As celebridades são vistas por muitas pessoas como seres mitológicos, com um aura de imortalidade expressa em cada gesto, e, quando elas falecem, há toda uma comoção em volta do fato e a necessidade de se afirmar os fatos e de se explicar o que aconteceu, ainda mais se for trágico como, por exemplo, a morte do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna, como descrevem Ronaldo Helal e Graziella Cataldo no artigo A Morte e o Mito: as narrativas da imprensa na cobertura jornalística da morte de Ayrton Senna, apresentado no NP 18 - Comunicação e Esporte no XXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação em Porto Alegre (2004, p. 4):
"A morte de uma personalidade é celebrada e produz significados para a sociedade mais ampla. Ela transcende a comoção familiar, a esfera privada, e torna-se de domínio público, tal qual foi a narrativa produzida pelos meios de comunicação da personalidade em vida. (...).
A divulgação feita pela imprensa é vista como fator de grande importância para as manifestações sociais."
O piloto brasileiro, claramente, era considerado um dos grandes pilotos da história enquanto estava vivo; porém, depois de sua morte trágica em 1º de maio de 1994, o mito se eternizou e até hoje, principalmente com a proximidade do aniversário de morte, são feitas várias homenagens a Senna, como nomes de ruas, de avenidas, de rodovias e de indivíduos, entre outros.
Outro "mito" que pode se eternizar com sua morte é o polvo Paul, conhecido por acertar várias previsões durante a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Ele morreu na madrugada da última terça-feira (dia 26 de outubro), de causas naturais em seu aquário na Alemanha, e já recebeu várias homenagens, como uma estátua no oceanário em que vivia e a torcida do Barcelona lembrou-se do polvo que acertou a conquista da Espanha no Mundial. Até o Globo Esporte fez sua homenagem ao polvo profeta, com a narração de Tiago Leifert.
E ainda se vê casos de artistas que afirmam que serão mais reconhecidos na música quando morrerem, como o ator da saga "Crepúsculo" Robert Pattinson, em entrevista ao jornal "The Sun". Entre críticas e comentários, o que é importante ressaltar são os casos de músicos que só tiveram um maior reconhecimento depois de sua morte, como o brasileiro Raul Seixas. A morte, portanto, pode ser, dependendo das circunstâncias, um "bom negócio" para a imagem da celebridade, que pode se perpetuar por várias gerações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário