quarta-feira, 9 de março de 2011

Sexo frágil? Que nada! - A importância das mulheres na comunicação

Na última terça feira, dia 08 de março, o mundo inteiro comemorou o Dia Internacional da Mulher que, mesmo coincidindo no Brasil com uma terça feira marcada pelo feriado de Carnaval, foi amplamente valorizada pelos meios de comunicação. Porém, muitas pessoas ainda não sabem o porquê do surgimento desta data comemorativa e, ao mesmo tempo, reflexiva.

Em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos nos Estados Unidos fizeram uma grande greve, reivindicando redução na carga diária de trabalho para dez horas, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com violência, com as mulheres sendo trancafiadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas. 

Em 1910, mais de 50 anos depois, durante uma conferência na Dinamarca, decidiu-se que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram naquela fábrica. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas. Ou seja, este foi o 35º ano em que se comemora oficialmente o Dia Internacional da Mulher e o centésimo ano em que a data foi instituída.

E o que seria de várias áreas da humanidade sem a presença feminina? Talvez perderiam muito em relação à competência, ao talento, à disposição e, por que não, à beleza quase sempre inoxidável das mulheres. Isto não é diferente quanto à área das Relações Públicas, considerada por muitos como uma área predominantemente feminina (embora muitos homens tenham escolhido esta profissão para seguir em suas carreiras profissionais). E várias mulheres fizeram, fazem e ainda farão parte da história das Relações Públicas. Embora muitas pessoas possam ser lembradas, alguns nomes são primordiais para a concretização da profissão no Brasil e no mundo.

Um exemplo desta dedicação está na saudosa Vera Giangrande (1931-2000), primeira mulher a ser gerente de uma multinacional no Brasil (no laboratório farmacêutico, Squibb em 1967) e a se tornar rotariana em 3 de julho de 1989, tornando-se também uma das primeiras mulheres a ser presidente do Rotary (1993-1994); uma das primeiras profissionais de ombudsman no Brasil (assumiu a função, em 1993 na rede de supermercados Pão de Açúcar, aos 63 anos) e uma referência profissional para outras empresas, órgãos públicos e instituições, além de ser a responsável pelo lançamento da campanha "McDia Feliz", que ajuda entidades que disponibilizam tratamento contra o câncer infantil. 

Sua conduta era sempre marcada pela ética e pela paixão por seu trabalho e, por conta disso, Giangrande recebe muitas homenagens e nomeia algumas premiações na área de Relações Públicas, como o Prêmio Vera Giangrande de Iniciação Científica, destinado a estudantes de graduação que participam da Intercom Júnior – Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento que integra a programação dos Congressos da Intercom.

Para que se possa entender ainda mais a importância de Giangrande, não só para a profissão de Relações Públicas, mas para a cidadania brasileira, Maria Cristina Gobbi, Aparecida Ribeiro dos Santos e Lana Nascimento Santos escreveram um artigo chamado Vera Giangrande: uma história de encantamento, texto apresentado no VI Celacom - Colóquio Internacional sobre a Escola Latinoamericana de Comunicação e publicado na Revista Brasileira de Ciências da Comunicação (jul/dez 2002, p. 115):

O consumidor, hoje, faz parte dessa polifonia, pois passou a ter voz e direitos. Isso ocorreu em grande parte graças ao trabalho de Vera Giangrande como Relações Públicas e Ombudsman, a partir do momento que atuou com uma habilidade comunicacional polifônica: a comunicação bidirecional em detrimento da unidirecional, fazendo com que as relações entre empresa, instituição e consumidor nunca mais fossem as mesmas.

Nada mais justo, portanto, mostrar a história desta grande profissional e, assim, homenagear todas as mulheres do mundo, especialmente as que escolheram as Relações Públicas como a sua profissão. Para encerrar o post, uma música que retrata muito bem a alma feminina através da visão de um homem, do compositor Erasmo Carlos.


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