segunda-feira, 21 de junho de 2010

Valorização e desvalorização de imagens

Quando pensamos em imagem, logo percebemos uma figura de algo ou alguém, que não é definitiva, ou seja, pode sofrer alterações positivas ou negativas, pois é muito influenciável a um simples rumor ou especulação. Estas podem destruir (ou quase) um esforço feito há muitos anos, seja em relação a organizações, profissões ou pessoas físicas.

No post anterior, falou-se um pouco a respeito da polêmica admissão do vilão Fred, da novela Passione (Rede Globo), ao cargo de Relações Públicas da metalúrgica Gouveia, empresa fictícia do folhetim, apenas por ser bem apessoado, falar bem e apresentar bastante articulação. E, algumas horas atrás, saiu esta notícia de que, com a reclamação do Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas do Rio de Janeiro, o autor Silvio de Abreu "demitiu" o personagem do cargo de RP. Segundo ele, "Quando a Bete [Fernanda Montenegro] retornar, vai dizer que ele não pode assumir a função, pois é preciso diploma para ser um RP". Um exemplo clássico de desvalorização que foi desfeita graças à repercussão nacional.

Mas um caso de tentativa de valorização de imagem não teve tanta repercussão nacional. Existem sempre em vésperas de eleições campanhas para valorização da imagem de mesário, para tirar aquela marca de ter um "domingo perdido" para trabalhar nas zonas eleitorais. Duas campanhas chamam muito a atenção: a de 2008, em que houve eleições para Prefeitos e Vereadores, e a desse ano, em que teremos (além da Copa do Mundo) eleições presidenciais, para Governadores, Senadores, Deputados Estaduais e Federais.

Não entrando na discussão sobre se é bom ou ruim ser mesário numa eleição (até porque eu nunca fui), somente analisando o campo semântico e comunicacional dos anúncios institucionais do Justiça Eleitoral, pode-se perceber vários detalhes importantes. No de 2008, por exemplo, há a presença da atriz Lavínia Vlasak ressaltando a importância de se ter um mesário trabalhando nas eleições porque sem ele, como diz o próprio comercial, "seria impossível eleger quem vai comandar nossa cidade nos próximos 4 anos". Este anúncio ainda utiliza um argumento emotivo, que é o "agradecimento" de quem nem nasceu (Lavínia estava grávida na época).

Já neste ano, a TV Justiça se utiliza de depoimentos de mesários para convencer as pessoas de que este trabalho não é "um mico", como diz o próprio testemunho, mas que é um dia dedicado ao futuro do país! Por fim, pode-se dizer que os dois comerciais da Justiça Eleitoral, mesmo que timidamente, conseguem valorizar, através da comunicação, a imagem do mesário, não levando em conta a posição política e social de cada pessoa!

Em tempo: realmente, quando se quer utilizar do Twitter para reclamar coisas sérias, como a imagem do RP em Passione, a reclamação funciona e o rumo de uma novela pode ser modificado... agora é só torcer para que venha um depoimento de um profissional de Relações Públicas no fim de um capítulo falando sobre o verdadeiro trabalho da nossa profissão!

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Post Scriptum (23/06/2010)
ATENÇÃO! Por motivos de força maior, infelizmente não teremos novo post em RPitacos hoje (23/06)!
A atualização será feita amanhã, dia 24/06!
Grata pela compreensão! =D

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