sábado, 4 de dezembro de 2010

#ILoveRP Texto 3 - Um Olhar sobre as Relações Públicas na atualidade (por Marcos da Cruz Santos)

Um Olhar sobre as Relações Públicas na atualidade

Marcos da Cruz Santos[1]

Relações Públicas é uma área da comunicação que nos permite fazer correlação com diversos campos do conhecimento, porém muitos estudantes e profissionais acreditam que apenas conhecendo a literatura de RP é o suficiente para se destacarem na sociedade, o que a meu ver um ledo engano.

Para que o profissional possa propor, sugerir ou implantar políticas de comunicação, eles devem avaliar aspectos que fogem do âmbito técnico e especifico comunicacional, é necessário conhecer as organizações considerando os fatores culturais, políticos, sociais, financeiros e até mesmo religiosos, haja vista que algumas instituições, tem suas regras, procedimentos ou valores pautados em determinados dogmas.

De maneira clara e simples é possível fazer a seguinte analogia: Um medico, ele não receita um medicamento para uma determinada doença sem antes fazer o diagnostico, sem investigar os sintomas, o histórico do paciente. Feito isso, prescreve-se o medicamento. Da mesma forma que não receitaria o mesmo medicamento para outro paciente, apenas pelo fato de ter sintomas semelhantes, cada paciente reage de maneira diferente. O mesmo acontece nas organizações seus procedimentos, normas, valores, são diferentes umas das outras, dessa forma deve-se adotar estratégias de comunicação que se adapte ao contexto, as peculiaridades do todo organizacional. Dito isso, é necessário usar fontes não só das Relações Públicas, mas também da sociologia, antropologia, filosofia para entendermos as instituições e os públicos a elas ligados.  

Como já foi dito anteriormente as relações Públicas “bebe” de outras fontes do conhecimento, por isso o profissional ou acadêmico de RP deve ler, conhecer e trocar conhecimento com as diversas áreas, não só quando necessário, mas de maneira constante e continuada. Desse modo o profissional ampliara o seu lastro de conhecimento e conseqüentemente sua visão a respeito do mercado e sua inserção nele. Conhecendo conceitos, idéias ou literaturas de áreas correlatas as Relações Públicas acredito que podemos acompanhar a tendência da “multifuncionalidade profissional” imposta hoje pela empresas, ou seja, o profissional deve ter “q” a mais. Com isso não afirmo que devemos dominar todas as áreas ou fazer tudo, apenas sinalizo para a realidade atual das organizações, cuja a ótica é, produzir mais, num curto espaço de tempo e com um custo relativamente baixo, e no caso de um profissional de relações públicas não é diferente,  a iniciativa privada procura profissionais de visão ampla , que possam incorporar outras funções e que não onerem tanto sua receita. A título de exemplo os profissionais de RP que, planejam e operacionalizam ao mesmo tempo os programas, ações ou projetos de comunicação. Logo esse cenário ou contexto, não nos permite determinar uma literatura apenas de RP, mas usar literaturas distintas a serviço das Relações Públicas.

É fato que no Brasil, há um desconhecimento das Relações Públicas não só nas organizações, mas também da população de um modo geral. Acredito que isso ocorra por fatos que encontramos da própria história da profissão e do fazer e ser relações públicas em nosso país.
E tais fatores históricos desencadearam no atual cenário que está caracterizado da seguinte forma:
  • Os relações-públicas ocupam poucos lugares de destaque ou notoriedade nas organizações, e quando alcançam determinados cargos muitos não se intitulam como RP`s;
  • A falta de discernimento das competências e habilidades do profissional e os benefícios que ele pode oferecer as organizações;
  • A falta de posicionamento no que diz respeito a consciência de classe dos profissionais, pois quando um grupo se posiciona em prol de uma causa, seja com o objetivo de disseminar informações , reivindicar ou protestar contra algo, tem muito mais credibilidade e eficácia de alcançar suas metas do que individualmente.
Esse desconhecimento das Relações Públicas deve ser encarado como uma oportunidade e não como um problema, pois se ele existe cabe aos profissionais da área e as instituições que os representam, reverter essa situação através de ações periódicas e continuadas e dessa forma derrubar a ignorância da população com relação as Relações Públicas. Neste aspecto vale lembrar o que diz a professora Maria Aparecida Ferrari “que nós temos o papel educativo, e paulatinamente, de maneira leve, sem sermos agressivos ir munindo nossos pares e gestores sobre o trabalho dos RP`s até que a instituição reconheça a sua importância.

Na contemporaneidade os estudantes de comunicação entram nas universidades achando que ao concluírem o curso de graduação serão contratados por uma empresa conhecida nacionalmente, e terão uma sala com direito ao nome gravado numa placa na porta, isso seria o ideal, porém a atual conjuntura o que observamos são vagas cada vez mais escassas, a concorrência acirrada e, sobretudo, uma remuneração a quem do que o profissional deve receber. Sem contar que dos que estão empregados, a maioria estão em cargos operacionais.

Neste cenário faz-se necessário inovar buscando alternativas de se inserir no mercado, o que não é difícil quando falamos das Relações Públicas, pois é um campo de inúmeras possibilidades, e que ainda não foram desbravados:
Os profissionais de RP têm uma larga vantagem sobre as outras profissões por que:
1º sua matéria prima é informação e está é presente em qualquer que seja a organização;
            2º Ele usa o recurso da persuasão, e é hábil ao usá-lo;
            3º Atua como mediador das relações públicos/organizações. 
 Baseado nessa tríade de maneira simples, porém coesa, vamos analisar a importância da atuação do profissional dentro das organizações.

Informação é a essência para que as organizações desenvolvam seus procedimentos, produtos, serviços, normas, regras, missão, visão, valores, e resultados. Persuasão deve dominar esse recurso para convencer os públicos de interesse de uma instituição, salientando que o persuadir neste caso esta aliado comprovação de que o objeto, tema ou matéria cujo profissional deseja convencer é realmente importante, e que tudo que for feito será com foco no equilíbrio de interesses, ou seja, todos ganham.

O mediador das relações, este talvez seja o cerne ao meu ver das atividades dos relações públicas, pois é através do entendimento, percepção desses relacionamentos entre os diversos públicos, que o profissional consegue aperfeiçoar procedimentos, gerir crises ou conflitos e até mesmo melhorar as condições do ambiente organizacional. Também é fundamental na efetivação de associações ou parcerias com outras organizações.

O RP empreendedor

Com a escassez dos empregos formais e o aumento do número de profissionais de RP no mercado, torna-se mais difícil a inserção. Dessa forma requer do relações públicas um perfil cada vez mais proativo, perseverante e, sobretudo, com visão de futuro bem aguçada. Não podemos deixar de fora do contexto a capacidade de liderança. Estamos falando do RP empreendedor, aquele que diante das adversidades e dos momentos de crise enxerga oportunidades. O campo das Relações Públicas propicia esta postura empreendedora, pelo fato de ter uma ampla área de atuação, o que faz com que os profissionais adotem posicionamentos diferenciados, alguns trabalham em órgãos públicos, outros enveredam no setor privado. Existem aqueles que não estão ligados diretamente a nenhuma dessas organizações, mas estão inseridos no mercado como consultores, assessores de comunicação que prestam serviço por um determinado período.  

Acredito que outra forte tendência das Relações Públicas será no segmento do empreendedorismo, através de iniciativas que estejam na van guarda criando negócios inovadores, principalmente no setor de serviços.

Referências
Simões, Roberto Porto Relações Públicas: função política. São Paulo 1995.
Ferrari, Maria Aparecida, durante o ensino na Pós-graduação em Gestão Estratégica em Relações Públicas EGERP, em Salvador Bahia, 2009.


[1] Graduado em Relações Públicas pela Universidade Salvador – UNIFACS
Pós-graduando Gestão Estratégica em Relações públicas na Faculdade Batista Brasileira - FBB, Salvador Bahia.

Um comentário:

  1. Maíra,
    achei muito legal seu blog! Também estudo RP e adorei esse texto sobre RP na atualidade!!! Com certeza essa é a profissão do futuro!

    Luiza Toledo

    ResponderExcluir