Mas, afinal de contas, qual seria realmente o significado de imagem corporativa, e no que contribui para o bom desenvolvimento de uma empresa? Lígia Fascioni, em seu artigo
Gestão Integrada da Identidade Corporativa®: uma ferramenta (2005, p. 1) faz uma distinção importante entre dois termos muito utilizados nas empresas: identidade e imagem corporativa.
"Gray e Balmer (1997) afirmam que a identidade é a realidade da corporação, e mais, que a gestão da identidade corporativa possui como objetivos principais criar uma imagem intencional e uma reputação favorável na mente de seus stakeholders (...)
Ao contrário da identidade, a imagem não é o que a empresa é, mas o que as pessoas vêem. Ou, em outras palavras, imagem não é o que se diz, mas o que o outro entende. Cabe ao interessado em transmitir a identidade o cuidado para que ela seja bem entendida.
(...)
Em resumo, a imagem corporativa é constituída por retalhos do que a empresa é, o que a empresa faz e o que a empresa diz."
E como o profissional de Relações Públicas pode contribuir para o fortalecimento de uma imagem corporativa? Um dos objetivos que se deseja alcançar neste quesito é juntar esses "retalhos", ou seja, os variados "entendimentos" do público em relação ao objeto envolvido (seja uma empresa, uma organização, uma pessoa e até mesmo de um país), para transformá-los num tecido consistente e que agrade, senão a todos - algo quase impossível -, mas aos públicos-alvo e de interesse.
Uma tentativa de se fazer esse processo está acontecendo com o Brasil. Segundo matéria publicada no último dia 24 de outubro no Portal Exame, o país ocupa a 21ª posição (de 31 países pesquisados) no Anholt Nation Brands Index, um estudo que mede a força das marcas nacionais por meio de seis fatores: pessoas, cultura, imigração/turismo, turismo, exportação e governança.
E por que o Brasil não consegue melhorar sua posição neste ranking? O que falta ao país para que sua imagem corporativa seja mais respeitada? Com a palavra, o economista Tamer Cavusgil, pesquisador da Georgia State University (EUA), ouvido nessa matéria anteriormente citada:
“O Brasil tem uma imagem muito favorável no ambiente externo, mas largamente devido a suas tradições culturais e belezas naturais. É hora de mostrar os empresários brasileiros, os cientistas, engenheiros e companhias nacionais. Não apenas jogadores de futebol de renome mundial (...)
Por que o mundo conhece mais a escalação da Seleção Brasileira que as companhias do país? (...)
O consumidor, antes de comprar um produto, primeiro considera a imagem do país de origem, onde ele é fabricado”.
Portanto, uma das tarefas do relações-públicas nesta missão de aperfeiçoar a imagem corporativa, seja do Brasil, seja de uma pequena empresa, está justamente em formular políticas de valorização dos profissionais e fazê-los compreender sobre a importância de se aperfeiçoar continuamente para, assim, conseguir tecer esta "colcha de retalhos", citada anteriormente, de forma coesa, limpa e agradável, e que os públicos da empresa ou da instituição possam olhar para o seu espelho e enxergar nitidamente as escolhas, as mudanças e, principalmente, as intenções e o real valor da organização.
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