Muito se fala em várias redomas do cotidiano, nas empresas e nas aulas de ensino fundamental, médio e superior sobre a importância de se ter conhecimentos na área da Informática, como, por exemplo, aprender a editar textos, fazer apresentações de slides, configurar tabelas e navegar pela rede mundial de computadores. Para alguns setores da sociedade, realizar estas tarefas se tornou algo comum, quase que inerente à rotina diária de muitas pessoas.
Porém, mesmo com a popularização deste assunto através das mídias tradicionais (os programas jornalísticos e de variedades mostram, com frequência, matérias sobre informática e sua utilização pela sociedade), nem todas as residências brasileiras possuem o seu próprio computador.
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 17 de setembro de 2010 em matéria do Portal R7, a utilização de computadores e o acesso à internet dobraram no Brasil entre 2004 e 2009, mas o desempenho não é o mesmo quando o assunto é tecnologia. Ainda de acordo com a matéria, "Seis anos atrás [em 2004], só 14,2% das casas tinham acesso à rede. Esse número passou para 31,5% no ano passado. A posse de computador também seguiu o mesmo caminho da web, alcançando 39,3% dos lares urbanos. Na Coreia do Sul, Japão e em boa parte dos países europeus, a média de domicílios com PCs é superior a 75%."
Com isso (e com mais um recente estudo, divulgado hoje, que mostra que metade dos domicílios brasileiros tem internet, sendo 38% da classe C e com banda larga), pode-se dizer que o processo de uma total digitalização do povo brasileiro (em meios domésticos) ainda precisa ultrapassar várias etapas para que isso aconteça. Porém, em relação ao mecanismo de acesso da população à Internet, como pode-se ver, houve um aumento considerável, graças aos programas de inclusão digital oferecidos pelas iniciativas pública e privada. Para entender o que é, de fato, este processo e qual é a sua contribuição para a sociedade, o subeditor do Websinder Paulo Rêbelo fez uma reportagem intitulada: Inclusão digital: o que é e a quem se destina? (2005, p. 01):
"(...) inclusão digital significa, antes de tudo, melhorar as condições de vida de uma determinada região ou comunidade com ajuda da tecnologia. A expressão nasceu do termo “digital divide”, que em inglês significa algo como “divisória digital”. Hoje, a depender do contexto, é comum ler expressões similares como democratização da informação, universalização da tecnologia e outras variantes parecidas e politicamente corretas.
Em termos concretos, incluir digitalmente não é apenas “alfabetizar” a pessoa em informática, mas também melhorar os quadros sociais a partir do manuseio dos computadores. Como fazer isso? Não apenas ensinando o bê–á–bá do informatiquês, mas mostrando como ela pode ganhar dinheiro e melhorar de vida com ajuda daquele monstrengo de bits e bytes que de vez em quando trava."
Com esta contextualização, pode-se afirmar que o processo de inclusão digital não é algo apenas técnico, e sim humano e, para auxiliar os públicos-alvo desta integração com os meios digitais, um plano de comunicação é necessário, como analisa Ana Valéria Machado Mendonça no livro Informação e Comunicação para Inclusão Digital – Análise do Programa GESAC: Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão (2008, p. 59):
"Precisamos fortalecer a produção de conteúdos entre os usuários da rede info-comunicacional, a fim de que a prosperidade do indivíduo na sociedade da informação, da comunicação e do conhecimento seja plena; pelo menos no que diz respeito ao elemento cultural necessário à sobrevivência da humanidade (...)."
Esta produção de conteúdos precisa ser pensada, necessariamente, através da comunicação de mão dupla, ou seja, ao mesmo tempo em que os profissionais executam apostilas, cursos, interfaces e atividades diversas para estimular a inclusão digital, estes também devem propor aos participantes que opinem sobre o curso (pesquisas de opinião quantitativa e qualitativa) e apliquem os conceitos apreendidos, por meio de concursos, exposições, entre outras atividades para, assim, serem multiplicadores de conteúdo.
Os profissionais de Comunicação, portanto, podem e devem utilizar seus conhecimentos para incentivar e divulgar a inclusão digital nos mais variados ambientes, seja nas empresas onde se trabalha, seja nos órgãos públicos ou em projetos específicos, além de promover projetos que possam estimular as pessoas a conhecerem este ramo da Informática, pois de nada adianta novas ferramentas serem desenvolvidas a cada ano se estas não forem acessíveis à população.
Parabéns, pelo post meu TCC foi sobre Relações Públicas e Inclusão Digital.
ResponderExcluirObservamos que "O educar, ensina a ler, interpretar, comunicar, relacionar, debater, posicionar-se, dar elementos para opções das mais diversas ordens, tudo isto não se faz apenas como os conteúdos trabalhados, mas também através das formas de educação".
Ana Clarissa