em estilo bem mais sofisticado, e continua sendo um passatempo relaxante, cantando com entes queridos. (...) É um momento agradável, abrandante, sem competição, onde pode-se abrir o coração, nascendo daí, a verdadeira e sincera amizade.
(...)
Na verdade KARAOKÊ é um termo que vem de duas palavras. Uma de origem japonesa que significa KARAPPO, vazio e a outra de origem inglesa ORCHESTRA que significa orquestra. Como o povo japonês é perito em resumir, cortar ou misturar uma palavra e juntar-se à outra, acabou criando esse vocábulo tão familiar."


Além de proporcionar momentos de entretenimento às pessoas, o karaokê pode até, incrivelmente, ser um meio de comunicação eficaz para alertar o público sobre situações importantes, de uma forma inusitada e inesperada. Dois casos recentes mostram a importância deste instrumento para repassar, ao público interessado, a mensagem desejada.

Os estabelecimentos Bar Aurora e Boteco Ferraz utilizaram o karaokê para alertar os seus clientes a respeito da dualidade perigosa do "beber e dirigir". Um palco foi montado nestes bares para que as pessoas pudessem cantar, como poderia acontecer habitualmente. Porém, o diferencial era um bafômetro escondido dentro do microfone, que detectava a quantidade de álcool que cada cantor continha no sangue. Como muitos os detectados não tinham condições para sair dirigindo, os participantes receberam, como recompensa, um vale desconto de táxi.



Já o movimento de conscientização SWU, que visa a sustentabilidade, também se utilizou do karaokê, aproveitando-se do uso que o próprio projeto faz da música como forma de engajar os públicos, para alertar as pessoas sobre os desastres ambientais que ocorrem no Planeta. Ao invés das paisagens bonitas que, geralmente, aparecem enquanto as pessoas cantavam, cenas de poluição e desmatamento foram inseridas no vídeo. No fim da música, aparecia a pontuação atingida pelo cantor e, depois, a frase “E para as suas atitudes com o Planeta, que nota você merece?”



Com isso, pode-se dizer que a criatividade e o fator inesperado das ações de comunicação são pontos importantes para que se tenha uma maior repercussão, e o karaokê pode ajudar de maneira significativa nestas estratégias.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Gestão de marca Fênix - O uso do rebranding para "ressuscitar" marcas

Muitos conhecem a história da fênix, um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. A enciclopédia livre Wikipédia traz um detalhamento desta lenda mitológica:

"Os gregos parecem ter se baseado em Bennu, da mitologia egípcia, representado na forma de uma ave acinzentada semelhante à garça, hoje extinta, que habitava o Egito. Cumprido o ciclo de vida do Bennu, ele voava a Heliópolis, pousava sobre a pira do deus Rá, ateava fogo em seu ninho e se deixava consumir pelas chamas, renascendo das cinzas. (...) De forma semelhante a Bennu, quando a ave sentia a morte se aproximar, construía uma pira de ramos de canela, sálvia e mirra em cujas chamas morria queimada. Mas das cinzas erguia-se então uma nova fénix, que colocava piedosamente os restos da sua progenitora num ovo de mirra e voava com ele à cidade egípicia de Heliópolis, onde os colocava no Altar do Sol."

Existem algumas marcas que fizeram sucesso em várias décadas que, após sumirem por um tempo da mídia e das divulgações (ora por não conseguirem o mesmo êxito em suas campanhas, ora por realmente destativarem suas marcas do mercado), ressurgem com um novo posicionamento, atualizado com as novas tendências e com estratégias de marketing voltadas também às mídias sociais.

Esta situação é uma das finalidades quando se fala de um processo chamado de rebranding, e será usado, para explicar este conceito, a definição utilizada pelo site DFA:

"O Rebranding deve ser parte de uma estratégia global de marca, produtos ou serviços, e pode envolver uma mudança radical na marca figurativa, nominativa, na imagem da empresa, suas estratégias de marketing e na criação de novos conceitos em comunicação. O objetivo é reposicionar a marca ou a empresa e seu perfil frente ao mercado ou mesmo promover melhorias em sua imagem. Seja para revitalizar, recuperar ou recriar valores, projetos bem sucedidos de Rebranding trazem resultados significativos na maneira como a empresa é percebida pelo mercado."

Para mostrar um exemplo recente de como o processo de rebranding ajuda no reaparecimento de marcas, a tradicional marca de eletrônicos Gradiente, após seis anos de ausência no mercado, retornou às lojas neste ano de 2012. Um dos grandes motivos para essa volta é o fato de que o relacionamento dos consumidores com a marca, segundo uma série de pesquisas, ainda era forte, justamente pela grande proximidade com a ideia de família, de carinho e de tecnologia.

O ponto de partida para a retomada da Gradiente será um relançamento: o Meu Primeiro Gradiente, sucesso na década de 1980. Segundo a matéria do Portal Exame já referenciada, o aparelho de som volta com algumas novidades tecnológicas, (como entrada USB e acesso à internet), porém com o mesmo design colorido e divertido do passado. A marca ainda não lançou um comercial para este produto (o que talvez aconteça no segundo semestre), mas, pelo que se vê na sua propaganda de 1989, o enfoque humorístico e solto deve permanecer.



Em relação às estratégias de Marketing, neste mês de maio, a Gradiente já instituiu uma fanpage no Facebook (ainda incompleta e sem uma grande interação com seus seguidores), um perfil no Twitter e um blog, especializado em mostrar inovações e soluções na área da tecnologia. O interessante é que o blog existe desde outubro de 2010, já preparando, na época, os clientes para o retorno da marca.

O rebranding acontece na Gradiente quando volta os seus esforços mercadológicos também para a classe C que, nos últimos tempos, são os grandes consumidores de produtos tecnológicos. Além disso, há a modernização de sua logomarca, deixando-a mais atraente ao público, sem perder as características que a fizeram lembrada, até mesmo, nos anos de ausência do mercado.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ética profissional e comunicação organizacional - Caso Yahoo

Um dos quesitos mais cobrados para que uma pessoa seja considerada como um bom profissional é, além de ter um currículo compatível com o cargo na empresa e habilidades bem desenvolvidas, ter uma posição ética no mercado. Mas o que é ser ético? Definir ética não é fácil, e muito se confunde o seu conceito com o de moral. A definição usada neste post será vista por Rosana Soibelmann Glock e José Roberto Goldim, no artigo Ética Profissional é compromisso social (2003, p. 01):

"A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética."

Recentemente, a companhia Yahoo! descobriu uma fraude no currículo de seu CEO, Scott Thompson, que, segundo investigações, mentiu no currículo que possuía faculdade de Ciências da Computação, quando só possuía o curso de contabilidade. No domingo, dia 13 de maio, foi anunciada a saída do executivo da companhia e ainda foi diagnosticado com câncer na tireoide.

Se é verdadeira ou não esta fraude, pode-se até discutir. Porém, inspirado nesta notícia, é necessário compreender a grande importância da ética profissional nas relações humanas. O currículo é a apresentação do profissional perante a sociedade e, principalmente, nas empresas. Os dados precisam ser totalmente corretos e verdadeiros, a fim de evitar problemas no futuro para as empresas e para o próprio "mentiroso".

É muito mais viável (e, moralmente, mais aceitável) não conseguir, por um tempo, um emprego melhor (por conta da falta de qualificação) do que conseguir esta vaga melhor, porém às custas da mentira, do exagero dos dados presentes no currículo.

Já que profissionais, especialmente os de Relações Públicas, cuidam da imagem e da reputação das empresas/instituições em que trabalham (seja de forma direta, como os relações-públicas, seja de forma indireta, pois todos os colaboradores precisam zelar pela imagem da empresa em que estão), por quê não cuidar da própria imagem, não aumentando nem omitindo dados importantes para o currículo? Nesta atividade, ética, conhecimento, comunicação eficiente e imagem estão juntas, em prol de um comportamento mais ético por parte das empresas.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

RPitacos: Divulgação II Desafio Hora Extra (via RPjr - complemento)

Este post atende, mais uma vez, ao pedido da valorosa equipe da RPjr (Empresa Júnior de Relações Públicas) da UNESP Bauru e divulga o lançamento do II Desafio Hora Extra - Transforme seu tempo em desafio, outra grande ação com o intuito de valorizar nossa profissão! O blog RPitacos tem a honra de apoiar este Desafio, pois entende a sua importância para propor aos alunos uma experiência prática do que eles irão encontrar no mercado de trabalho! Obrigado à equipe da RPjr pela confiança neste blog!

Já teve uma postagem referente ao Desafio neste blog, porém no que consiste esta ação?

O Desafio Hora Extra 2012 é um evento em formato de jogo idealizado pela RPjr - Empresa Júnior de Relações Públicas, da Unesp de Bauru, que visa proporcionar aos graduandos participantes um contato com a vida profissional por meio de situações reais, a fim de desafiá-los e prepará-los para o mercado de trabalho. Além disso, o Desafio é uma oportunidade para que os alunos coloquem em prática todo o conteúdo teórico abordado durante sua formação acadêmica.

O jogo abordará o tema Imagem Institucional, que será trabalhado em três fases não eliminatórias, além de um "Desafio Surpresa", as quais ocorrerão de junho a dezembro de 2012. Serão no máximo dez equipes, totalizando cinquenta participantes, que desempenharão o trabalho em micro empresas de Bauru as quais deverão fornecer informações necessárias para o andamento do projeto.

Para avaliar o trabalho das equipes, haverá uma Banca Avaliadora composta por três jurados: um professor especialista em Imagem Institucional, um membro da ABRP -Associação Brasileira de Relações Públicas e um profissional atuante da área.

O resultado final do Desafio sairá no dia 03 de dezembro, um dia após o Dia Nacional das Relações Públicas, num coquetel de encerramento realizado na UNESP Bauru. As três equipes que obtiverem os melhores desempenhos serão premiadas:

1º lugar - Cruzeiro de 4 dias e 3 noites para Santos, Ilha Grande e Ilha Bela a todos os integrantes da equipe.
2º lugar - Aparelho Ipod Shuffle para cada integrante da equipe.
3º lugar - Visitação para a agência de comunicação Burson-Marsteller em São Paulo,

As inscrições para a segunda edição do Desafio serão feitas de 17 de maio a 22 de junho, e maiores informações podem ser vistas pelo site: http://www.wix.com/desafiohoraextra2012/rpjr

Observação: As informações técnicas à respeito do Desafio foram passadas ao blog pela Diretoria de Comunicação da empresa.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Impactos positivos e negativos na publicidade - Dia das Mães às avessas

No próximo dia 13 de maio, segundo domingo do mês, é comemorado o Dia das Mães em muitos países. Sejam elas presentes aqui na Terra ou já falecidas, as mães sempre são lembradas, em especial, neste dia, como mulheres de força, de determinação, de amor e que não medem esforços para formar e educar os seus filhos. Mas como surgiu esta comemoração em específico do Dia das Mães (aquela frase "todo dia é Dia das Mães" ainda é válido)? Segundo o Portal da Família, a origem desta data como conhecemos hoje se deu num momento de luto.

"A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.
O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. (...)
Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.
Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.
Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data."

Grandes lojas de departamentos, emissoras de televisão, entre outras empresas, investem muito nesta data, muitas vezes com um  ampliado foco emocional, pois o Dia das Mães é responsável por um dos maiores e melhores períodos de venda para lojistas e empresários. Um dos comerciais mais falados recentemente sobre o Dia das Mães é a campanha global da Procter & Gamble (P & G), que mostra o esforço que as mães fazem para ajudar seus filhos a alcançar o sucesso, mostrando as mães que existem por trás de um atleta Olímpico.




E se houvesse, mesmo com todos estes apelos, uma campanha de publicidade para incentivar as pessoas a não comemorarem o Dia das Mães? Parece até mesmo loucura ou uma utopia, mas, nos Estados Unidos, essa ação existe.

campanha é chamada de No Mothers Day (Não ao Dia das Mães), e, como o próprio nome sugere, pede o boicote à esta comemoração (ou seja, que as mães não atendem o telefone, não atualizem e-mails e mídias sociais), para que se chame a atenção para o número de mortes por complicações na gravidez e no parto, 90% delas, evitáveis.

Segundo a instituição Every Mother Counts (EMC), articuladora desta ação e que busca melhorar a vida das mães espalhadas pelo mundo, atualmente, a cada 90 segundos, uma mulher morre durante o parto.

No vídeo a seguir, há uma explicação do porquê desta campanha e, depois, é respeitado um minuto de silêncio pelas 360 mil mães que morrem a cada ano em todo mundo por conta de complicações no parto.



Em meio a uma data que, direta ou indiretamente, se mostra como um viés consumista, ter um exemplo de campanha que incentiva a não se comemorar o Dia das Mães soa um pouco fora do "padrão" e, ao mesmo tempo, se aproveita desta data para conscientizar a população de uma realidade não tão distante, que são as complicações que as mães sofrem no parto e na gravidez.

Enfim, o que se pode perceber com estas duas campanhas é o grande impacto (positivo ou negativo, comum ou não) que o Dia das Mães traz para a publicidade, seja no foco emocional ou na oportunidade de, mesmo "não comemorando" esta data, conscientizar as mulheres sobre algo importante para as suas vidas e a de seus filhos.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Comunicação e Independência da Internet: é possível?

Para começar este post, podem-se imaginar os três seguintes cenários: um funcionário vai apresentar um relatório sobre o balancete da empresa, e o formato da apresentação está, por exemplo, no modelo 2007 do Microsoft Power Point. Porém, na hora da reunião, descobre-se que o computador da empresa está no modelo 2003, sem atualizações. Para piorar, não se possui outra alternativa, nem um outro notebook para se reverter a apresentação. Como lidar com esta situação?

Agora, como seria a situação acima, de uma apresentação importante, com um fator que agravasse a situação: acabou a energia do local escolhido, restando apenas a visualização dos slides na pequena tela do notebook ou tablete, o que prejudicaria a evolução da explicação. Como lidar?

Terceira cena: quando muitas pessoas abrem o computador e descobrem que não conseguem se conectar à Internet, é como se aquele dia, ou aquelas horas, fossem tempos perdidos, pois, com o avanço das comunicações, o meio digital se tornou uma fonte concreta de informação e de entretenimento, a ponto de algumas pessoas não saberem o que fazer diante da impossibilidade, ainda que temporária, de se comunicar por este meio.

Mas seriam totalmente justificáveis estes motivos para se depender tanto do mundo digital? E se o profissional de Comunicação não tiver estes recursos nas mãos, ou perde-los, por alguma eventualidade, como lidar com esta situação?

Muito se diz que a rede mundial de computadores se tornou imprescindível para o trabalho, o lazer e o estudo, e que saber usar os aplicativos é importante para qualquer profissional, seja em que área atuar, poder evoluir e disputar condições mais favoráveis no mercado de trabalho. Estas afirmações, categoricamente, são válidas. Entretanto, até que ponto o profissional de comunicação precisa ser totalmente dependente dos meios eletrônicos, principalmente quando aqueles casos do início acontecem?

Contar com um “plano na manga” off-line e chamativo é uma das melhores saídas para se contornar os problemas nos meios eletrônicos. Filipetas com palavras-chave importantes, notícias de jornais impressos sobre o assunto a ser tratado, dinâmicas com materiais simples - a fim de absorver a atenção do público – e o fator mais importante: a capacidade do profissional de improvisar sem improvisar.

Sim, este aparente paradoxo é válido, porque, quando a pessoa sabe o que vai apresentar e o conteúdo a ser passado, o imprevisto acaba no momento em que se descobre o obstáculo e, então, o emissor da mensagem só precisa reformular a apresentação para poder passar, de maneira verbal, o conteúdo do slide (ou das anotações contidas no computador) e as informações adicionais. Logicamente, alguns conteúdos, como vídeos e figuras digitalizadas, não são muito viáveis nesta situação inesperada, ainda mais se não tiver nenhum computador disponível. Porém, esse tipo de improviso citado pode salvar uma situação que estava prestes a ser perdida.

Portanto, é necessário entender que o computador é uma máquina, idealizada pelos Homens, que devem controlá-la e utilizá-la como melhor aprouver, e não o contrário, com a escravização dos indivíduos pelos computadores.