sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Publicidade jogando como música para atrair o consumidor

Provavelmente, muitas pessoas que vão começar a ler este post agora estão com alguma música tocando ao fundo, seja com o rádio ligado, seja nos computadores, notebooks ou em outros dispositivos móveis. Quando são realizados trabalhos (profissionais ou de faculdade), é muito certo que algum som possa ser escutado durante esta atividade, nem que seja no volume mínimo, para inspirar ou auxiliar na concentração. Mas, e se o mundo não tivesse música, ou quem a produz?



Detalhe: o vídeo fala também de músicas com direitos autorais no Youtube, mas o foco desta postagem é ilustrado nos primeiros minutos do vídeo.

Na última quinta-feira, dia 22 de novembro, foi comemorado o Dia do Músico e, consequentemente, da Música. Essa data surgiu por uma história da tradição católica: Santa Cecília, comemorada nesta mesma data e considerada a padroeira dos músicos, teve uma história interessante, relacionada com a música, conforme mostra o site PortoWeb:

"Cecília foi presa ao enterrar o corpo do cunhado e do marido. Como era muito popular em Roma, por sua ajuda aos pobres, foi decidido que ela seria morta em sua casa, para evitar protestos. Prenderam-na em um quarto de banhos quentes, para que morresse asfixiada. Mas o que aconteceu surpreendeu a todos e valeu a Cecília o título de padroeira dos músicos. Durante três dias e três noites Cecília ficou entoando cantos de louvor a Deus. Intrigados com tamanha resistência, os algozes a tiraram de lá para degolá-la. Por três vezes a tentativa do algoz falhou e ela foi deixada para morrer agonizando, já que pela lei romana esse era o número máximo de vezes em que se poderia tentar a degola. Cecília perdeu as cordas vocais e levou ainda um tempo para morrer, mas seus cânticos ainda podiam ser ouvidos."

No campo comunicacional, é quase inegável a importância da música para as mais variáveis finalidades. Este post de hoje vai mostrar um dos mais importantes focos: a publicidade. Para convencer o consumidor a adquirir algum produto específico, no contexto contemporâneo, não basta somente elencar os seus atributos  fundamentais, mas também conquistar o consumidor e atrai-lo para a sua marca ou linha de produtos, por meio de elementos sensoriais e impactantes. Com isso, a música, bem utilizada, se torna uma essencial ferramenta para aquela finalidade.

Paulo Ribeiro Cardoso, Nelson Gomes e Elsa Simões Lucas Freitas, no artigo O papel da música nos anúncios publicitários de televisão: uso estratégico e impacto no consumidor (2010, p.11-35), mostram como a música interfere no comportamento do consumidor e como cada tipologia musical é escolhida de acordo com cada produto a ser anunciado. 

Um aspecto a que os autores chamam a atenção é de que forma a música pode ser inserida na propaganda: se ela é feita exclusivamente para este fim ou se já é uma composição existente; se ela ficará apenas compondo o que se chama de "música de fundo" ou se será algo relevante para o comercial. Para ilustrar estas quatro vertentes da localização da música na publicidade, nada mais justo do que quatro propagandas, uma para cada.

A música "Pipoca com Guaraná", da campanha do Guaraná Antártica de 1991, se tornou um dos jingles mais famosos da propaganda brasileira, conquistando vários prêmios e um resultado imediato no que se refere às vendas do refrigerante.

Uma composição já existente, e que faz parte de uma propaganda lançada no mês de novembro de 2012, é a música "Vamos Fugir", interpretada originalmente por Gilberto Gil e regravada por bandas como Skank e Planta & Raiz. Para a campanha da agência de viagens CVC, que abre a temporada de férias, o cantor Seu Jorge foi escolhido para emprestar a sua voz à canção.

Já a propaganda da Caixa Econômica Federal sobre o crédito com pausa possui uma música, porém esta compõe o "fundo" do comercial, para dar mais ênfase ao conteúdo que se deseja passar. É uma melodia harmoniosa, que expressa, ao mesmo tempo, o nervosismo de quem precisa equilibrar as contas depois de exagerar nos gastos (ou de um imprevisto) e o alívio de quem pode adiar uma parcela do empréstimo. O sinal sonoro que representa a Caixa aparece em acordes lentos, bem no final da propaganda.

Por fim, uma música que se tornou muito relevante (e, na visão de algumas pessoas, irritante) e que ilustrou a propaganda da Nissan em 2011 é a composição "Pôneis Malditos". Graças ao ritmo e a capacidade da música não sair da mente de muitos, a montadora teve um aumento considerável nas vendas da linha Frontier e também teve problemas com o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) por fazer associação de figuras do cenário infantl com a palavra "malditos". E é com esse comercial que encerra-se o post.

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