terça-feira, 29 de maio de 2012

Do off para o on-line (e vice versa) - Comunicação e transição de esferas

Num contexto social em que, por várias vezes, a vida virtual se confunde com a real (e, até, a exclui de uma certa maneira), tem-se várias formas de transição, do real para o virtual - e vice versa -, a saber: os diários impressos tornando-se blogs, os relacionamentos interpessoais sendo substituídos por conversas pelos comunicadores instantâneos ou pelos bate-papos inseridos nas redes sociais. Porém, tem outras transições que chamam mais ainda a atenção, por marcarem características exclusivas.

Um exemplo de transição possível da esfera virtual para a real está numa ação feita para a marca de veículos Jeep. Neste final de maio, as pessoas que passam pelo Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, podem ver uma "linha do tempo" física de 100 metros, contando a história da marca desde a década de 1940, quando o primeiro veículo foi criado, até os dias atuais.
Aliás, é interessante reparar que a linha do tempo, utilizada pelo Facebook, além de servir para esta transição proposta pela Jeep, também é resultado da transição de conteúdos que estariam presentes em diários, arquivos, bibliotecas (esfera offline) para o meio digital. Portanto, essa ação da Jeep mostra exatamente o inverso do que o conteúdo do Facebook propõe, ou seja, a volta (mesmo que momentânea) dos conteúdos para fora da rede mundial de computadores.
Algumas matérias em programas de televisão mostram pessoas que colecionam objetos, seja de um time de futebol favorito ou de um interesse muito forte. As coleções também, agora, podem ser intangíveis, não palpáveis. A rede social Pinterest, que começou a ser desenvolvida em 2009, tem a função de compartilhar fotos, selecionadas e agrupadas por temas pelos usuários, que podem comentar coleções de outras pessoas. Em 2011, o site teve uma grande expansão, sendo considerado um dos 50 melhores do ano pela revista Time

Em entrevista ao Portal Exame, já referenciada acima, o executivo da Wunderman Nova York Nick Moore afirma que o mérito do site é justamente em digitalizar o processo de organização das coisas:

"O Pinterest se tornou o que é porque percebeu uma necessidade básica humana de colecionar, coletar e organizar coisas, mostrar aos amigos o que interessa. Isso acontece não por causa de sua esperteza técnica – embora a técnica seja muito esperta -, e sim porque eles observaram o que reflete quem cada pessoa é. Também é muito rico visualmente, e isso é uma tendência."

Portanto, as transições entre esferas virtuais e reais estão se tornando cada vez mais frequentes, e o que se espera é que haja equilibrio entre estas duas facetas que o mundo oferece.

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