Neste dia 08 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, e muitas empresas e agências homenageiam suas colaboradoras e clientes com ações das mais variadas, simples ou complexas. Ainda assim, muitos ainda desconhecem o porquê desta comemoração nos primeiros dias do mês de março, e - mais ainda - não suspeitam que sua origem seja relacionada com lutas, e não com ideais festivos. Desde o começo do século XX, houve várias lutas feministas para protestar contra as jornadas de trabalho de 15 horas diárias, os baixos salários e o trabalho infantil. Uma matéria no site da Revista Nova Escola, escrita por Paula Nadal, mostra como a data foi definitivamente implantada em todo o mundo:
"Com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) eclodiram ainda mais protestos em todo o mundo. Mas foi em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), quando aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz" - que a data consagrou-se, embora tenha sido oficializada como Dia Internacional da Mulher, apenas em 1921.
Somente mais de 20 anos depois, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 1960, o movimento feminista ganhou corpo, em 1975 comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas."
Existem propagandas muito bem feitas e sensíveis para se comemorar esse dia. Um exemplo é o da Caixa Econômica em 2010, que ilustra um poema de Adélia Prado com fotos de mulheres, de várias localidades brasileiras, com ocupações consideradas comuns (professora, estudante, enfermeira e rendeira) e outras conquistadas (ou reconhecidas) recentemente, como policial pacificadora e ladrilhadora. O objetivo é mostrar as diversas facetas da mulher, confirmando alguns dos versos escritos por Adélia: "Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. / Mulher é desdobrável."
Porém, nem todas as campanhas para o Dia Internacional da Mulher são cobertas de elogios. Segundo uma breve análise na fanpage Analista de Mídias Sociais da Depressão, que mostra a rotina desse profissional (de uma forma bem humorada) e algumas postagens polêmicas (positivas ou negativas) de outras páginas de empresas e agências, foram constatadas, até o fechamento desse post, oito figuras que causaram polêmica dentre os seguidores das fanpages mencionadas.
Talvez a que teve uma maior repercussão foi a ilustrada pela loja de tecidos alagoana Costurella Tecidos E Avivamentos, que carregou na sua página do Facebook uma figura em homenagem ao dia 8 de março, com a seguinte frase: "As mulheres dizem que Cristiano Ronaldo e Kaká são lindos de morrer, elas precisam conhecer o goleiro Bruno: ele é de matar.".
Em meio ao julgamento do ex-jogador de futebol, condenado a mais de 22 anos de prisão, na madrugada do dia 08 de março, por participar do assassinato de Eliza Samúdio, o anúncio foi totalmente repudiado pelos seguidores, e isso fez com que a loja publicasse um pedido de desculpas na página. Contudo, algum tempo depois, a Costurella retirou a página do Facebook, mantendo apenas o perfil.
Fonte: Vila Mulher |
Relacionado com esse crime de violência contra a mulher, são vários os anúncios que aproveitam a oportunidade da data para conscientizar as pessoas sobre a importância e gravidade desse assunto.
Nestes primeiros meses de 2013, o Banco Mundial Brasil está fazendo a campanha "Homem de Verdade não Bate em Mulher", com o apoio de anônimos e pessoas famosas, como os atores Cauã Reymond e Gabriel Braga Nunes (foto), além de Maria da Penha, uma biofarmacêutica que ficou paraplégica após seguidos ataques do marido e serviu de inspiração (e de nome) para a mais importante lei contra a violência doméstica brasileira que, mesmo em vigor, ainda não conseguiu acabar com os crimes.
Celebridades e pessoas comuns posaram para fotos com o slogan da campanha, acrescentado com a hashtag #souhomemdeverdade, e publicaram em seus perfis no Twitter e no Instagram. Ao lado desta divulgação maciça, houve um concurso de documentários com 22 candidatos, sendo cinco os finalistas, premiados no valor de R$ 10 mil e reconhecidos por deputados e senadores brasileiros que ajudaram a compor a Lei Maria da Penha.
Os trabalhos ficarão disponíveis em três idiomas (inglês, francês e espanhol) e poderão ser vistos online, gratuitamente, no site e nas redes sociais do Banco Mundial. Os filmes também serão exibidos na TV Câmara, bem como no canal fechado GNT. Para encerrar este post, a seguir está o depoimento de Maria da Penha que incentiva a campanha do Banco Mundial.
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