segunda-feira, 11 de abril de 2011

Comunicação como multiplicadora da cidadania - Projeto A Corrente do Bem

Muitos meios de comunicação desenvolvem projetos voltados não somente para o seu bel-prazer ou para um lucro imediato, mas que visam melhorar a vida das comunidades em que atuam, gerando ferramentas de solidariedade e de bem-estar, ainda que, algumas vezes, de forma provisória e pouco eficiente na prática a longo prazo. Enfim, é o exercício da cidadania que se apresenta em muitos cases desse tipo. Mas, afinal de contas, o que é cidadania de fato?

Dentre várias possíveis observações sobre este termo, Alessandra Possebon e Silas Nogueira utilizam-se das ideias de Marshall (1967) para definir o que é cidadania no artigo Comunicação e Cidadania: Diálogo Necessário, apresentado no X Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (2010, p. 10): "(...) a cidadania é colocada como a participação integral do individuo na comunidade política e o reconhecimento dos direitos dos cidadãos para com o Estado, em que cidadão seria aquele que detém os três direitos: civis (liberdade individual), políticos (participação política ampla) e sociais (bem estar)."

Para exemplificar a atuação das estratégias comunicacionais a fim de promover a cidadania (no caso que se segue, o reconhecimento dos direitos sociais, do bem estar), o post de hoje do RPitacos apresenta uma corrente que, ao invés de aprisionar pessoas, faz com que estas sejam conscientizadas da importância de pequenos gestos cotidianos que podem mudar a vida de muitos.

O projeto A Corrente do Bem foi criado a partir de uma inspiração do australiano Blake Beattie em 2007, que leu um livro chamado Pay It Forward, de Catherine Ryan Hyde (há também um filme, lançado em 2000, inspirado neste livro). Nessas produções, o protagonista ensina que se forem feitas boas ações para três pessoas e essas replicarem para outras três, é possível gerar um grande impacto de acordo com uma escala matemática. Algumas pessoas duvidavam dessa teoria, mas Beattie decidiu desafiar os críticos e lançou o chamado Dia Mundial da Boa Ação, comemorado no próximo dia 28 de abril em 30 países, inclusive no Brasil.

Segundo entrevista concedida ao site do Prêmio Empreendedor Social, Leonardo Eloi, um dos idealizadores no Brasil define, numa única frase, o significado deste dia para o mundo: "Transformar a cultura das pessoas em relação ao altruísmo, à solidariedade e à irmandade de uma forma simples, cool e geradora de resultado". E como as pessoas podem contribuir nesta última quinta-feira de abril para que este projeto seja visto por muitos? O site oficial da Corrente no Brasil - já citado - explica como:  "Faça entre uma e três boas ações para pessoas diferentes, sem esperar ou pedir nada em troca. Incentive a pessoa ajudada a continuar a Corrente do Bem, também ajudando outras três pessoas."


Vários parceiros já aderiram ao projeto e contribuem para que as pequenas atitudes de cidadania e solidariedade se espalhem por todo o mundo. Na mesma reportagem, é mostrado o exemplo da Primavera Editorial, que doará um lote de 60 exemplares da obra "Um Chef Sem Segredos", de Luiz Cintra, à ONG Banco de Alimentos.

A Corrente do Bem também tem materiais específicos para escolas, empresas e parceiros, além de pedir a ajuda dos internautas para disseminar o projeto através de ideias como jingles, campanhas publicitárias, entre outros. O projeto possui perfis em várias redes sociais, como no Twitter e no Facebook, além de um canal de vídeos no Youtube. Este video a seguir, como encerramento do post, mostra a iniciativa do jovem Trevor no filme homônimo ao projeto e mostra o quanto é possível ajudar o mundo a ser melhor através de pequenos gestos, e isso também vale para as atitudes no âmbito comunicacional.



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