segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

#ILoveRP Texto 4 - O mercado de relações públicas na atualidade e a exigência por competência profissional (por Márcia Carvalhal)

O mercado de relações públicas na atualidade e a exigência por competência profissional

Márcia Carvalhal
Relações-públicas, professora universitária.

Na contemporaneidade torna-se evidente que o exercício da atividade de relações públicas é absolutamente necessário nas organizações. Mas nem sempre é praticado por profissionais qualificados para tal. Entendemos, contudo, que o mercado está cada vez mais competitivo, seletivo e exigente, provocando uma feroz disputa por espaço.

Recentemente, a informação da não exigência do diploma de jornalismo fez surgir discussões e reflexões por parte dos profissionais de relações-públicas sobre a verdadeira importância da competência e da qualificação para assumir o cargo de gestor de comunicação e relacionamentos nas organizações, independente da apresentação do título de bacharel em Comunicação Social e suas habilitações.

Hoje em dia, a concorrência para assumir as chefias nos setores de comunicação comprova os dilemas da realidade de mercado em que os mais competentes ou até mesmo os menos capacitados que poderão ser um jornalista, um publicitário, um administrador e até mesmo um advogado ou engenheiro e não somente um relações-públicas poderá ter a incumbência e direito, adquirido pelo processo de escolha da alta direção da organização, de gerir o seu setor de comunicação.

Na Lei de Mercado não há argumentos objetivos que afirmem que uma Assessoria de Comunicação necessita ser gerida apenas por profissionais de relações públicas. Não há como alterar o que existe na estrutura pública ou privada para definir que Relações Públicas é quem faz Assessoria de Imprensa, por exemplo.

Compreendemos então que na atualidade, a conquista pelos espaços para o exercício das relações públicas precisa ser gradativa, construída com bases sólidas e pautada na ética e valores morais que permeiam a atividade que tem como objetivo o equilíbrio de interesses entre a organização e seus públicos estratégicos.

Há a necessidade do desenvolvendo do espírito crítico sobre a atuação do profissional de relações-públicas. Para isso é preciso levar em conta que muitas questões importantes não podem ser mudadas repentinamente como no caso das assessorias que são montadas com profissionais não habilitados em Relações Públicas, mas os concursados para determinados órgãos públicos que não exigem o registro.

No momento contemporâneo a atividade de relações publicas vem ganhando muita visibilidade por parte das grandes e médias organizações. Amplia-se o mercado de atuação da atividade independente de estar ou não no cargo de chefias.

As perspectivas de atuações são diversas no primeiro setor (governo), segundo setor (empresas) e terceiro setor (ONGs). No primeiro setor abre-se espaço para trabalhar nas Assessorias de Comunicação, nos Cerimoniais, nas Assessorias Parlamentares, no Apoio ao Executivo, como Porta-voz, dentre outros locais.

No Segundo Setor pode se trabalhar nas indústrias (setor primário), no comércio (secundário) e na área de serviços (terciário). Já as perspectivas de atuação do Terceiro Setor, existe um mercado de trabalho em franca expansão para atuar nas Associações, Sindicatos, Igrejas, Fundações e OSCIPs.

É necessário ressaltar que o importante são as funções exercidas e não o pleito do cargo maior de chefia. Essas são discussões menores num universo de oportunidades que surgem para o exercício e visibilidade das relações-públicas.   

Hoje em dia, muitos estudantes e profissionais mantêm uma visão distorcida da profissão de relações-públicas. A propagação negativa da afirmação de uma possível escassez de mercado para a área e o apontamento equivocado de um não reconhecimento por parte dos empresários e sociedade de um modo geral faz com que se crie uma “cultura” da lei do mínimo esforço e de mudança de área.

A atividade sempre terá um grande valor. Mas compreende-se que a elevação da auto-estima das pessoas que escolheram as relações públicas como profissão, está diretamente ligada também ao aprofundamento do conhecimento sobre a atividade.

Sabemos que para o exercício das relações públicas e a sua defesa tanto na academia quanto no mercado é preciso o entendimento sobre o assunto e mais que isso a capacidade de praticar a atividade de forma eficiente. 

A dúvida é: será que os pessimistas no que diz respeito a atividade de relações públicas  são competentes para exercê-la ou utilizam as palavras negativas para encobertar a sua própria incapacidade?

A verdade é que as relações públicas cresceram muito na atualidade. Para quem já veio de um período em que a atividade estava diretamente ligada a ditadura militar, hoje, estamos, gradativamente, nos libertando deste vínculo negativo. Na época, enquanto os jornalistas eram os heróis que estavam lutando do lado do povo sofrido, os relações-públicas estavam consolidando o discurso dos ditadores.

Mas, depois disso, vieram muitos créditos contabilizados para a atividade. Profissionais de renome como Vera Giangrande, Cândido Teobaldo, Roberto Porto Simões e Margarida Kunsch, e mais recentemente Marcello Chamusca, Carolina Terra, dentre muitos outros, elevaram as relações públicas e mostraram o seu valor para a sociedade.

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