terça-feira, 6 de novembro de 2012

Marketing de oportunidade e solidariedade - Parceria que dá certo?

Por Maíra Masiero

Quando uma pessoa, família, comunidade ou até um país inteiro sofre as consequências de uma tragédia (natural ou provocada), toda forma de ajuda é bem-vinda, e as empresas, muitas vezes presentes em todos os dias normais de uma sociedade, possuem também uma responsabilidade de ajudar, de certa forma, as pessoas nestes momentos, realizando até mesmo o que o poder público não consegue atender de imediato. Porém, corre-se o risco de se ter uma auto-promoção da marca ou instituição, sobressaindo-se ao ato de solidariedade e à necessidade das pessoas atingidas. Como lidar com essa situação?

Realmente, há uma linha tênue entre ser oportunista diante de uma situação delicada e ser solidário para ajudar as pessoas, mostrando a marca sem se promover demais diante das tragédias humanas. Alguns exemplos demonstram como realizar a solidariedade e, ao mesmo tempo e com equilíbrio, divulgar os pontos positivos do produto.

Um dos mais recentes casos aconteceu durante o furacão Sandy, que atingiu países do Caribe e, de forma mais avassaladora, os estados de Nova York e Nova Jersey, nos Estados Unidos, causando mortes, alagamentos em vários pontos das cidades e demais transtornos. A empresa Duracell aproveitou a oportunidade que, infelizmente, surgiu para ajudar as pessoas a se comunicarem com os familiares que moram em outras cidades ou países.

Segundo informações do Portal Exame, a marca disponibilizou dois veículos para levar energia elétrica para as vítimas deste desastre natural e, além de disponibilizarem recargas para os celulares, os carros possuem computadores com acesso à Internet para que as pessoas possam enviar notícias. Como ação on-line, a fanpage da marca no Facebook divulga os lugares em que os carros estão presentes. A empresa também abriu os escritórios para que os colaboradores tomem banho e carreguem seus telefones. Um vídeo que mostra algumas ações da empresa está disponível a seguir.



Realizar uma ação de "marketing de oportunidade" em momentos delicados como esse não acontece somente nos dias atuais. Em 2005, a rede de supermercados Walmart atuou durante e após a passagem do furacão Katrina pela cidade de Nova Orleans (Estados Unidos), oferecendo água e alimentos aos habitantes do local antes mesmo dos órgãos governamentais. Em meio a um ano de escândalos na empresa, este ponto de luz

E esse tipo de marketing vale também para as pessoas públicas. Recentemente, em julho de 2012, o ator Brad Pitt, por meio da ONG Make it Right, inaugurou um sobrado para duas famílias que perderam sua moradia com o furacão Katrina. A casa foi projetada por um dos mais reconhecidos e premiados arquitetos do mundo: o canadense Frank Gehry.

O que se pode entender destas situações é a necessidade (e até a obrigatoriedade) das empresas e instituições se fazerem presentes na vida da comunidade não só nos momentos bons, mas também nos de angústia e tristeza. Porém, é prudente haver um equilíbrio e não deixar que o nome da empresa supere a situação delicada, mas que fique no mesmo patamar, a fim de valorizar a iniciativa feita, sem perder o foco principal, que é a responsabilidade com os públicos em geral.

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