sexta-feira, 4 de março de 2011

Comunicação e novas tecnologias - Até que ponto elas são insubstituíveis?

Atualmente, é muito difiícil se deparar com algum jovem que não tenha nem sequer ouvido falar de redes sociais, seja pela televisão, seja pelo convívio com os colegas, seja pela própria adesão ao Orkut, ao Facebook ou ao Twitter (só para citar alguns dos mais conhecidos). Estes sites, juntamente aos comunicadores instantâneos, podem ser comparados aos videogames e às televisões de outrora: quando muitas crianças retornavam da escola, estas tecnologias eram quase que automaticamente usadas. Hoje, na maioria das casas, as crianças chegam em casa e, muitas vezes, ligam seus computadores para conferirem seus e-mails, seus perfis nas redes sociais. Muitos jovens e adultos ligam seus aparelhos eletrônicos para, de uma certa forma, continuarem seus trabalhos em casa, lerem alguns livros pela ferramenta dos e-books, conversar com amigos e colegas de trabalho via Skype, atualizar seus currículos, verificar suas contas bancárias, entre outras atividades.

Observando este cenário, é possível dizer que as novas tecnologias são insubstituíveis para a vida das pessoas neste século XXI? E, se não, a partir de que ponto elas são dispensáveis? Como exemplo, houve muitas notícias nestes últimos anos que mostram jornais impressos deixando de circular nas ruas e nas bancas de jornas, mantendo apenas as suas versões impressas. Um exemplo muito comentado foi o fim da versão impressa do Jornal do Brasil, em 1º de setembro de 2010, por conta de uma crise financeira e, segundo os diretores, para "entrar para a modernidade", mantendo apenas a versão digital da publicação por uma assinatura de R$ 9,90 por mês.

Outro questão muito discutida no ramo acadêmico é se os livros impressos irão desaparecer totalmente ou se este mercado será compartilhado com os e-books (livros eletrônicos). Existem várias opiniões sobre o assunto e, talvez, só o passar do tempo mostrará quem está correto. As autoras Christine Dantas Benício e Alzira Karla Araújo da Silva mostram essas correntes de pensamento no artigo DO LIVRO IMPRESSO AO E-BOOK: o paradigma do suporte na Biblioteca Eletrônica (2005, p. 5):

"Analisando essa dualidade entre a convivência do livro impresso com o eletrônico ou o aniquilamento do primeiro pelo segundo, há diversas opiniões a respeito dos e-books e se estes poderiam ser os responsáveis pela morte do livro impresso. Muitos dizem que está próximo o dia em que não iremos mais a livrarias, e sim, buscaremos nossas leituras através de distribuidores eletrônicos. Em contrapartida, os defensores do livro impresso afirmam que está longe de ocorrer uma crise no ramo, afirmando que a comercialização dos livros está em constante crescimento e expansão. Há ainda uma terceira corrente que sustenta a idéia de que os e-books vieram para completar o livro tradicional. Esta segue o pensamento de que assim como foi afirmado que o surgimento da televisão acabaria com a era do rádio, os e-books e os livros sobreviverão na mais harmoniosa paz. (...)"

Talvez a última situação descrita pelas autoras seja a mais provável de acontecer, se forem levados em conta alguns dados importantes. Segundo Sandra Rosalen, num artigo escrito para a revista Tecnologia Gráfica em dezembro de 2010, "o consumo de livros no Brasil está em ascensão, com uma média de títulos lidos por ano de 1,3 por habitante e 4,7 se contabilizadas as obras didáticas, mas ain­da um índice bem abai­xo da média eu­ro­peia de oito livros por habitante. Em tempo dedicado à lei­tu­ra, estamos também longe do ­ideal. O líder do ranking divulgado em 2009 pela BBC é a Índia, com 10,2 horas por semana, enquanto o bra­si­lei­ro dedica 5,2 horas, número in­fe­rior à média mun­dial de 6,5 horas."

Logicamente, a disponibilidade dos livros eletrônicos contribui para esses dados que, se não são ainda os ideais, ao menos vivem numa crescente que precisa continuar, pois as novas tecnologias não são, por enquanto, totalmente insubstituíveis. As "mídias clássicas" continuarão a existir (ao menos, por algum tempo) e interagirão com a tecnologia de maneira, quase sempre, pacífica e conciliadora. Para confirmar essa visão e encerrar este post, a seguir está um vídeo humorístico em espanhol (legendado em Português) que mostra um novo produto revolucionário, uma tecnologia que mudará o mundo. Um produto que tem, como nome comercial, BOOK.



Lembramos que não teremos post no RPitacos na segunda-feira de Carnaval. Porém, na quarta-feira de Cinzas, teremos post inédito! Para quem gosta de Carnaval, boa e responsável folia; para quem não gosta muito, bom descanso e bom feriado!

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