quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Uma história de profissionalismo e paixão - 100 anos de Relações Públicas no Brasil

Por Maíra Masiero

Era o ano de 1914. Tantos acontecimentos marcaram essa época, como o começo da Primeira Guerra Mundial, a primeira aparição no cinema do famoso personagem Carlitos, - interpretado por Charlie Chaplin - além da fundação oficial da Seleção Brasileira de Futebol e pelo início das atividades da Sociedade Esportiva Palmeiras, dentre tantos outros fatos importantes, nascimentos e falecimentos. Um desses fatos completa 100 anos exatamente no dia de hoje.

Fonte: CONRERP
Um engenheiro alagoano, chamado Eduardo Pinheiro Lobo (1876-1933), se estabeleceu na capital paulista para trabalhar na The Light and Power Co. Ltda., uma concessionária canadense de iluminação pública e do transporte coletivo, que abriu uma filial no Brasil no século XIX. A industrialização começava, aos poucos, a chegar aos grandes centros (assim como os órgãos de imprensa) e já se fazia necessário uma maior integração entre os públicos e as empresas, contribuindo com o esclarecimento junto à opinião pública.

Foi nesse intuito que, aos 30 de janeiro de 1914, a direção da Light criou o primeiro departamento de Relações Públicas no Brasil, e Eduardo Pinheiro Lobo tornou-se seu diretor, cargo exercido por dezenove anos, em que trabalhou praticamente até poucos meses antes de seu falecimento, a 15 de fevereiro de 1933. Pelos serviços prestados à profissão de Relações Públicas (mesmo envolvido com o contexto da Engenharia), Lobo se tornou o patrono da profissão no Brasil em 1973 e o dia de seu nascimento - 2 de dezembro -, o Dia Nacional das Relações Públicas, segundo a Lei nº 7.197, de 14 de junho de 1984.

O mais interessante é saber algumas peculiaridades sobre como esse Departamento foi formado e como foram as suas primeiras atividades em meio a uma Guerra Mundial e às mudanças que, inevitavelmente, aconteceriam com o passar do tempo. Em 1976, durante o IV Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em Alagoas, o profissional José Grandjean dos Santos Pinto, que conviveu profissionalmente com Lobo por quatro anos, apontou algumas características do trabalho do Departamento na época e fez uma homenagem ao companheiro de trabalho.

"No início de 1914, a direção da Light, sentindo a necessidade de um setor especializado para cuidar do seu relacionamento com os órgãos da imprensa e com os poderes concedentes, criou, por meio de um "Aviso Interno", baixado em 30 de janeiro daquele ano, o Departamento de Relações Públicas, com aquelas funções específicas, e outras que mais tarde viessem a lhe ser atribuídas.
[...]
Circunstância curiosa é a de que, no aviso em questão, embora redigido em inglês, como era usual, na época, por se tratar de uma companhia canadense, as palavras 'Relações Públicas' apareciam em português, entre aspas, admitindo-se que tenha sido essa a primeira vez que tal expressão foi escrita, num documento, em outro idioma que não o inglês.
Existem razões para supor que a nomeação do Dr. Eduardo Pinheiro Lobo para este posto, e mesmo a criação do Departamento de Relações Públicas, tenha sido uma surpresa.
Essa suposição encontra justificativa em uma notícia publicada no jornal A Gazeta, de São Paulo, em 2 de fevereiro de 1914, que dizia: 'Ouvimos que se darão proximamente várias modificações na direção da Light em São Paulo. Ao que nos disseram, o Dr. Eduardo Pinheiro Lobo, atual superintendente da Luz e Força, será nomeado vice-presidente da companhia, sendo substituído naquele cargo pelo Sr. Raink, chefe da Light em Sorocaba'.
Tal nota, observe-se, foi divulgada no dia seguinte àquele em que o Departamento de Relações Públicas da Light iniciara suas atividades."

Dentre outras declarações, Grandjean afirmou que a instalação deste Departamento foi necessária devido ao período difícil que a empresa atravessava, por conta de fatores climáticos e pelo esgotamento dos recursos hidráulicos. Mesmo com essa situação adversa, segundo Grandjean, os jornais da época apontavam a estiagem como culpada pela crise energética, e não a Light; isso provou que o trabalho do Departamento de Relações Públicas foi bem sucedido.

Por isso é que, nesta 400ª postagem do RPitacos, é necessário comemorar este centenário com alegria e com muito trabalho para que a profissão seja cada vez mais reconhecida, não acima das outras, mas de uma forma equivalente, seguindo os exemplos do patrono Lobo, como Grandjean mencionou para encerrar sua fala no Congresso de 1976:

"Sigamos, pois, na nossa atuação como profissionais de Relações Públicas, o caminho traçado por Eduardo Pinheiro Lobo, assim como seus magníficos exemplos, legados que dele recebemos e que devemos fortalecer e valorizar para que as gerações futuras possam também aproveitá-los.
Penedo pode, portanto, orgulhar-se de ter sido o berço desse brasileiro insigne, cuja vida é lembrada, cuja obra é enaltecida, numa feliz iniciativa da Associação Brasileira de Relações Públicas."

Feliz Centenário de RP no Brasil a todos!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

RPrestigiando - Aberje lança primeiro curso internacional de Comunicação Interna

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Kelly Feltrin, da Retoque Comunicação, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Com aulas entre março e maio de 2014, os participantes poderão aproveitar o conteúdo ministrado por professores globais. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 10 de fevereiro

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) acaba de lançar o Curso Internacional em Comunicação Interna, programa inédito no Brasil. O objetivo da iniciativa é trazer aos participantes as mais atuais reflexões sobre o tema e suas aplicações práticas.

O curso, que está com inscrições abertas até o dia 10 de fevereiro, está formatado por módulos, em um programa integrado de 48 horas. Para oferecer uma perspectiva global sobre o campo da Comunicação Interna, os módulos serão ministrados por professores internacionais dos EUA, Europa e América do Sul.

Gary F. Grates, Kieron Shaw, Alejandro Formanchuk e Paulo Nassar vão proporcionar que os alunos desenvolvam competências profissionais para o gerenciamento da Comunicação Interna de suas organizações, por meio de planejamentos estratégicos, elaboração de diagnósticos, mensuração de resultados, entre outras iniciativas.

Saiba mais informações sobre o curso e como se inscrever em: http://www.aberje.com.br/eventos/2014/cinterna/default.asp

Sobre a Aberje
Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Para mais informações, favor contatar:

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Dez dias na vida de um RP internauta...

Por Manoel Marcondes Neto

Dia 1: "Rolezinho" é só uma denominação do fenômeno da hora. O Brasil carece – demais – de uma discussão séria sobre direitos civis. A "civilização" brasileira, parece, parou no direito do consumidor, e inverteu uma ordem básica. Fez isto sem consolidar a cidadania. Adaptando Canclini: jovens brasileiros, dos “rolezinhos”, são considerados consumidores, inteiramente. Resta saber se também são considerados cidadãos.

Dia 2: "Pelos critérios da Secretaria de Assuntos Estratégicos, fazem parte da ‘nova’ classe média as famílias com renda per capita de R$ 291 a R$ 1.019". O nivelamento por baixo - aqui, agora - vem de todos os lados: da política "profissional", da mídia e, até, da própria escola. Estamos condenados a ser "nova classe média" e tudo bem! Afinal, há "crédito para negativados", "imóveis financiados sem comprovação de renda" e "tudo a prazo – inclusive sua consciência". E o prazo é bem longo, tipo 180 meses, a perder de vista. Os irresponsáveis que querem alterar a percepção do que seja classe média para engabelar o povo – que continua desprovido de saneamento e de saúde –, deviam ser enquadrados em algum crime de lesa-informação. E há, junto, uma 'ideologia' de que ''está consumindo, viajando, indo ao shopping - então 'tá bom'', reduzindo a experiência da cidadania (próxima de zero %) à do consumo (perto de cem %), e esquecendo que, um dia, o conceito de classe média foi construído considerando TAMBÉM acesso e fruição de bens culturais e educacionais.

Dia 3: O PMDB não sai do poder central desde 1985, e no estado do Rio de Janeiro - com o interregno de Brizola, do PDT - desde 1975! Os cariocas verdadeiramente AMAM o Rio de Janeiro. Senão, vejamos: fazem "gatos" de esgoto na rede de águas pluviais, a companhia de água e esgoto joga o esgoto doméstico nas praias oceânicas. O lixo industrial? Na Baía da Guanabara. Não fazem rodízio no trânsito porque "não vai pegar" e ocupam as encostas de suas ex-belas colinas com "aglomerações urbanas sub-normais".

Dia 4: Pressão! O Conselho é dos profissionais!
Na Administração, a sede do C.R.A. não tem essa sigla na fachada, mas "Casa do Administrador". Se não está bom, pressionem. Se não continuar bom, candidatem-se! E mudem o rumo da autarquia na Região. Assim foi feito na 2ª Região. Fizemos o mesmo no Rio de Janeiro, 1ª Região. Sugestão de campanha: focar na formação, mais que na profissão. O que a sociedade precisa conhecer é a nossa formação, a qual nos habilita a ocupar "n" funções em empresas, governos e ONGs. A profissão, alguns até conhecem... errado, achando que somos porteiros de 'boite', organizadores de festinhas e distribuidores de brindes. Só não somos mais conhecidos – e badalados – porque o grosso da imprensa foi formado sob o pensamento "velho" de querer ocupar todo e qualquer espaço onde esteja escrito na porta a palavra "comunicação". O Brasil globaliza-se cada vez mais, inexoravelmente, e alinhar-nos-emos com o mundo, onde quem faz Jornalismo atua em veículo, e quem atua em empresa é P. R. E ponto final! E não pode exercer as duas coisas, pois além de ser imoral, é ilegal (nos Estados Unidos e em Portugal temos exemplos bem demarcados). E isso não tem nada a ver só com lei e reserva de mercado (o que existe e a que, até, temos direito), mas com formação para fazer o trabalho que precisa ser feito – o de gestão, boa gestão, da comunicação institucional, FORA da imprensa! Passou o tempo das contemporizações. O Sistema Conferp-Conrerp está já em uma segunda gestão de renovação das lideranças. Nesse contexto positivo, em nossas mãos - e só nelas - está o futuro da área.

Está ocupando meu lugar? Sai! Até o MEC - em outubro último - já nos libertou do grilhão "comunicação social". Somos, agora, independentes e autônomos. Estamos, no Observatório da Comunicação Institucional, junto com o Conrerp1 - planejando "n" atividades comemorativas do centenário este ano, mas todas estão programadas entre 26 de setembro (dia interamericano de RP) e 02 de dezembro (dia nacional de RP). O departamento pioneiro de RP do Brasil foi criado na Light em 30 de janeiro de 1914. Ocorre que o líder deste departamento – Eduardo Pinheiro Lobo – teve sua data de nascimento estabelecida por lei como o nosso dia e por isso ficamos fixados no 02 de dezembro.

Antes de mais nada, quem escolheu estudar RP – seja na graduação ou na especialização – deve propagar a sua opção de formação, pois é isto que o diferencia como profissional. O Brasil, pouco desenvolvido institucionalmente, não entende bem sobre o quê tratamos. Nossas atividades – ligadas a reputação, reconhecimento e transparência - se aplicam, infelizmente, à menor parte das organizações. Avançamos muito, mas temos que caminhar bastante ainda.

A área de Relações Públicas ultrapassou a multidisciplinaridade há muito. Somos, nós que a escolhemos, transdisciplinares. Isto porque não existe ainda, nas Instituições de Ensino Superior brasileiras, cursos verdadeiramente transdisciplinares. "Trans" são pessoas (e não departamentos, por definição). "Trans" são pessoas. E as que – bem – escolhem RP para formação, por vocação, e nelas "se encontram", profissionalmente, o são - transdisciplinares -, inteiramente. Não se propõe qualquer "troca" de "área-mãe", uma vez que Relações Públicas tornaram-se, elas próprias, área-mãe, independente e autônoma depois das novas diretrizes curriculares nacionais. O que se propõe é uma maior aproximação. Ou seja, nossa tese é que os novos cursos de RP surgirão em Escolas de Negócios ("Business" é um conceito genérico e não apenas Gestão, Administração), e não mais em Escolas de Comunicação – onde sempre fomos patinhos-feios e a primeira habilitação a descontinuar em períodos de crise – econômica, nas particulares; ou de identidade, nas públicas.

Colegas errepês: fiscalizar não é como uma moda, é lei. Precisamos estar do lado das pessoas que acreditam que o Brasil pode ser um país onde, além das modas, leis "pegam" e são cumpridas. Precisamos deixar para trás o "país do me-engana-que-eu-gosto", "só p'ra inglês ver" e sempre "em construção. Uma nação é feita de pessoas e pessoas precisam de causas para beneficiarem-se de seus efeitos. Se nossa causa é a - boa - comunicação institucional, precisamos ser partícipes da construção de melhores instituições. E se temos uma profissão com todo o aparato legal da regulamentação, a "moda" tem que ser fiscalizar e cumpri-la, e não duvidar de sua razão de ser e pertinência. Fora dessa "filosofia", caríssimos, a escolha pela formação em RP terá sido um equívoco. E quando vier a sanha desregulamentadora estaremos com um diploma meio "fake" nas mãos, algo parecido com a sensação de quem optou por Jornalismo e viu o Brasil dizer não à necessidade de curso superior para o seu exercício profissional.

Dia 5: A estatística de vez em quando ajuda o lado de cá: o protesto contra 1% mais rico é mais que justificado: OCCUPY SHOPPING CENTER! Pelo menos um sociólogo de peso (minha memória me trai), afirmou (sobre as manifestações de junho e a reação do Estado a elas), em entrevista ao jornal O Globo, que o atual ambiente no Brasil apontava para uma revolução popular.

Dia 6: Se o Conselho de Comunicação Social criado pela Constituição de 1988 não fosse "fake", teríamos um número para ligar.

Acho, particularmente, que a PUC-Rio bem podia sediar uma iniciativa (grupo de estudo, núcleo ativista, movimento pela causa, campanha cívica, grito da cidadania) no sentido de discutir o nosso marco regulatório da comunicação - que vai para 52 anos! As universidades federais e estaduais não o farão, pois são dominadas por partidos viciados em poder e com membros proprietários (embora ilegalmente) de veículos de comunicação. E as particulares estão mal das pernas e necessitadas de todo tipo de crédito e favores intermediados pelos mesmos políticos.

Uma universidade confessional, com a credibilidade e a reputação da PUC-Rio, somadas a um papado que quer colocar o dedo nas feridas do status quo, é "o" privilegiado “locus” para isso. Quem sabe? Tenho colegas que topariam participar, com certeza. E disponho-me a trabalhar de graça se houver amparo institucional à ideia.

Sobre o escândalo da Escola BASE - Este é um "case" digno de estudo, porque é exemplar de como a mídia pode ter efeitos nefastos e definitivos. Sob o ponto de vista de três vidas profissionais - e pessoais, potencialmente, também - destruídas há 18 anos, a indenização chega a ser risível. Lembremos que o direito de reposta não existe mais. O STF eliminou-o junto com a Lei de Imprensa, num caso (também típico, digno de estudo) de "jogar a criança fora junto com a água suja do banho". Conclusão: é barato, no Brasil – e com ótimo prazo para “pagamento” – destruir alguém de quem os barões da mídia não gostem.

Se o público para o "jornalismo" de William Bonner é constituído de Simpsons, a "cultura" da TV aberta é feita para Palhaço e Palhaça. E a Globo teve a coragem de transmitir em rede nacional um "show da virada" com "playback" do princípio ao fim!

Sobre merchandising de picolé numa cena de drama pessoal da mulher que não pode engravidar - Pagou-se bem caro por essa verdadeira ofensa a qualquer inteligência ao menos mediana. Pior é que ensinam por aí que "merchandising" é isso que a Globo faz. Tosco. Isso é, sim, "merdanchising". Padrão "global" de "patrocínico".

Dia 7: Sobre as novas “fontes” da imprensa - Claro que o Facebook é "lido" nas redações atuais. O problema é que é a única leitura "de profundidade". Já a leitura “generalista” é feita em Google News e Yahoo News. E a "rápida", no Twitter. Gilmar Mendes ‘et caterva’ devem ter acertado: para ''isso'' não é necessário o diploma de nível superior.

Dia 8: Sobre a “morte” do Marketing - O marketing “morreu” devido ao sucesso de sua formulação. Hoje, as subdisciplinas do marketing tornaram-se disciplinas autônomas e ganham cada vez mais espaço próprio. Mas eu não dispensaria os conhecimentos acumulados por aqueles que se dedicaram a formulá-lo.

Dia 9: "Caso Hollande" - Servidores públicos concursados – por definição – perdem parte de sua privacidade. Quando eleitos, então - por força da escolha popular - perdem-na totalmente. E devem administrar a vida privada com a ajuda de especialistas. Foi justamente o que NÃO aconteceu neste caso. O governo francês "perdeu a mão". Das relações públicas e da segurança (mantendo UM SÓ guarda-costas nos passeios à rue Cirque), falhas gravíssimas em se tratando de uma pessoa-em-cargo que é do interesse de TODOS os cidadãos franceses (e não só daqueles que gostam ou votam nele). Dessa vez, foram os "paparazzi" a apontar suas ferramentas de trabalho para Hollande em sua "escapade"... mas... e se fossem terroristas? A impressão é de que o Eliseu até quer muito que o presidente caia da lambreta e, num repente, deixe o mundo dos vivos...

Dia 10: Sobre um ‘post’ – que bombou na web – de alguém que mudou-se da Austrália para o Brasil - Donna Panda tem um poder de síntese invejável. Em curto espaço conseguiu resumir uma tese, ou pelo a questão em torno da qual às vezes nos pegamos circulando. O fato é que todo o caldo cultural formado por índios estuprados, negros estuprados e portugueses/europeus estuprados/estupradores + império e república que investiram/investem na manutenção de uma educação de massa de péssimo nível + estupro de políticos ladrões + estupro diuturno de uma mídia irresponsável conivente com anunciantes e agências comprometidas com elites residentes no milésimo andar dá no que converto em hipótese, aqui: há um discurso "no ar", tanto na academia, quanto no senso comum, de que existe "um outro modo", "um outro jeito", "um outro caminho" para o desenvolvimento econômico e humano que não aquele trilhado pelos países desenvolvidos.

Se quando eu estava na educação básica (em escola pública de boa qualidade), as nossas aspirações num país subdesenvolvido (depois, "em desenvolvimento" e agora "emergente" - ou seja, em processo eterno, sempre em construção, nunca pronto) eram estudar, trabalhar, ascender culturalmente e prosperar; hoje, o discurso subliminar da propaganda comercial (e também a eleitoral), e dos governos - em todas as esferas - é de "compre seu carro popular", "candidate-se ao minha casa, minha vida", "adquira seu smartphone com internet e uma TV de tela plana de 'centas' polegadas" e "tome uma Skol bem redonda" que está tudo bem. Formou! Parou por aí! Desenrolou! Desenvolveu! 

O nivelamento por baixo, com um discurso publicitário - e jornalístico - cada vez mais afeito às "novas classes médias", D, E, F, G, H, parece, dominou todo o porvir do Brasil. Nossos velhos querem morrer, nossos adultos ficam velhos cada vez mais cedo e nossos jovens querem ir embora do país. O desencanto instalou-se na política desde sempre. Nasci sob JK e depois só... plano inclinado - ladeira abaixo. Parafraseando Decio Pignatari, "Podbre Brasil".

Para uma conclusão, acesse: Sobre BBB, MMA e cidadania classe CCC

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Identidade e garotos-propaganda - O ruivo símbolo da Vivo

Por Maíra Masiero

Um ditado popular afirma que a propaganda é a alma do negócio; e essa alma possui, na maioria das vezes, uma outra alma, chamada de garoto(a)-propaganda, que se apresenta com uma função específica e primordial para o sucesso ou fracasso de uma estratégia de Comunicação, como mostram Maria Lília Dias de Castro, Gabriela Bon e Aléxon Gabriel João, no artigo Estudo das configurações de um garoto-propaganda (2007, p. 5):

"(...) o garoto-propaganda tem papel estratégico porque funciona como um elo intermediário entre a oferta do anunciante e a percepção do público. No fundo, ele atua na mediação entre a informação (mundo racional) e a sensação (mundo sensorial), criando uma espécie de fusão entre os atributos do ator social e as qualidades mostradas pelo produto. Assim, o garoto-propaganda tem um papel decisivo, pois é através dele que o público cria a relação inicial com o produto, resultando naturalmente em benefícios para o anunciante."

No ano de 2013, a operadora de celular Vivo lançou um novo comercial para a televisão e Internet, envolvendo a atriz Grazi Massafera, apostando na "voz de autoridade" que a celebridade poderia inserir no conteúdo da propaganda. Na ocasião, o ator João Cortês interpreta um fã da atriz que tenta descobrir o número dela ligando para várias pessoas, até encontrar e conseguir estabelecer um diálogo com Grazi, o que mostra a grande economia que se faz ao utilizar os serviços da Vivo, mesmo num período grande de tempo.



Acontece que o suposto coadjuvante da atriz global se transformou num símbolo contemporâneo da Vivo, com direito a aumento vertiginoso no cachê, participação em filmes e gravações de novelas. Porém, muitas pessoas nas ruas ainda reconhecem Cortês como o "ruivinho do comercial da Vivo", associando o ator à marca, e disso ele, em entrevista ao Universo Online, se orgulha, mas ainda quer diversificar sua carreira no teatro, na televisão e no cinema:

"Talvez essa seja a imagem que eu passo, do cara engraçado. Estou feliz com essa repercussão, é uma honra protagonizar os personagens dos comerciais. Claro que, com o tempo, quero ser reconhecido como o João Côrtes, o ator, e não mais como o ruivinho."

E é nessa questão de ser reconhecido como ator, e não somente relacionado a uma marca específica, que a mídia pode (ou não) ajudá-lo nos próximos anos, como está acontecendo com o ator Carlos Moreno, em 2013, protagonizando comerciais da parceria entre o Ourocard e o Cielo com Reynaldo Gianecchini. Para quem ainda não associa o nome à pessoa, Moreno protagonizou por mais de 30 anos os comerciais da Bombril, o que mostra que há ainda um longo caminho a percorrer, no que se refere à identificação de Moreno com outros produtos além de esponjas de aço e utensílios de limpeza.



Portanto, é nítida a importância de se inserir um(a) garoto(a)-propaganda para reforçar as ações comunicacionais de uma empresa, organização ou causa, desde que haja uma gestão específica das imagens (do cliente e da pessoa a ser contratada) para evitar situações constrangedoras e limitações na carreira do protagonista, por ter sua imagem associada a um determinado contexto.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

RPrestigiando - Cursos livres da Aberje já estão com inscrições abertas para o primeiro semestre de 2014

Por Maíra Masiero

Atendendo ao pedido de Kelly Feltrin, da Retoque Comunicação, divulgamos o release deste evento, e todos os dados disponibilizados são de responsabilidade de seus autores. Lembramos que este blog não possui nenhum vínculo de organização com o evento apresentado.

Profissionais de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro poderão ampliar os conhecimentos em assessoria de imprensa, crises corporativas, sustentabilidade e engajamento

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) disponibilizou em seu site a programação completa de cursos livres para o primeiro semestre de 2014. São opções para residentes de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Trata-se de uma oportunidade para os profissionais que desejam ampliar seus conhecimentos em áreas como assessoria de imprensa, sustentabilidade, gestão de riscos e crises corporativas, engajamento interno, narrativas, opinião pública e muito mais.

Saiba mais informações sobre a grade de cursos visitando: http://www.aberje.com.br/servicos_cursos.asp

Sobre a Aberje

Criada em 1967, a Aberje é uma organização profissional e científica, sem fins lucrativos, que tem como principal propósito a discussão e promoção da comunicação organizacional. Seu âmbito de atuação está centrado na informação, na comunicação e no relacionamento. Os principais campos de trabalho são o advocacy, a educação, a economia criativa, a gestão do conhecimento, a inteligência da comunicação, o networking e o reconhecimento.

Para mais informações, favor contatar:


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Espiando (e criando) à vontade - BBB, Amor à Vida e o fenômeno cross-media

Por Maíra Masiero

As estratégias de comunicação que envolvem não apenas um, mas vários meios e formatos de comunicação, estão cada vez mais presentes na rotina das empresas e auxiliam na divulgação de um novo produto ou serviço. Uma das mais comuns é a chamada cross-media.

Segundo o Manual de Comunicação da Secs (Secretaria de Comunicação Social do Senado), o termo cross-media significa, dentre outras virtudes, a "distribuição de serviços, produtos e experiências por meio das diversas mídias e plataformas de comunicação existentes no mundo digital e off-line.". Ou seja, para que esse conceito seja validado na prática, é necessário que se tenha mais de uma mídia e que a mensagem/produto/objetivo seja distribuído pelas plataformas e tenha um suporte para a interação.

Como esse conceito não é tão novo assim (data da década de 1990), são vários os exemplos nacionais e internacionais de sua utilização, tanto para divulgar marcas e serviços, quanto para promover projetos e programas de televisão. Um exemplo foi o Ger@l.com, exibido em duas temporadas entre 2009 e 2010 pela Rede Globo, que fazia uma ponte entre o capítulo apresentado na televisão com conteúdos exclusivos na Internet, por meio de uma senha disponibilizada ao final do episódio televisivo.

Também se pode destacar, como exemplo de cross-media na dramaturgia, as inserções de programas de televisão em novelas, para inserir um personagem no posto de celebridade. Porém, isso acontecia de modo fictício: ou seja, não acontecia em edições reais dos programas (que vão efetivamente ao ar), o que diferencia essas ações do primeiro case comunicacional envolvendo a edição de 2014 do muito falado (amado e odiado) Big Brother Brasil.

Dentre os participantes, está uma personagem de novela, a Valdirene (interpretada pela Tatá Werneck), que quer fazer de tudo para conquistar facilmente a riqueza e, como uma das saídas, se inscreve no programa. As convergências entre o reallty show e a novela começam quando a personagem grava um vídeo de inscrição para participar do programa, assim como é feito por milhares de aspirantes à "brothers".



Após esse momento, Valdirene tenta invadir várias vezes o Projac, o centro de produções da Globo, para garantir um lugar no BBB. Ela consegue ficar na casa de vidro, elemento utilizado em outras edições do reallty e que, desta vez, ficou somente na esfera ficcional, sendo vigiada 24 horas pela Internet na página BBB em Amor à Vida, hospedada no GShow, novo portal da empresa.

Por fim, o apresentador Pedro Bial anuncia o resultado da casa de vidro (no capítulo mostrado no dia 14 de janeiro, antes da estreia do reallty), mandando Valdirene para o programa. Mas não será numa casa fictícia, com alguns figurantes disfarçados de participantes: será durante a competição real do programa. Até mesmo a chamada de participante ela conseguiu gravar e notícias sobre o perfil da candidata-personagem surgiram na mídia, mesmo que já se tenha previsto um "prazo de validade" para a candidata no programa: no dia seguinte à sua entrada (dia 15 de janeiro), ela é desclassificada.

Resta saber se esta estratégia de cross-media conseguirá atrair as atenções do público para os dois programas, que se apresentam sequencialmente na programação da Globo, ou se somará às tentativas fracassadas de adaptar a linguagem global a um público também global, só que mais globalizada e digitalmente interligada.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Você estuda Relações Públicas e tem dúvidas sobre registrar-se ou não em seu Conselho Profissional?

Por Manoel Marcondes Neto

Uma boa maneira de começar o ano novo é esclarecendo algumas questões relacionadas ao nosso registro profissional no Conrerp de nossa região – um direito-dever de todo profissional relações-públicas.

O meu testemunho é positivo – e como anuncia o Itaú, isso muda o mundo! Afinal, é o boca-a-boca a melhor maneira de se divulgar algo - sobretudo uma causa, como a nossa.

Causa? Que causa, se a profissão já tem mais de 45 anos de criada?

A causa de um país mais civilizado! Quem escolheu formar-se em RP tem compromisso com isto! Porque só em um país realmente civilizado é que temos instituições. E só com instituições é que se demanda a nossa principal contribuição profissional: trabalhar para uma - boa - comunicação institucional.

Se não reforçarmos as instituições (que tal começar com a nossa própria?), esqueçamos as relações públicas. Elas são desnecessárias em ambientes que não prezam a transparência.

Nossa luta - para quem escolheu estudar RP - é muito maior que o "mundinho" da comunicação. Por isso temos crescido em importância no universo dos negócios - os gestores estão cada vez mais cientes das necessidades de relacionamento e reputação das organizações (ou seja, demandando nossas habilidades e competências específicas).

Nossa "briga" é com patrões que descuidam das boas relações internas, com gestores públicos que não estão nem aí para seu compromisso público para com o cidadão, com gestores privados que "se lixam" para o consumidor/usuário/cliente. E somos nós, no Brasil, relações-públicas, o último bastião antes da barbárie no setor das comunicações.

Gente sem escrúpulos - maus patrões e políticos "profissionais" - derrubou TODOS os regulamentos da área. Da necessidade do diploma de Jornalismo para exercício profissional até a lei de imprensa, que, mesmo com seus defeitos, previa o direito de resposta... um direito que já não existe mais! E derrubado pelo STF! E temos, ainda, um marco regulatório podre de velho, pois que de 1962 - intocado, defasado, do tempo em que não existia TV a cores, telefonia celular, internet, sms, redes sociais digitais...

Os "adversários" são muitos e muito poderosos? Melhor ainda! Para quem escolheu RP, isto deve ser estímulo, e não sinal de derrota. Ou então a pessoa realmente equivocou-se na escolha da carreira.

Nossa batalha é pela cidadania - e como eu sempre disse (quando dei a minha contribuição voluntária de 3 anos trabalhando no Sistema Conferp-Conrerp): "conselho profissional não existe para fazer qualquer outra coisa (que não a regulação da atividade) pelo profissional - isso é atribuição de sindicatos e associações - conselhos profissionais existem, sim, para proteger a cidadania do mau exercício profissional, e, no nosso caso, da má comunicação institucional - a comunicação pela metade, incompleta, que induz a erro de julgamento, da comunicação mentirosa, enganosa". E disso o Brasil está repleto, esperando que os errepês façam a sua parte. Profissional e ética.

Por sinal, ter um código de conduta ética é privativo das profissões regulamentadas. São só 61 em um universo de 2.511 ocupações listadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Um privilégio, pois. E o que vamos fazer com isso, com essa conquista? Deixar minguar por falta de compromisso com a profissão que escolhemos? Não acredito nisso.

Acredito, sim, que haja péssimos professores fazendo um péssimo trabalho na disciplina de "Legislação e Ética" nas faculdades. Por isso, um das razões mais fortes para mim na criação do Observatório da Comunicação Institucional, foi prover um instrumento a serviço desta disciplina e daqueles que têm que ministrá-la, colocando nossos estudantes a par do que é importante em termos legais.

A profissão de relações-públicas completará, em dezembro de 2014, 46 anos de regulamentação e 100 anos de existência no país. Que tal darmos a necessária "virada" agora, trazendo todo mundo para o Sistema?

Esse é o desafio, tanto de quem está dentro, acreditando, quanto de quem está fora - ainda com dúvidas sobre engajar-se nessa luta ou não. Para mim - registrado desde estudante (Registro P-256 - Conrerp1), a luta continua!


Feliz 2014 – Ano do Centenário de RP no Brasil – a todos!

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os múltiplos trabalhos da Comunicação em 2014: o que esperar?

Por Maíra Masiero

Esta é a primeira semana totalmente útil do ano novo, e muitas pessoas já voltaram aos seus trabalhos, principalmente os comunicólogos. São 365 dias que prometem ser bem agitados para o universo comunicacional, justamente por envolver mais eventos-chave previsíveis (fora os inesperados, que sempre ocorrem) e simultâneos do que, por exemplo, o ano recém-passado.

Como já foi dito, 2014 já começou teoricamente, mas uma expressão que faz parte do imaginário brasileiro alerta que a "nova data do ano novo" é na tarde de 5 de março, quarta feira de Cinzas, quando se encerra o Carnaval, evento que é considerado, por muitos, um eixo fundamental para a representação identitária brasileira (e, por extensão, um campo importante para as estratégias de comunicação), como mostra Rodrigo Muniz F. Nogueira, no artigo O carnaval como uma peça da construção identitária brasileira (2008, p. 53, grifo do autor):

"O antropólogo Roberto da Matta, em sua obra Carnavais, malandros e heróis, apresenta os rituais (entre eles o carnaval) como promotores da identidade social e construtores do seu caráter. Para o autor, 'o carnaval é um momento em que se podem totalizar gestos, atitudes e relações que são vividas e percebidas como instituindo e constituindo o nosso próprio coração' (Da Matta, 1997, p.30). E completa revelando que o carnaval permite sentir nossa própria continuidade como grupo."

Nem bem terminarão os festejos carnavalescos e já surgirá, com mais força, o cenário para a Copa do Mundo de Futebol que, após 64 anos, voltará a ser sediada no Brasil. Entre protestos, manifestações, treinos e jogos, serão 30 e poucos dias de ações promocionais, interação nas mídias sociais, marketing de guerrilha, postagens (criativas ou nem tanto) e outras iniciativas comunicacionais que podem surgir ao longo do tempo, desde numa simples loja até nos patrocinadores e emissoras oficiais da competição, como a Coca-Cola, por exemplo.


Após a euforia pelo título do Brasil (ou a amarga tristeza de não conseguir ganhar uma Copa em seus domínios), outro cenário será montado: em outubro, milhões de eleitores estarão nas urnas (uma ou duas vezes) decidindo quem será o Presidente do Brasil (novo ou reeleito), além de votarem também para Senador, Governador, Deputados Estaduais e Federais. E é nesse momento que a Comunicação e o Marketing Políticos entram em cena, sempre com cautela e respeitando as leis eleitorais, para tentar convencer as pessoas que um ou outro candidato é melhor.

Quando se percebe, chega novembro e, com ele, mais uma preparação para o Natal, demonstrando o quão rápido o ano irá passar (e ainda não foram citadas datas importantes para o comércio e para o marketing, como os Dias dos Pais, das Mães, das Crianças...). Essa rapidez soma-se com os inúmeros feriados nacionais, estaduais e municipais que acontecerão durante o ano.

São tantos elementos festivos e de reflexão, que há até um novo calendário proposto, de forma irônica, na Internet, com um número mínimo de dias úteis, o que gerou até um artigo do portal da BBC, questionando esse fato perante uma economia que parou de crescer e que, talvez, valorize mais 30 dias de futebol do que 365 de problemas estruturais.

Entretanto, como se pode ver, os profissionais de Comunicação não terão um calendário tão flexível como o da foto acima, porque este campo é primordial para que a identidade brasileira seja construída e que o novo ano, que está apenas começando, tenha maior qualidade de ações, ideias e sonhos.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Infeliz 2014...

Por Manoel Marcondes Neto

Por circunstâncias, muitas vezes, não saímos de casa no "réveillon". Nessas ocasiões é inevitável que alguém queira assistir, na TV, alguma contagem regressiva e imagens dos shows pirotécnicos do Rio, Sampa e Floripa. O problema é que, passados os 20 minutos da praxe jornalística, não se desliga o eletrodoméstico e este continua sintonizado num tal "show da virada" da líder de audiência. E pobres incautos acabam testemunhando - mesmo tapando olhos e ouvidos, ou indo para a sala ao lado - a "atração". Foi o meu caso, anteontem. 

E aí, quebrando a promessa de não trabalhar hoje, pergunto-me: - o que foi aquilo? Um auditório onde as pessoas se acotovelavam, de pé (deve ter sido por horas), comportando-se "amestradamente" a cada "hit" que se sucedia no palco, em um "playback" dos mais safados que já vi na vida. Lixo puro, de artistas "consagrados", outros nem tanto, e ilustres nulidades - numa escalada de vulgaridades (em letra e música), gritos de "mãos p'ro alto" e coreografias tão criativas quanto as das chacretes dos anos 1970. 

Que em 2014 a população brasileira simplesmente desligue a TV aberta, num ato de "desobediência civil" ao Big Brother que, aliás, ontem, já iniciou sua campanha diária na telinha da Globo. E a esta somar-se-á, já-já, o desfile dos "clips" de sambas-enredo dos bicheiros da "liga" do Rio, empurrados garganta a baixo de toda a silente audiência do país, acrescentando "caldo" ao entorpecimento da massa - este já "no ar" há meses -, sobre Copa do Mundo, patrocinada por mui ricos anunciantes no país de muito pobres índices de tudo o que importa; saúde, educação, segurança, justiça e mobilidade. 

Eleições gerais? Esqueçamos... Já estão eleitos os nossos "políticos profissionais" que vendem as concessões públicas de comunicação e alugam preciosos minutos de propaganda "gratuita" de seus partidos - todos "fake". Venham mais 4 anos de Dilma, Garotinho e Alckmin... e, assim, em mais pouco tempo, seremos genuinamente um país bárbaro!