quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mídias sociais e a democratização do acesso da população ao conhecimento científico

Desde os tempos mais remotos da História da humanidade, as pessoas buscavam o conhecimento a partir de várias situações, como o aprendizado da prática da caça, da pesca e da produção de desenhos nas paredes das cavernas, por exemplo. Este ensino era passado de pai para filho (e/ou de mãe para filha) e ultrapassava as gerações que, ao longo do tempo, desenvolveram outros conhecimentos e aprimorando (ou deixando de lado) os antigos. O único porém deste ciclo é que uma parte da população não se integra (por querência ou por falta de oportunidades) a esta evolução, causando, assim, a exclusão sócio-intelectual destes envolvidos.

Os milênios vão passando, e esse ato de compartilhar conhecimentos continua válido e muito presente nesta sociedade globalizada e midiática do século XXI, muito por conta do avanço da utilização da Internet, como mostra o texto Internet e democratização do conhecimento: repensando o processo de exclusão social, tese de Mestrado em Educação de Adriano Canabarro Teixeira (2001, p, 71):

"As implicações da utilização dos serviços oferecidos pela Internet são facilmente observáveis, sobretudo como elementos de comunicação que permitem a troca de informações e de ações colaborativas entre as pessoas. O campo de aplicabilidade educacional da Internet apresenta-se amplo e fecundo, uma vez que a sua utilização apresenta novas perspectivas de acesso e construção colaborativa do conhecimento, potencializando o processo ensino-aprendizagem e a construção de novos conhecimentos, na medida em que oferece aos sujeitos envolvidos no processo inúmeras possibilidades de interação e de comunicação"

Em relação ao conhecimento científico, este processo se torna um pouco diferente, pois os estudos científicos são passados às novas gerações, na maioria das vezes, através da interpessoalidade (como numa palestra ou numa aula) ou pelos meios midiáticos, sejam tradicionais (livros, revistas científicas, anais de congressos) ou eletrônicos (portais de universidades, sites pessoais/profissionais, blogs, Twitter...). Aliás, em 2008, o Brasil era o 15º colocado na produção de conhecimento científico, superando países como Suíça e Suécia, como mostra esta reportagem da TV Brasil.



E como mostrar todo este arsenal de artigos aos públicos interessados de maneira inovadora e agradável? Um exemplo recente de como propiciar um acesso maior a conteúdos científicos aconteceu na tarde da última terça-feira, em que a Relações Públicas Carolina Terra transmitiu, via Twitcam, a defesa de sua tese de doutorado sobre mídias sociais, com o tema Usuário-mídia: A relação entre a comunicação organizacional e mídias sociais. A arguição da banca examinadora foi transmitida parcialmente, porém o conteúdo da apresentação dos estudos feitos pela pesquisadora foi passado de uma maneira inovadora e teve um compartilhamento quase que instantâneo através de mídias sociais como o Twitter.

Um outro exemplo são os chamados e-books, livros eletrônicos lançados por várias editoras e até mesmo por blogs na área de comunicação, como o Suprassumo MidiaBoom, coletivo sobre comunicação digital lançado pelo blog homônimo, que mostra artigos atualizados e com a incorporação de alguns comentários pertinentes, incentivando a integração entre leitores e editores.

Enfim, a democratização do conhecimento científico nos últimos anos ainda não foi completada, mas pode caminhar a passos largos para que mais pessoas possam ter acesso aos conteúdos científicos e, assim, poderem compartilhar por entre as gerações, como na distante época da Idade da Pedra.

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