segunda-feira, 18 de março de 2013

#Tendências #em #comunicação - O caso das hashtags

Por Maíra Masiero

Uma das notícias mais comentadas durante essa terceira semana de março é a possível incorporação das chamadas hashtags ao Facebook. O jornal americano "The Wall Street", segundo o Portal Exame, afirmou que o Facebook está desenvolvendo um sistema para incorporá-las na rede social, a fim de capitalizar anúncios, pois propiciaria aos usuários permanecer mais tempo conferindo as atualizações do Facebook.

Figura do blog RPitacos
Mas, afinal de contas, o que é uma hashtag e para qual finalidade ela serve? A reportagem de Leonardo Quarto na Gazeta Online descreve a origem da palavra (do inglês hash, nome dado ao símbolo do "jogo da velha" ou sustenido) e mostra que essa marcação determina palavras que agregam outras, com a elaboração de significados e a união de diversas pessoas para falar sobre um mesmo tema, numa rede social.

Em larga escala, o Twitter é uma das redes sociais que mais utilizam as hashtags para categorizar conteúdos e para agrupá-los (o Instagram organiza as fotos pelo símbolo). Geralmente, a lista com os assuntos mais falados nessa esfera (os Trendings Topics) é preenchida com expressões começadas pelo símbolo do "jogo da velha", até por conta da intenção de agrupamento de dados, incentivada também por empresas e programas de televisão.

No dia 16 de março, por exemplo (às 12h30 - horário de Brasília), o ranking nacional mostrava cinco expressões, em ordem decrescente, com esse sinal: #KCAMessagetoBieber, #Vote1DWhatMakesYouBeautiful, #MeusCantoresPreferidosSão, #PoderiaTaDormindoMasEstou e #Alfredo1000 (além de Lil Wayne, Sesi, Everton, TVZ e Papa Francisco).

Atualmente, o uso das hashtags se tornou algo indiscriminado e usado, em alguns casos, sem uma finalidade específica (como o título desse post tentou expressar), para se marcar de tudo um pouco. É necessário, portanto, um pouco de consciência e estratégia na hora de utilizar os símbolos, que podem servir para promover ou para destruir a imagem de pessoas e empresas.

Um exemplo do uso da hashtag para esse último fim ocorreu em 2012, quando os internautas lançaram a expressão #NovaSchinIncentivaEstupro, protestando contra uma propaganda dessa marca de cerveja, acusando o vídeo intitulado “Homem Invisível” (mostrado a seguir) de incentivar a violência sexual contra a mulher.



Segundo informações do Portal Exame, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), o comercial foi alvo da abertura de processo no dia 13 de março de 2012 pelas mesmas razões dos protestos online e, em 5 de julho, foi julgado e arquivado por maioria de votos.

Mesmo com a derrota no processo, a simples criação de uma hashtag foi suficiente para que a Schincariol, empresa detentora da cerveja, pudesse emitir nota se desculpando, caso tenha ofendido alguém com a propaganda, a fim de evitar uma piora na concepção da imagem da empresa pelos consumidores.

Por fim, uma ação muito positiva que contou com a participação de uma hashtag foi o apelo feito pelo ator brasileiro Ariel Goldenberg para que seu ídolo, o norte-americano Sean Penn, viesse ao Brasil participar da estreia do filme Colegas no dia 1º de março nos cinemas. O filme conta a história de três jovens com Síndrome de Down, que saem de um instituto e partem para uma aventura dispostos a concretizar seus grandes sonhos.

A campanha teve, como mote, a expressão #vemseanpenn e o vídeo com esse nome chegou a mais de 1 milhão e meio de visualizações no Youtube, contando com o apoio de muitos artistas, como Marco Luque, Alexandre Frota, Juliana Paes, Lima Duarte, entre outros.



Sean Penn não conseguiu comparecer ao lançamento do filme; porém, no último dia 15 de março, o ator recebeu, nos Estados Unidos, Ariel, a mulher e outros três brasileiros, que bateram em sua casa sem ter hora marcada, mas que foram recebidos com muito carinho. Além de um churrasco e de muitos abraços, Ariel ganhou o certificado, autografado, que Sean recebeu do Oscar pelo filme “Uma lição de amor”.

Isto prova que não se pode menosprezar (ou desperdiçar) a força de uma hashtag que, quando é bem utilizada, faz com que sonhos se tornem realidade, empresas repensem suas atitudes junto aos consumidores e causas sejam mais conhecidas pelas pessoas.

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