Porém, com o avanço do uso da Internet e, posteriormente, o surgimento de redes e de mídias sociais neste espaço virtual, não se pode mais negar o poder de influência que o consumidor possui em relação à concepção e ao consumo de muitos produtos (vide o chamado Boca a Boca 2.0, já discutido no RPitacos).
Muitas pessoas, atualmente, querem contribuir com as empresas em relação, por exemplo, a como realizar um lançamento de produto ou como valorizar um já existente no mercado. Outras ainda querem lançar produtos e conteúdos por conta própria, distribuindo-os através de sites de relacionamento e de compartilhamento de vídeo.
Esta maior participação e interferência dos indivíduos no controle destas relações confere um novo nome aos consumidores que assim agem: eles são, agora, prosumidores, como relata Junia Cristina Junqueira Parreira Meirelles em sua dissertação de mestrado da Universidade Anhembi Morumbi Design, interação e convergência (2008, p. 21):
"O termo prosumidores, cunhado por Alvin Toffler (apud Kerckhove, 1995) para destacar as tendências do mercado, define o consumidor que não está mais satisfeito somente em consumir e deseja participar cada vez mais da produção. São esses prosumidores os interatores que, com os serviços de internet, transformam os sistemas de comunicação do século XXI por meio da produção e publicação de conteúdo próprio."
Um exemplo recente da ação dos prosumidores ocorreu a partir de uma promoção do refrigerante Sprite, em que internautas poderiam fazer um layout para ilustrar a lata do produto a partir de um aplicativo disponível no site (inclusive, mesmo com o fim da promoção, qualquer internauta pode desenhar sua lata e compartilhar com os amigos). Além de esta iniciativa ser um exemplo de crowdsourcing advertising (como já foi discutido neste blog), os participantes desta ação puderam exercer uma prática "prosumista", ou seja, de contribuir, no quesito design, para a criação de um produto.
No mesmo artigo citado anteriormente, Meirelles afirma que o prosumidor "interage socialmente, não só utilizando os ambientes digitais como meio, mas também produzindo informações e remixando-as." (2008, p. 23). E isso fica bem evidente quando se vê a disseminação rápida dos chamados vídeo-blogs (vlogs), plataformas de conteúdo importantes para quem deseja produzir suas próprias reportagens e análises sobre determinado tema, sem apenas receber as opiniões de terceiros ou de pessoas influentes num cenário específico.
Muitos casos de sucesso deste canal de comunicação acabam também engrenando seus trabalhos nas mídias tradicionais, como o exemplo do vlogger Felipe Neto, do Não Faz Sentido, que, com o sucesso de seus vídeos, acabou protagonizando um programa no Multishow em 2010, chamado Será que faz sentido?, e, recentemente, foi chamado pelo apresentador Tiago Leifert para estrelar quadros no Esporte Espetacular e no Globo Esporte, desferindo seus comentários no contexto esportivo. Para entender melhor o funcionamento dos vlogs, a seguir está um vídeo feito para um trabalho de comunicação e expressão da Faculdade Maurício de Nassau.
Cara Maíra,
ResponderExcluirParabéns pelo artigo sua contribuição tem sido muito grande para as reflexões sobre os temas ligados às Relações Públicas, como também, às Mídias Sociais.
Sempre que posso compartilho seu material, no Twitter, no Facebook e no meu Blog, tenho muitos alunos e ex-alunos que me seguem e considero qualquer informação relevante que possa enriquecer em nível pessoal e profissional.
Um grande abraço.
Profª Teresa D T Pitombo
Profª Teresa,
ResponderExcluirÉ uma grande alegria ler o seu comentário. Fico, ao mesmo tempo, muito feliz por esse reconhecimento e com uma grande responsabilidade de estudar ainda mais para escrever textos que enobreçam, não a mim, mas à nossa profissão de Relações Públicas.
Mais uma vez, muito obrigada!
Beijo!