segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Valorização do indivíduo e storytelling - Histórias reais em exposição no Museu da Pessoa

Começa-se este post com uma pergunta: quem, em toda a sua vida, já contou alguma história para alguém? Seja esta verdadeira ou não, a cada momento do dia, milhões de histórias, famosas ou anônimas, felizes ou tristes, sonhadoras ou pessimistas, se constróem e reconstróem, e são repassadas aos públicos de várias maneiras.

Este ato de contar histórias, na comunicação, tem um nome específico: o storytelling, tema de variados artigos e dissertações, como a de Juliana dos Santos Padilha que, para obter o título de Mestre em Comunicação pela UNESP Bauru, escreveu a dissertação Storytelling do Blog Me Leva Brasil: Desdobramento de Conteúdo Midiático da TV, Interação com o Telespectador e Propaganda, em que ela relata, no começo, o conceito de storytelling (2010, p. 30) que será utilizado neste post:

"Storytelling é o ato de contar histórias como tradicionalmente é conhecido. Até há pouco tempo, um indivíduo narrador contava, com suas palavras e gestos, uma certa história para uma ou mais pessoas, em geral presentes no ato de produção da narrativa. A narrativa podia se dar de forma natural ou ensaiada. Atualmente, essa prática vem sendo resgatada em escolas, universidades e associações de contadores de histórias."

E esta prática do "contar histórias" é muito importante quando se pensa no ato de resgatar a memória, não só organizacional, mas pessoal também, pois há a valorização daquelas histórias que talvez não foram taxadas de importantes pela mídia, mas que relatam passagens importantes da história brasileira com um olhar diferenciado. Há uma expressão popular famosa que diz: "minha vida daria um filme/um livro". E se a história de vida de muitas pessoas pudesse ser exposta num museu, assim como as obras de arte mais famosas dos mais renomados artistas?

Esta é a intenção do projeto Museu da Pessoa, criado em 1991 na cidade de São Paulo, que possui, como missão, a valorização da história de cada indivíduo por toda a sociedade. Uma equipe de 22 colaboradores e 5 voluntários contribui para o êxito deste museu on-line, que desenvolve três programas de comunicação: Conte Sua História (responsável pela política de captação do acervo do Museu - qualquer pessoa tem a oportunidade de contar a sua história de vida), Memória Institucional (preservação, organização e divulgação da memória das instituições brasileiras de qualquer natureza) e Formação (capacitação de educadores, mediadores de diferentes instituições e integrantes do Museu da Pessoa para o desenvolvimento e implantação de projetos e ações de registro, preservação e divulgação da memória).

Entrando na era digital, o Museu está também na rede de microblogs Twitter, incentivando seus seguidores a participar de seus projetos, seja patrocinando um deles ou escrevendo suas histórias, além de trazer frases para reflexão, histórias em destaque, artigos sobre a instituição e sobre storytelling, promoção de eventos, entre outras ações.

No canal do projeto no Youtube, pode-se encontrar várias histórias de pessoas comuns e o vídeo promocional para as comemorações do Dia Internacional de Histórias de Vida, comemorado no dia 16 de maio. Entre os vários projetos realizados pelo Museu, houve o Memórias da Literatura Infantil e Juvenil, em que escritores, ilustradores, críticos literários e editores contaram algumas histórias de suas vidas. O vídeo a seguir mostra um depoimento do autor Pedro Bandeira ao Museu da Pessoa.



P.S.: Lembram-se do concurso cultural "Para Doar é só Falar", analisado neste blog? Pois é, há um vídeo de quatro amigos meus da UNESP que está concorrendo! O projeto deles chama-se Complete Vidas e o vídeo concorrente do concurso já esta no site! Vale a pena ver e, se quiser, votar, pois ficou muito expressivo e mostra realmente a arte de contar, mesmo que resumidamente, as histórias de famosos e anônimos que doaram a sua vida para os outros.

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