segunda-feira, 28 de março de 2011

A fama repentina das Webcelebridades - Caso Rebecca Black e a sexta que não terminou

"Se tiver 15 minutos viro capa de revista / Money no bolso, é tudo que eu quero / Money no bolso, saúde e sucesso (...)" Esta música interpretada por Beth Lamas mostra claramente que a condição de célebre ainda é muito requisitada no século XXI. Muitas pessoas gostariam de ter seu nome, seu perfil de beleza, suas ideias, suas músicas, seus escritos; enfim, seus talentos reconhecidos e repercutidos pelas pessoas.

Com a expansão do uso da Internet, o chamado "caminho para o estrelato" se tornou um pouco menos tortuoso, no que se refere à divulgação, e mais complicado, no sentido de captação de audiência. A cada dia, muitos vídeos e posts amadores ou profissionais, de pessoas já famosas ou por completamente anônimos, são lançados na rede mundial de computadores e expostos ao julgamento do público. Alguns destes conteúdos tornam-se fenômenos tão (ou mais) rapidamente do que o tempo dedicado á sua produção e os seus autores transformam-se em web-celebridades.

Ainda em respeito à maior facilidade de divulgação, é necessário entender que, quando se disponibiliza algo na Internet, este conteúdo está exposto a vários comentários e, por mais que o conteúdo seja simples e "inútil", há uma oportunidade de este se destacar em meio a milhões de vídeos e fotos, como afirma o artigo Celebridade para Todos: um antídoto contra a solidão?, escrito por Paula Sibilia para a revista Ciência e Cultura (2010, p. 54)

"(...) agora "qualquer um" pode ser famoso, levando em conta o fluxo incessante de celebridades que nascem e morrem sem nada ter feito de extraordinário, mas apenas por ter conquistado alguma vitrine mais ou menos abrangente. Porque cabe às telas, ou à mera visibilidade, essa capacidade de conceder um brilho extraordinário à banalidade exposta no rutilante espaço midiático. São as lentes da câmera e os holofotes que criam e dão consistência ao real, por mais anódino que seja o referente para o qual os flashes apontam. A parafernália técnica da visibilidade é capaz de conceder sua aura a qualquer coisa (ou a qualquer um) e, nesse gesto, de algum modo o realizam: dão-lhe existência, confirmam que está vivo."

O caso mais recente deste fenômeno ocorreu com a cantora Rebecca Black. Durante algumas semanas, desde o dia 15 de março, seu nome permaneceu entre os tópicos mais comentados no mundo, da rede de microblogs Twitter, agregando críticas (atribuídas, por muitos, como um cyber bullying) e elogios (vindos da cantora Lady Gaga e do jurado americano Simon Cowell) quanto à sua afinação, à edição de imagem feita e à letra da música.

Considerada por muitos como a "pior música de todos os tempos", a canção Friday alçou 60 milhões de visualizações de seu clipe oficial no Youtube, arrecadando, na primeira semana de vendas pela Internet, US$ 25 mil para a jovem cantora de apenas 13 anos. Segundo Rebecca, estes lucros serão doados para as vítimas dos recentes terremotos ocorridos no Japão. A cantora ainda poderá visitar o Brasil em breve, segundo entrevista concedida ao programa Fantástico, da Rede Globo.

Diante deste repetino sucesso, só resta saber como Black e seus pais irão lidar com a fama da nova web-celebridade e se a cantora, considerada por muitos uma versão feminina de Justin Bieber (já que os dois jovens começaram suas carreiras utilizando a mesma plataforma midiática) será mais uma que possui apenas uma música de sucesso ou se conseguirá ultrapassar de vez as fronteiras da mídia online.

Nenhum comentário:

Postar um comentário