Toda organização (seja ela uma instituição, uma empresa, uma agência, um local de serviço público, entre outros) ou até mesmo cada indivíduo tem uma imagem, uma pintura, um retrato a zelar. Dependendo do caso, qualquer arranhão, borrão ou um simples rabisco nesta construção pode acabar com o prestígio sedimentado por vários anos e, assim, determinar uma crise de imagem que pode levar empresas e instituições ao ostracismo e, em alguns casos, à falência.
Antes de mais nada, é necessário identificar o conceito de crise de imagem. Para isso, nesse post, utiliza-se a dissertação de Maria Carolina Rodriguez, intitulada Comunicação em Tempo de Crise: o caso da Autovisão no Brasil (2006, p. 16), que analisa o caso Autovisão, que determinou, em 2003, uma crise de imagem da Volkswagen do Brasil. No primeiro capítulo desta dissertação entregue ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista do Brasil, a autora define alguns termos relacionados ao estudo de caso, dentre eles a crise de imagem:
*É válido ressaltar as diferenças entre imagem e reputação: enquanto a primeira tem um caráter efêmero, é o resultado da comunicação e se constrói fora da organização, a reputação tem uma esfera duradoura e é gerada no interior da organização. (notas nossas)
Quando o momento da crise acontece, gerenciá-la é uma tarefa importante e que exige uma atenção maior nas consequências que esse ato pode causar, não só no presente momento, mas em eventos futuros. O profissional de Relações Públicas é apto a ser este gerenciador que pode, em alguns casos, salvar a instituição de uma consequência negativa maior colhida pelo fato indesejável.
Um fato que precisa de uma gestão de crises de imagem aconteceu durante os jogos universitários INTERUNESP, promovidos no ano de 2010 na cidade de Araraquara/SP. Segundo as notícias, houve neste evento o chamado "rodeio das gordas", em que jovens mais gordinhas são paqueradas de início, depois agarradas e, se debatendo, ficavam presas aos garotos, como nos rodeios. Vencia aquele que conseguia segurar sua "parceira" por mais tempo.
Muitas garotas atingidas por essa "brincadeira" procuraram as reitorias e a Unesp abriu processo para investigar o caso, além dos vários protestos feitos por alunos da própria faculdade de Assis, de onde vieram os alunos criadores da brincadeira. Até uma reunião da Congregação de lá foi assistida por centenas de mulheres e homens protestando silenciosamente contra o "rodeio".
A repercussão nas mídias sociais foi imediata, com muitos twitteiros repudiando o "rodeio", a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) soltou uma nota lamentando o ocorrido e a cantora e atriz Preta Gil saiu em defesa das mais gordinhas, encorajando-as a se defender destas truculências, além das comparações entre UNESP e UNIBAN por conta do episódio de Geisy Arruda. Abaixo, o vídeo com a notícia completa, dada pela Rádio Morada do Sol de Araraquara.
É necessário, nesta visão de uma blogueira unespiana de Relações Públicas, uma ação rápida e eficiente por parte da reitoria da UNESP para que esta crise de imagem que afetou a instituição não se perpetue por muito tempo e que os responsáveis pelas brincadeiras sejam punidos rigorosamente.
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