quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Divertir e informar combinam? - O uso do infotenimento no Globo Esporte Paulista

Com o início do século XXI, muitas mudanças ocorreram em várias áreas da comunicação, desde o grande desenvolvimento da Internet e suas ferramentas sociais, passando pela concepção de uma televisão mais interativa e por uma maior integração entre as mídias para fins mercadológicos, de divertimento e de informação, ou os dois últimos quesitos juntos.

Mas esta afirmação é possível de ser feita? Afinal de contas, o entretenimento pode ser aliado à informação sem se sobressair a esta? Existe uma linha jornalística recente (desde a década de 1980) que tenta conciliar os, até antes, antagônicos conceitos: o chamado jornalismo de infotenimento, que é explicado por Fabia Angélica Dejavite, em seu artigo A Notícia light e o jornalismo de infotenimento, apresentado durante o Intercom 2007 (p. 2):

 "(...) é o espaço destinado às matérias que visam informar e entreter, como, por exemplo, os assuntos sobre estilo de vida, as fofocas e as notícias de interesse humano – os quais atraem, sim, o público. Esse termo sintetiza, de maneira clara e objetiva, a intenção editorial do papel de entreter no jornalismo, pois segue seus princípios básicos que atende às necessidades de informação do receptor de hoje. Enfim, manifesta aquele conteúdo que informa com diversão."

O infotenimento, quando bem utilizado, causa grande aceitação do público, acarreta num aumento da audiência e, indiretamente, num conhecimento maior dos anunciantes daquele horário do telejornal, resultando em mais vendas ao mercado. Porém, quando se esquece a informação e passa-se a valorizar mais o lado lúdico, o telejornal perde a sua credibilidade em relação à crítica especializada e ao próprio telespectador.

Os dois lados desta moeda podem ser vistos na edição paulista do programa jornalístico Globo Esporte, apresentado por Tiago Leifert, que promoveu uma revolução no chamado "padrão Globo de jornalismo", abolindo o teleprompter e inserindo matérias mais longas e com temas poucos relacionados ao esporte, voltados mais ao humor.

Com essa modificação feita a partir do início de 2009, o jornal voltou a ser líder de audiência em seu horário e conquistou um público mais jovem e pessoas que geralmente não costumam assistir ao Globo Esporte, mas que o fazem graças a espontaniedade do apresentador, como neste comentário feito depois do jogo entre Santos e Corinthians, válido pelo Campeonato Paulista de 2010.



Porém, em algumas situações, o entretenimento foi demasiadamente superior à informação, como em maio de 2010, quando Leifert fez uma participação especial de menos de 2 segundos na novela Passione e se tornou um "insuportável", passando a apresentação das notícias para o Ivan Moré e se vangloriando de seu mais novo status de celebridade. Como pode-se ver, o vídeo dura oito minutos, sendo que menos de um é preenchido por notícias, refletindo, assim, o mau uso do infotenimento.



Este exagero de entretenimento no jornal pode ser facilmente evitado através de pesquisas de opinião destinadas aos telespectadores e amantes do "jeito Leifert" de conduzir o Globo Esporte, para que se realmente veja os erros e os acertos desta nova fase do programa. Pode-se concluir que o equilíbrio entre o jornalismo e o humor precisa ocorrer no infotenimento para que o primeiro possa continuar a ser valorizado e, mais do que isso, para que o telespectador se divirta, sem ser manipulado pela falta de informações úteis. 

Um comentário:

  1. Só não gostei do primeiro vídeo porque escolheu bem um jogo que o Corintians perdeu rss?

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