O mês de dezembro já se encaminha para a sua metade e faltam poucos dias para o Natal. Que papel a comunicação exerce nesta data comemorativa? Quais aspectos são mais realçados nas campanhas, promoções e propagandas? Como o Relações Públicas pode ajudar nestas ações? Pra responder a estas perguntas, o blog RPitacos abre uma série de quatro posts relacionando o Natal a alguma ação específica, seja espiritual, mercadológica, emocional ou comunitária.
Porém, é sempre necessário lembrar que estas ações, em muitas oportunidades, não aparecem isoladas, mas se completam e se complementam, para que o objetivo específico de cada comercial/propaganda possa ser atingido com êxito.
Hoje, será discutido o significado do Natal sob a ótica das ações mercadológicas. Nesta época do ano, há várias iniciativas para que, dentre outros objetivos, se aumente a compra de mercadorias, seja para proveito dos próprios compradores ou para presentear os parentes/amigos queridos, e, assim, a economia dos países se aquece, como a instituição do 13º salário e um aumento considerável no número de propagandas com o intuito de motivar as pessoas às compras.
Um dos públicos mais atingidos por esta "magia do consumo" é o infantil, que possui uma capacidade de se encantar com as luzes acesas neste período com maior facilidade do que muitos adultos, além de assistir a programas de televisão por um tempo mais significativo, como relata Luísa Peixoto de Magalhães no artigo “Este ano, no Natal, eu gostaria muito de receber…” Estudo empírico sobre a relação crianças-publicidade televisiva de brinquedos (2005, p. 242):
"A exposição das crianças à televisão é inegável. Dados estudados por Manuel Pinto indicam que, 'em termos globais, pode concluir-se que a média diária de consumo ronda as 3 horas nos dias de aulas e as 4 horas no fim-de-semana' (2000:225). Ao longo destas horas, o espaço publicitário vai apresentando repetidamente spots relativos a objectos que facilmente se tornam alvos a conseguir. É o caso dos brinquedos e outros objectos do agrado infantil que se encontram registados em alguns pedidos expressos (ou não) na época do Natal (ou em outras épocas festivas)."
Esta importância do público infantil pode ser dividida em duas frentes de comerciais: os que querem atingir diretamente às crianças e os que se utilizam delas para comover outros públicos (como se verá nos próximos posts). Usando a primeira divisão, o vídeo abaixo mostra o comercial de 2010 da empresa Ri Happy, especializada em brinquedos. A agência responsável pelo comercial se utilizou de uma figura moderna do Papai Noel, que já não utiliza o tradicional trenó com renas, mas sim um foguete, além da música incidental ser uma versão mais pop rock de Jingle Bells.
As cores fortes utilizadas neste comercial, mais a figura símbolo da loja em destaque, contribuem para que a mensagem do consumo, mesmo sem veiculação de ofertas, possa ser passada com sucesso e, assim, gerar nas crianças um fetiche da mercadoria, impulsionando-as a pedir brinquedos da Ri Happy aos pais. Nesta visão consumista, há o risco de que sejam minimizadas os significados mais importantes do Natal, por esta pressão de se comprar mais e mais.
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