quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Incompetência que quase se transforma em ilegalidade

Por Manoel Marcondes Neto 

O noticiário cobriu, de maneira tímida, mas cobriu, a NÃO realização do "Live Site Cidade Olímpica" instalado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro (ao custo de R$ 4 milhões em renúncia fiscal - ou seja, de graça para quem se promove e por conta do seu, do meu, do nosso dinheiro de impostos municipais). Como noticia O Globo do último dia 07: "Esta foi a primeira vez que o COI autorizou ‘Live Sites’ fora do país-sede dos Jogos Olímpicos".

A Rio de Janeiro Refrescos, fabricante de Coca-Cola e uma das patrocinadoras da iniciativa, de acordo com o jornal, "informou ontem [dia 06], em nota, que 'por conta da não realização do evento, conforme o contratado, decidiu não utilizar os incentivos fiscais concedidos'. Ainda bem!

Mais da matéria: "Como mostrou O Globo, um telão IRIA exibir os Jogos no local, mas uma série de exigências não foram cumpridas e o COI não liberou as imagens". O Comitê (des) Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos (sic) Rio 2016 reconheceu que não cumpriu as exigências do COI, mas não detalhou quais foram os itens que não foram cumpridos. Ainda segundo a notícia: "Em nota, foi informado apenas que 'o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 cancelou a programação do Live Site localizado na Quinta da Boa Vista por não ter atendido dentro do prazo os requerimentos e conformidades solicitados pelo COI’."

É a tal da batalha das notas no país do 'ganha-ganha' e do 'me engana que eu gosto': "Eu prometo que exibo, você me dá isenção fiscal, o povo paga, eu terceirizo (no caso, para a empresa SRCOM Promocões 'Culturais' Ltda. - e põe limitada nisso!), o 'evento' não é 'live', nem 'site', o povo murmura, mas vai tomar uma gelada no boteco ao lado (que só vende as minhas marcas exclusivas, bem entendido). A mídia 'parceira' não cobre, eu ganho, você ganha, eu 'solto' uma nota e tudo bem".

Menos mal que a imprensa fez seu papel, publicando a quase maracutaia e expondo a incompetência brasileira para montar um quiosque a 10.000 quilômetros do evento. ‘Imagina na hora de fazer o evento todo in Rio’. Não vai bastar contratar relações-públicas e assessores 'bem enfronhados' na mídia - o bicho vai pegar ‘ao vivo’, ‘on line, real time’.

Que o Brasil aprenda com mais esse vexame (uma gotinha num oceano) e parta para mais ação e menos falação sobre "os grandes eventos que o país está atraindo". E nós, errepês, podemos ser muito úteis para mudar esse estado - incompetente - de coisas.

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