quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tudo nos míííínimos detalhes! - Transparência e questionamento nas empresas

Muitas pessoas, nos contextos profissional e pessoal, costumam averiguar cada detalhe de seu cotidiano, de sua vestimenta, de seus materiais antes de sair ou de entrar em algum lugar. Outras são questionadoras, não ficam quietas se alguma dúvida as aflige ou se algo não ficou bem entendido. Se no âmbito individual, estas atitudes, com equilíbrio, são importantes, não seria diferente para uma empresa que necessita se relacionar com seus consumidores/clientes/usuários e prestar contas à opinião pública de seus atos.

Um personagem que, mesmo considerado um chato pelos outros personagens que o cercam e muito engraçado pelo público, pode ser um exemplo de como as empresas e os profissionais precisam agir perante a opinião pública, em relação à transparência e ao anseio de questionar, chama-se O Explicadinho, interpretado, inicialmente, pelo ator Roni Rios (morto em 2001), o mesmo que fez a Velha Surda, tema de um post antigo deste blog. O ator foi destaque dos programas Praça da Alegria (TV Tupi) e A Praça é Nossa (SBT) durante as décadas de 1950 a 1990.

Ainda quando Rios estava vivo, Marcelo de Nóbrega, filho do apresentador do programa Carlos Alberto de Nóbrega, aparecia como um "irmão gêmeo" do personagem. Com o falecimento de Roni, Marcelo, anos depois e até os dias atuais, continua dando vida ao personagem que irrita as pessoas fazendo perguntas demais e exigindo delas maiores explicações sobre seus atos. A seguir, um vídeo que mostra Rios e Nóbrega juntos numa esquete do Explicadinho. Ou melhor, dos Explicadinhos.



O que esta simples esquete de 2 minutos pode ensinar a respeito de comunicação e de planejamento? Na primeira fala do ator que acompanha os humoristas, ele diz: "Já tô (sic) preparado e, desta vez, o Brasil vai botar pra quebrar". O Explicadinho pergunta: "Mas quebrar em pedaços grandes ou em caquinhos?". O contexto ainda não foi esclarecido, porém o ator está vestido com as cores que simbolizam a bandeira brasileira (verde e amarelo), além de segurá-la em seus braços. Depois, ele explica que está chegando a Copa da Itália (1990) e, por isso, ele está feliz. Mesmo assim, os humoristas não entendem e fazem outras perguntas.

Logicamente, é até exagerado perguntar a qual Copa o ator se referia, naquele contexto da veiculação da cena. Porém, num planejamento, é necessário especificar todas as coisas, até mesmo as mais óbvias, para que o cliente ou o acionista majoritário não tenha dúvidas sobre o projeto a ser elaborado.

Outro fato importante na esquete é a respeito do próprio ato de questionar, tratado como uma hipérbole neste caso. Porém, é importante perguntar a pessoas mais experientes sobre os processos a serem feitos, e também se questionar a respeito dos passos cumpridos e os a cumprir. Em relação à opinião pública, ela necessita ter este viés questionador, tanto ás empresas, quanto para os políticos, para a mídia, entre outros setores da sociedade pois, assim, ela não se tornará algo influenciável, mas sim influenciador.

Enfim, se houvesse muitos Explicadinhos nas empresas (tirando a faceta de "irritante" do personagem em relação aos outros), na opinião pública e na sociedade como um todo, muitos planejamentos teriam resultados completamente diferentes e muitas situações poderiam ser evitadas.

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