segunda-feira, 28 de junho de 2010

A mentira tem perna curta? - Boatos nas redes sociais

A maioria das pessoas já ouviu falar na história de Pinóquio e sua "honorável fama" que se espalhou pelo mundo. Para quem não se lembra, aqui vai um resumo deste conto, com fonte do site Contando História:

Certa vez um velho carpinteiro chamado Gepeto fez um boneco de madeira. Deu-lhe o nome de Pinóquio. De repente aparece a fada madrinha de Pinóquio e o transforma em um menino de verdade, o boneco criou vida. Gepeto ficou muito feliz, agora tinha um filho.
Gepeto queria fazer de Pinóquio um menino educado. Colocou-o na escola. Mas Pinóquio fugiu e foi divertir-se no teatro de bonecos. O dono do teatro queria ficar com Pinóquio. Mas ele chorou tanto que o homem deu-lhe umas moedas e o deixou partir.
Na volta para casa encontrou dois ladrões. Apesar dos conselhos do grilo falante, eleito sua consciência pela fada madrinha, seguiu com eles e foi roubado. Pinóquio, triste, resolveu voltar para casa e obedecer Gepeto.
No caminho, um passarinho avisou que Gepeto foi procurá-lo no mar. Ele ia ao encontro de Gepeto, quando viu umas crianças que se dirigiam ao país da alegria. Pinóquio foi com eles. Estava brincando quando percebeu que estava se transformando em um burro. E o nariz de Pinóquio começou a crescer...crescer....e...crescer!
Chorou arrependido. Uma fada apareceu e desfez o encanto. Mas avisou: - Toda a vez que mentir, seu nariz vai crescer.
Pinóquio então foi ao encontro de Gepeto. Chegando no mar, Pinóquio e o Grilo foram procurar Gepeto. Apareceu uma baleia e os engoliu. Lá dentro encontraram Gepeto. Quando a baleia abriu a boca de novo, eles fugiram.
Chegando em casa, a fada recompensou a coragem de Pinóquio, transformando-o num menino de verdade. Pinóquio e Gepeto foram muito felizes.



Vimos muitas brincadeiras e mentiras (mais sérias do que as do Pinóquio) circulando pela Internet, principalmente pelas mídias sociais como Orkut e Twitter. Assim como o personagem, quando não se "obedece" a normas sociais da Internet, quando se inventa qualquer história num site de relacionamentos, ela pode se disseminar por todo o mundo, fazendo o nariz crescer e se alongar por toda a rede.

A "fada" da Internet fez com que as redes sociais ganhassem vida e força. As redes sociais e seus conteúdos deveriam ser como aquele menino educado do começo da historinha, mas acabam, por algumas vezes, fugindo e tomando proporções quase que incontroláveis, como a fuga de Pinóquio do seu criador Gepeto. E os profissionais de Relações Públicas são as "fadas madrinhas" responsáveis por gerir esta suposta crise, por desfazer este encanto.

Um exemplo destes boatos ocorreu no sábado, em que um post infeliz no Twitter de um diretor de agência de relações públicas acabou crescendo e virando um boato sério de que o jogador inglês David Beckham estaria pondo fim ao seu casamento, como se pode ver nesta reportagem. O boato correu o mundo, e a "fada madrinha" do jogador (seu assessor pessoal Simon Oliveira), pelo mesmo Twitter, teve que desfazer o (des)encanto, atribuindo ao rumor a palavra "nonsense".

Que a "fada" da Internet possa recompensar a cada pessoa que dissemina verdades nas redes sociais e que a baleia (não só a da história, mas também a do Twitter - por que não?) não engula os defensores de causas mais nobres do que um CALA BOCA GALVAO, por exemplo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Gestão organizacional e fogueira - o que tem a ver?

Depois da falta de atualização ontem do blog por motivos de força maior, os pitacos continuam...

Ontem em Bocaina/SP (minha pequenina, mas linda cidade) aconteceu a passagem dos devotos de São João Batista, padroeiro da cidade, pelas brasas da fogueira. Esta já é uma tradição centenária e nunca houve um ano em que não tivessem homens ou mulheres corajosos e cheios de fé para atravessar o tapete quente, uns hesitando e se queimando, outros passando naturalmente como se pisassem no chão frio.



Mas o que isso tem a ver com a gestão nas organizações?

Se pensarmos um pouco, há um jeito certo de se espalhar as brasas da fogueira para que os fiéis possam passar e que tenham menos chances de se queimar, não menosprezando a fé que as pessoas possuem. Da mesma maneira, para cada organização, há uma estratégia específica para o profissional de Relações Públicas exercer suas funções.

Algo interessante de se ressaltar é a coragem e a fé de cada um que passa pela fogueira sinceramente (porque alguns passam para aparecer na televisão ou para fazer gracejos diante das mais de 10 mil pessoas que acompanham a travessia). O relações-públicas não pode ter medo de se arriscar e deve enfrentar os desafios, até mesmo se forem mais "quentes" do que estas brasas da foto, e nunca deixar de estudar para saber o que e como fazer em cada situação, em cada gestão de crises, como de que forma "pisar" em cada "tapete de brasa" que está à frente.

E um último e humilde conselho: não se deixar levar pela "fogueira das vaidades" que aparece nas empresas, mas pisar por cima dela e fazer o trabalho de forma consciente e coerente.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Valorização e desvalorização de imagens

Quando pensamos em imagem, logo percebemos uma figura de algo ou alguém, que não é definitiva, ou seja, pode sofrer alterações positivas ou negativas, pois é muito influenciável a um simples rumor ou especulação. Estas podem destruir (ou quase) um esforço feito há muitos anos, seja em relação a organizações, profissões ou pessoas físicas.

No post anterior, falou-se um pouco a respeito da polêmica admissão do vilão Fred, da novela Passione (Rede Globo), ao cargo de Relações Públicas da metalúrgica Gouveia, empresa fictícia do folhetim, apenas por ser bem apessoado, falar bem e apresentar bastante articulação. E, algumas horas atrás, saiu esta notícia de que, com a reclamação do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas do Rio de Janeiro, o autor Silvio de Abreu "demitiu" o personagem do cargo de RP. Segundo ele, "Quando a Bete [Fernanda Montenegro] retornar, vai dizer que ele não pode assumir a função, pois é preciso diploma para ser um RP". Um exemplo clássico de desvalorização que foi desfeita graças à repercussão nacional.

Mas um caso de tentativa de valorização de imagem não teve tanta repercussão nacional. Existem sempre em vésperas de eleições campanhas para valorização da imagem de mesário, para tirar aquela marca de ter um "domingo perdido" para trabalhar nas zonas eleitorais. Duas campanhas chamam muito a atenção: a de 2008, em que houve eleições para Prefeitos e Vereadores, e a desse ano, em que teremos (além da Copa do Mundo) eleições presidenciais, para Governadores, Senadores, Deputados Estaduais e Federais.

Não entrando na discussão sobre se é bom ou ruim ser mesário numa eleição (até porque eu nunca fui), somente analisando o campo semântico e comunicacional dos anúncios institucionais do Justiça Eleitoral, pode-se perceber vários detalhes importantes. No de 2008, por exemplo, há a presença da atriz Lavínia Vlasak ressaltando a importância de se ter um mesário trabalhando nas eleições porque sem ele, como diz o próprio comercial, "seria impossível eleger quem vai comandar nossa cidade nos próximos 4 anos". Este anúncio ainda utiliza um argumento emotivo, que é o "agradecimento" de quem nem nasceu (Lavínia estava grávida na época).

Já neste ano, a TV Justiça se utiliza de depoimentos de mesários para convencer as pessoas de que este trabalho não é "um mico", como diz o próprio testemunho, mas que é um dia dedicado ao futuro do país! Por fim, pode-se dizer que os dois comerciais da Justiça Eleitoral, mesmo que timidamente, conseguem valorizar, através da comunicação, a imagem do mesário, não levando em conta a posição política e social de cada pessoa!

Em tempo: realmente, quando se quer utilizar do Twitter para reclamar coisas sérias, como a imagem do RP em Passione, a reclamação funciona e o rumo de uma novela pode ser modificado... agora é só torcer para que venha um depoimento de um profissional de Relações Públicas no fim de um capítulo falando sobre o verdadeiro trabalho da nossa profissão!

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Post Scriptum (23/06/2010)
ATENÇÃO! Por motivos de força maior, infelizmente não teremos novo post em RPitacos hoje (23/06)!
A atualização será feita amanhã, dia 24/06!
Grata pela compreensão! =D

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Tenho orgulho de ser RP!

Hoje será um post analítico, digamos, mais pessoal...

Abrindo meu Twitter hoje, vejo uma notícia que, sinceramente, me deixa triste: um vilão de novela (mais precisamente, da novela das oito Passione, da Rede Globo) sendo chamado para ser o relações-públicas da empresa metalúrgica Gouveia. Nada contra o fato do vilão ser interpretado pelo Reynaldo Gianecchini, mas o que não se pode tolerar é o estereótipo de "lobista corrupto" que a profissão de Relações Públicas sofrerá, ainda mais estando na novela com maior audiência do território brasileiro.

Segundo nota publicada no site da novela, os únicos requisitos para que o personagem Fred seja ascendido ao cargo de RP, nas palavras do trambiqueiro Saulo (Werner Schünemann) é ter boa presença, saber articular bem e ser persuasivo. Obviamente, a importância do Relações Públicas na organização não é nem citada, e sim a importância do vilão continuar ativo na presidência da empresa.

Nestes últimos anos, é muito discutida a valorização do profissional de Relações Públicas no mercado e na própria sociedade. Inclusive, o dia 22 de novembro foi condecorado como o Dia Latino-americano de Luta pela Valorização da Profissão de Relações Públicas. Sim, estamos ainda um pouco longe deste dia, mas, através da força das mídias sociais (tão importantes para a troca de informações e de conhecimentos entre os relações-públicas), podemos fazer algo para conscientizar a população, como muitos colegas já fizeram nesta manhã de sexta-feira (dia 18), ressaltando a história da profissão e o orgulho de ser RP, acima de todos os estereótipos!

Por fim, abro espaço para a palavra do grande Professor Doutor Fábio França, que escreveu um belíssimo texto sobre a valorização da profissão de Relações Públicas. Dentre as ideias detalhadas por ele para construção de um conceito contemporâneo e correto da profissão, há um que gostaria de ressaltar e que a Rede Globo não percebeu (grifo em negrito meu):

"Abrir espaço na mídia para as relações públicas por meio da produção de excelentes textos, o que pode ficar a cargo de uma equipe de articulistas, com pauta bem estabelecida, coordenados sob a liderança de uma das entidades da categoria ou de uma universidade. Esses textos devem explicar ao mercado o que é a atividade e como pode contribuir de maneira estratégica para o bem-estar social e empresarial. A carência deste tipo de literatura e a não-presença na mídia é uma das grandes fraquezas da atividade entre nós."

Como visto, estes textos (lembrando que a novela, antes de ir para a televisão, é um texto escrito, um roteiro) precisam valorizar o profissional de Relações Públicas, e não colocá-lo apenas como alavanca para se fazer vilanias. Não se pode calar quando se vê um estereótipo tão "jogado" numa novela. É necessário estufar o peito e dizer: TENHO ORGULHO DE SER RP!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

All the single guys - Ganso e Neymar nos comerciais

Este post já era pra ser postado há alguns dias, mas os últimos acontecimentos no ramo do Twitter adiaram um pouco esta análise. Com a estreia ontem da seleção brasileira na Copa do Mundo (aliás, um jogo muito fraco e com pouca criatividade), muitos torcedores devem estar sentindo a falta de duas recentes estrelas do futebol brasileiro e que, injustamente pra muitos amantes do futebol, não foram convocados para ir à África do Sul: Paulo Henrique Ganso e Neymar, ambos do Santos.

Mas, em se tratando de propagandas, os dois atletas são titulares no futebol brasileiro. Tanto que apareceram nos telões do estádio Soccer City, em Johannesburgo, na África do Sul, estrelando um dos comerciais mais vistos do ano de 2010: o da empresa alimnetícia brasileira Seara, uma das anunciantes da Copa, em que a dupla de garotos, ao lado do atacante e convocado Robinho, fazem uma versão bem humorada da coreografia da música "Single Ladies", da cantora americana Beyonce (para quem ainda não viu, é só clicar aqui!)

Neste comercial, é interessante ver as grandes semelhanças com o clipe original, como a iluminação e alguns movimentos de mãos e pés. O grande diferencial é o uso da bola em embaixadinhas, pedaladas e outros dribles desconcertantes, e a demonstração do "trenzinho", uma das várias dancinhas famosas do trio ao comemorar os gols de sua equipe no campo. No fim, os três jogadores saem rindo e debochando das próprias dancinhas, como se fosse tudo uma brincadeira de criança. Infelizmente ou não, somente o Robinho se manteve com a camisa amarela na Seleção (Ganso ficou na suplência e teve a infelicidade de esta Seleção, após 20 anos, não ter cortes em cima da hora; já o Neymar nem foi chamado), mas a Seara conseguiu alavancar seu nome no mercado nacional e internacional, tendo sua logomarca à mostra nos principais jogos da Copa.

Outra propaganda interessante relacionando os dois jogadores é a da Telefônica, que possui um título bem sugestivo: Banco. O anúncio começa com um grupo de amigos assistindo a um jogo de futebol (provavelmente do Brasil, por conta da decoração verde-amarela e pela maioria das pessoas estarem vestindo camisetas das cores principais da bandeira brasileira). Então, a campainha toca e aparecem os dois personagens principais da campanha: Neymar e Ganso. Curiosamente, eles percebem que não há lugar pra sentar e acompanhar o jogo, e Neymar pergunta: "E aí, tem uma vaguinha pra gente aí?". O anfitrião responde que não e ainda ressalta: "Nem no banco", sendo, num ponto de vista, uma indireta ao fato dos jogadores não estarem na lista de convocados para o Mundial.

A partir daí, são mostrados alguns benefícios que a Telefônica concede a quem se cadastra, e os dois jogadores começam a ver lances pela Internet e conseguem um lugar um banco para assistir aos jogos. Numa cena em que é mostrado o telefone e o site da empresa, a tela é dividida em três partes: numa, mostra a vibração do Neymar ao comemorar um gol; na segunda, mostrando uma dancinha dos jogadores (a mesma do comercial da Seara) e, na terceira, mostra Ganso fazendo embaixadinhas. Na cena final, Ganso e Neymar encerram o comercial juntos e parecendo pouco a vontade diante da tela. Mais uma forma de a empresa poder atualizar sua imagem utilizando-se de rostos conhecidos e de contextos muito falados e discutidos, como a convocação ou não de Ganso e Neymar para a Seleção.

Há um terceiro vídeo mostrando Ganso, Neymar e Robinho em momentos de descontração no campo da Vila Belmiro. É um comercial da Nike que mostra a espontanieidade e a alegria dos Meninos da Vila em jogar futebol e fazer firulas. Mais uma marca que queria os três juntos na Seleção e que terá que se conformar em ver apenas Robinho em campo. E Ganso e Neymar terão que se conformar em ver suas atuações na Copa em comerciais nos telões dos estádios.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

CALA BOCA GALVÃO - Tudo o que não mata, fortalece?

Recentemente, vimos um novo fenômeno na Internet brasileira, principalmente no microblog Twitter: a tag CALA BOCA GALVÃO (homenagem "carinhosa" ao locutor da Globo por falar, digamos, acima do que a paciência de muitos brasileiros) alcançou a cobiçada lista dos Trendings Topics mundiais não só pela motivação inicial, mas também por uma causa "nobre": Cara tweet com o “CALA BOCA GALVAO” geraria uma doação de US$ 0,10 para ajudar na preservação de um fictício pássaro brasileiro ameaçado de extinção. Além disso, muitos blogs internacionais justificam o uso da tag a uma nova música da Lady Gaga.

O fato é que Galvão Bueno virou hit no Twitter e pode, por incrível que pareça, ter a sua imagem fortalecida. Fortalecida? Depende de um fato primordial: a resposta que o sujeito da situação (ou o grande algoz ou vítima) dará aos seus apoiadores ou carrascos.

Numa entrevista feita em maio ao Meio & Mensagem, que pode ser vista aqui, ali e aqui também, Galvão se sente lisonjeado pelas homenagens feitas pelo humor brasileiro, citando os programas Casseta e Planeta (Globo) e Pânico (RedeTV!). Além disso, o locutor comenta que não possui perfis nas redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter. Porém, se ele mudou de ideia e decidiu abrir esta conta no microblog, está respondendo tudo na esportiva e até retwittando algumas definições para a sua tag mais famosa.

Repetindo: não se tem total certeza de que este perfil é oficial do Galvão, ou se alguém escreve para ele ou ainda se é um fake. Mesmo assim, para o bem da imagem do locutor, que as respostas dele em relação ao pedido educado da torcida continuem sendo educadas também! Talvez, assim, Galvão ganhe uma simpatia maior dos torcedores e, criando um perfil oficial de verdade, possa ter a oportunidade de compartilhar mais de seu inegável conhecimento esportivo e da sua rotina com seus admiradores e não-admiradores.

Adendo (16/06): o Globoesporte.com, através da coluna de humor Bola nas Costas, lançou o vídeo interativo "Fala, Galvão", que junta balões com todas as frases de efeito que o locutor usa nas narrações de jogos. Ao clicar em um deles, o internauta escuta Bueno narrando. Sem dúvida, uma "homenagem" ao protagonista da hastag mais comentada da Copa do Mundo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O mundo virou cidade pequena!

Ontem numa conversa com a @marciaceschini, uma amiga do Twitter, falávamos sobre a proximidade da minha cidade (Bocaina) com a dela (Araraquara), e do fato da minha cidade ser minúscula (só 10 mil habitantes) e de quase todos conhecerem, mesmo sem querer, a vida, a família e a história de quase todos.

E o que isso tem a ver com comunicação? TUDO! Antigamente, para se comunicar acerca de um assunto, demorava-se dias indo pessoalmente ao local (dependendo da distância) ou se utilizando do telégrafo ou telegrama; horas, quando, por exemplo, passava o jornal na televisão ou o próprio meio impresso chegava até as casas ou era vendido nas bancas especializadas. Para se fazer uma análise detalhada de um certo assunto, esperava-se uma semana (no caso das revistas brasileiras Veja e Istoé, por exemplo) para que isso acontecesse.

Agora, com a consolidação e a democratização do acesso ao computador e à Internet, juntamente com a explosão de mídias e redes sociais, as informações são passadas em tempo real. Mais do que isso: as repercussões e as consequências de uma informação passada são também em tempo real! E, nesta afirmação, está aquilo que se vê no título deste post: o mundo virou cidade pequena!

Para se conhecer uma pessoa, ou para perceber quais são as suas ideias, os seus valores (a construção de uma suposta identidade), muitos olham as comunidades adicionadas no Orkut, as pessoas que o indivíduo segue no Twitter e o que ele posta por lá (não estou, de forma alguma, reprimindo a comunicação interpessoal - tu a tu -, a mais eficiente na minha visão!). E o que se escreve nestas redes, o que se fala na televisão ou rádio, não tem volta, mesmo que se apage depois de um tempo.

Um caso bem recente foi uma pergunta feita pela apresentadora Ana Maria Braga a respeito do porquê o técnico da África do Sul, o também brasileiro Carlos Alberto Parreira, não convocar jogadores brasileiros. Não adiantava mais corrigir; os twitteiros já colocaram a cena entre os tópicos mais comentados da Internet. É como se uma fofoca sobre um vizinho, por exemplo, fosse se propagando por um cidadezinha e, logo, todos estariam sabendo e comentando.

Por isso a importância de se ter um profissional de Relações Públicas no monitoramento, não só das redes e mídias sociais, mas também da maior ferramenta de comunicação já vista no mundo: o próprio ser humano.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cenário Político e RP: relações e interrelações

Este post é inspirado na realização da IX Semana de Relações Públicas da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Bauru/SP, que está ocorrendo entre os dias 8 e 10 de junho. O tema é: Relações públicas no contexto político: marketing e imagem.

E é pertinente refletir sobre este tema neste ano, por conta da proximidade das eleições presidenciais e para Governadores, Senadores, Deputados Estaduais e Federais. Além disso, a grande repercussão e, principalmente, o sucesso do case Obama motivou uma maior preocupação e estudo acerca do que uma simples e eficiente prática de marketing, com a integração de várias mídias e redes sociais, pode realizar, como o feito do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos.

Muitos políticos estão aderindo à "moda" de se ter um Orkut, um Twitter ou um Facebook para conseguir conquistar a fatia de votos da geração mais jovem, que talvez não decida totalmente a eleição por estar em menor percentual do que a grande quantidade de pessoas que tem acesso maior à televisão do que a um computador (inclusive o palestrante de ontem, o Prof. Dr. Adolpho Queiróz, professor da Metodista e acredita que a televisão decidirá a eleição).

O interessante é a mudança de postura que alguns políticos terão que fazer com esta nova dimensão da propaganda política (com a ajuda de um profissional competente de RP): o conteúdo das novas mídias precisam de uma atualização constante e com credibilidade para que a imagem do político se mantenha forte e confiável. Portanto, os políticos que aparecem "de quatro em quatro anos" para mostrar o que tentou fazer nos anos de mandato e para tentar estabelcer um contato com os eleitores não tem vez nesta "net-política".

Faz-se necessário, então, o profissional de Relações Públicas para ser esta "ponte" entre as intenções do público-alvo (eleitores) e os valores do candidato, através de ferramentas como a pesquisa de opinião e o próprio monitoramento das mídias e redes sociais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Zoológico dos Twitteiros - As várias "espécies" de pássaro azul

Nunca se falou tanto do Twitter, bem como da sua "necessidade" nos meios corporativos, profissionais e, até mesmo, acadêmicos.
Desde a primeira concepção de Twitter, há aproximadamente 4 anos e meio, já se via muitas possibilidades para a sua utilização, como a simples troca de mensagens entre funcionários de uma empresa de informática que sofria forte concorrência da Apple. Hoje, a terra do pássaro azul oferece mais do que isso: várias "espécies" de pássaros surgem com o passar do tempo nesta rede de microblogs.

Pássaro Azul Acadêmico
Vi uma postagem num perfil amigo que dizia: "Às vezes o twitter parece que me ensina mais sobre RP que a própria faculdade, sério. 0o". Não quero, de forma alguma, menosprezar a importância de se ter uma graduação, ela é a "porta de entrada" para se conseguir qualquer emprego ou estágio na área e para se inserir na comunidade acadêmica; porém, as vivências e a experiência dos twitteiros, expressadas em postagens ou através de links para os blogs especializados em Relações Públicas, contribuem para que os futuros profissionais possam se acostumar com o ritmo de trabalho e com a pressão inerente em estar constantemente se atualizando e descobrindo novas teorias e cases para se inspirar e para praticar nos setores públicos, privados e não-governamentais.
Existem vários sites e blogs da esfera comunicacional que possuem perfis próprios no Twitter, promovendo, não só seus posts, mas com um espaço para que alunos de graduação em Relações Públicas possam compartilhar seus conhecimentos.

Pássaro Azul Comercial
Pequenas e médias empresas se aproveitam dos serviços do microblog, aparentemente "gratuitos" (vide o caso da marca de chocolates Twix, que terá que pagar uma indenização de R$ 10 mil por conta da estratégia #chuvadetwix, que acabou virando garoa de chocolates e uma tempestade de críticas), para alavancar as vendas e o reconhecimento de seus produtos e/ou serviços, além de conquistar mais clientes e fidelizar os que já estão unidos à empresa. Um cuidado primordial que deve ser tomado está em "não prometer aquilo que não se pode cumprir", algo que a empresa Twix não notou.

Pássaro Azul Profissional
Muitos querem esticar a utilização do Twitter para além dos contatos pessoais, dos "Bom dia!" ou do "Partiu almoçar". O perfil dos profissionais de qualquer área pode ser a via de contratação ou de demissão para as empresas. Vide o caso do executivo da Locaweb Alex Grikas que "deslizou" no uso dos termos no microblog e acabou saindo da empresa.

Pássaro Azul Piadista
Muitos humoristas surgiram no cenário virtual e fazem sucesso também nas mídias tradicionais, como o integrante do CQC e apresentador do A Liga (ambos da TV Bandeirantes) Rafinha Bastos, que começou sua carreira através do site Página do Rafinha. No Twitter, existem vários perfis com nomes fictícios que servem para divertir os seus seguidores e conquistar novos fãs, além de usar o serviço para ganhar notoriedade nacional, ou não. No site da revista Época tem uma matéria muito interessante à respeito desta espécie de pássaro azul.

Pássaro Azul Comportamental
Vários perfis no Twitter se assemelham muito a comunidades de Orkut, postando frases que complementam seu título, que são repassadas (famoso RT) por seus seguidores. Um exemplo é o perfil @VouConfessarQue, que serve para que as pessoas se identifiquem com a confissão proposta pelos dois autores do perfil: @erick_kuhn e @RicckLopes. Assim, com o RT de uma confissão, os seguidores da pessoa podem presumir o comportamento ou a atitude da pessoa no dia.

Pássaro Azul Pessoal
A grande maioria dos usuários do Twitter tem, como objetivo, mostrar o seu dia-a-dia, divulgar links interessantes, abastecer as velhas amizades e fazer novos contatos. Às vezes, esta revelação tão explícita do cotidiano de uma pessoa pode gerar problemas, como a falta de privacidade e a ameaça de um assalto ou algo pior, visto que os ladrões podem vasculhar o perfil para descobir aonde a suposta vítima está. Mesmo com o artifício que permite não liberar os posts para desconhecidos, o risco de alguém desconhecido o seguir é grande.

Seja qual for a sua "espécie" no Twitter, prudência, atitudes, palavras e comportamentos corretos fazem a diferença e podem modificar seu futuro numa empresa ou num grupo de amizades.

sábado, 5 de junho de 2010

A Copa das lesões - comportamento dos torcedores

Nas várias mídias, sejam sociais, impressas, televisivas, radiofônicas ou virtuais, o grande assunto do momento é, sem sombra de dúvidas, a Copa do Mundo, que será realizada na África do Sul. Até aí, muito óbvio. A grande questão que se acende com mais força nesta edição do Mundial se refere a algo que está dentro e fora do campo ao mesmo tempo: as lesões de jogadores.
Ferdinand, Beckham, Rooney (todos da Inglaterra), Ballack (Alemanha), Drogba (Costa do Marfim), Pirlo (Itália), Michel Bastos e Júlio Cesar (Brasil), Harry Kewell (Austrália). Quase um time inteiro de craques mundiais que sofreram lesões nos últimos meses e que tiveram risco (descartado ou confirmado) de ficar fora da Copa ou dos primeiros jogos de suas seleções. Talvez nunca na história das Copas tantos jogadores foram cortados de seus países por conta destas infelicidades.

Foto: Reuters (apud Terra)


















Drogba, atacante da Costa do Marfim, lesionado após amistoso contra o Japão

Além do jogador, que vê seu sonho de disputar uma Copa do Mundo (seja para representar bem seu país ou para conseguir uma projeção maior no cenário mundial e em times de maior poderio, ou estas duas intenções juntas) ir por água abaixo, a população do país "prejudicado" também sofre com a ausência de suas maiores estrelas e, quase que consequentemente, com o risco de não conseguir uma boa classificação no Mundial.

Porém, para os países rivais (seja historicamente ou no próprio contexto de disputa da Copa 2010), a contusão de um jogador de outra seleção gera outros comportamentos dos torcedores. O caso específico desta análise está em três notícias do Portal Terra, acessadas no dia de hoje (05/06), no período da manhã. Todas se referiam à fratura no braço do jogador Dider Drogba, atacante e principal nome da seleção da Costa do Marfim:

- Às vésperas da Copa, lesões marcam sexta-feira: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2010/fotos/0,,OI125031-EI14416,00-As+vesperas+da+Copa+lesoes+marcam+sextafeira.html
- Drogba leva entrada de brasileiro e teria dado adeus à Copa: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2010/noticias/0,,OI4470371-EI15725,00-Drogba+leva+entrada+de+brasileiro+e+teria+dado+adeus+a+Copa.html

Deve-se lembrar, antes da análise de cada notícia, que a política de comentários do Portal Terra é bem simples: não se deve fazer comentários contra a lei e a moral e sobre assuntos que não tenham nada a ver com a notícia veiculada. O único problema é que, para comentar, só é necessário o nome e a mensagem. Detalhe: não precisa ser o nome verdadeiro. Há comentários em que o nome é uma frase ou parodiam o de uma celebridade.

Na primeira notícia, há 14 comentários. Alguns deles mostram uma preocupação com a falta de craques na Copa, brincam com o fato de ser uma sexta-feira ("Será que hoje é sexta-feira 13?", comenta uma pessoa de nome Uma pergunta:), fazem trocadilhos (a Copa dos que não foram) e até ficam felizes com a lesão do atacante: "mais assim ta bom demais este dae q para mim é um dos melhores atacantes do mundo, ficando de fora um passo a mais pro brasil trazer este hexa.valeu drogba" (comentário do Hugo) e "hehehehehehe quero mais e que todos quebrem a perna... brasil rumo a final dinovo" (comentário do Peterson).

Já na segunda, há 188 comentários, por ser uma notícia mais completa à respeito da lesão do jogador. Há comentários dos mais variados tipos: desde os que lamentam a lesão de Drogba, comparando à de Pelé na Copa de 1966, inclusive falando que o Dunga tem sorte pelas lesões dos melhores jogadores das outras seleções, até os que torcem para que Josué e Kléberson se machuquem no próximo amistoso para que Ronaldinho Gaúcho e Ganso possam ser chamados. Alguns também ressaltam o fato de que o jogador japonês Tanaka que se chocou com Drogba é nascido no Brasil, e isso gera várias interpretações, desde um suposto dinheiro para tirar o craque marfinês da Copa, protestos contra o jogo violento do japonês (comparado ao karatê) até pedidos para que ele seja convocado no lugar do Juan. Além de alguns comentários comemorando a fratura no braço e criticando o amistoso entre Brasil e Zimbábue.

O que se pode perceber após esta rápida lida nos comentários é que a liberdade de expressão é extrema, a começar pelos nomes que aparecem (fakes do Dunga, Drogba, Messi, Maradona, Luxemburgo) e dos assuntos falados que não possuem tanta relação com a notícia (como uma suposta armação para que o Brasil ganhe a Copa de 2014 em seu próprio território). Também se ressalta a grande sarcarsidade (intencional ou não) dos autores de alguns comentários, enquanto outros prezam pela ética e primam em destacar o possível fim do sonho de Drogba em disputar a Copa.

Enfim, muitos brasileiros, na época de Copa, tornam-se, inconsientemente, insensíveis ao sonho de um semelhante deste ou de outro país, e pensam mais em poder comemorar um tíulo que, talvez, não mudará diretamente a sua vida, o seu cotidiano. Pode mudar o horário de trabalho por um mês mas, depois do dia 11 de julho, o trabalho será o mesmo, quiçá, dobrado pelas horas em que o Brasil jogou.

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Agradeço a todos que estão vistando este blog e aproveito para informar que, a partir da semana que vem, os posts serão publicados de segunda, quarta e sexta!
Abraços!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Mulher brasileira em primeiro lugar - case Jequiti

Neste primeiro post "pra valer", mostro o case que me motivou a abrir este blog, que me fez pensar: "por que não escrever sobre a comunicação, por que não dar o seu pitaco?".

O comercial analisado é da empresa de perfumaria, maquiagem e cosméticos Jequiti, pertencente ao Grupo Sílvio Santos. No site oficial (www.jequiti.com.br/institucional. Acesso em: 04 jun. 2010), a empresa possui, como missão, "Ser reconhecida como a melhor empresa de venda direta do Brasil, promovendo o empreendedorismo de suas consultoras, valorizando a beleza Brasileira oferecendo excelencia em seus produtos, um perfeito serviço a seus consultores e consumidores, total transparencia na relação com seus fornecedores e respeito aos seus funcionários e Colaboradores." (grifo nosso).

E esta valorização da beleza brasileira, aliada ao "triunfo" da Jequiti ser uma empresa nacional, ao contrário de muitas concorrentes neste nicho, como a Avon, foi utilizada neste comercial de 1 minuto.


http://www.youtube.com/watch?v=WztfMEBRe0U
 
Pode-se perceber a presença de vários atributos que, vistos como argumentos lógico-emocionais, exemplificam a cultura brasileira e a valorização da mulher que a Jequiti deseja valorizar em seu anúncio. Um primeiro aspecto é a escolha da música brasileira "Mulheres", só que não interpretada por Martinho da Vila, o cantor que a consagrou. O rítmo não é mais o samba de raiz, mas sim uma versão mais dançante, que remete ao rítmo agitado do cotidiano, já que o comercial é ambientado no meio urbano. Outro aspecto interessante está na diversidade de rostos femininos no comercial: loiras, morenas e negras têm o seu espaço garantido.
 
Em relação aos argumentos lógico-emocionais, o que predomina é a questão da beleza e do cuidado das mulheres em se arrumarem. Muitas são as cenas neste comercial em que as mulheres (e até mesmo uma pré-adolescente) estão passando base, batom, perfumes (tudo da Jequiti, claro!). Até mesmo quando não se mostra o produto da empresa, há essa relação de se arrumar para ir a algum lugar ou para encontrar alguma pessoa. Isto se mostra através de elementos físicos (como o espelho, o ambiente de um quarto), humanos (o arrumar do cabelo, a aprovação do marido/namorado, o dançar em frente ao espelho) e psicológicos (não se vê uma cara amarrada no comercial inteiro, mesmo quando se está, teoricamente, indo ao trabalho - mulheres com roupas mais sociais).
 
Algo interessante a se notar é o fato da figura masculina não aparecer tanto no comercial, visto o direcionamento do anúncio para o público feminino. Pode-se perguntar: mas a presença mais efetiva do homem não atrairia mais o público-alvo? Deve-se lembrar, porém, que a visão de mulher que o comercial deseja passar é de independência e de uma certa "liberdade" (a mulher que, provavelmente, tem a filha adolescente no vídeo, não é vista com algum homem, por exemplo).
 
A Jequiti se utilizou da imagem de 2 consultoras, 3 clientes e de uma gerente de vendas para servir como apelo a autoridade (elemento persuasivo), para denotar mais credibilidade a veiculação do conceito desejado. Estas mulheres atuaram neste anúncio em várias situações cotidianas, como a ida ao trabalho, o encontro com amigas, e outras mais fantasiosas, como dançar em frente ao espelho; isto mostra a versatilidade dos produtos da marca.
 
Por fim, a frase que encerra o anúncio: "A beleza brasileira é especial, única e irresistível, e a Jequiti sabe valorizar esta beleza, porque ela é brasileira como você. Fale com um consultor ou consultora Jequiti e conheça uma linha completa de produtos feitos especialmente para você. Jequiti, o Brasil no corpo e na alma.". Vê-se que as palavras beleza, brasileira e você se repetem duas vezes cada uma, demonstrando os objetivos claros da propaganda: valorizar a beleza da mulher e a brasilidade.
 
Interessante que, neste segundo aspecto, não há os estereótipos típicos de brasilidade (samba, carnaval, mulheres de biquini); há, sim, uma mulher brasileira mais sofisticada e com cara de Primeiro Mundo, digamos assim. Com isso, pode-se dizer que os responsáveis pelo comercial não viram as mulheres brasileiras que caminham sambando de Norte a Sul do país.

Start!

Não quero fazer muitas promessas em relação a um blog profissional... mas prometo deixar este blog sempre atualizado com algumas reflexões minhas à respeito de comunicação de uma maneira geral!

Let's go?

Maíra Masiero
Graduanda do 2º ano em Comunicação Social - Relações Públicas pela Universidade Estadual Paulista (UNESP)