sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Relações Públicas e o papel da netnografia no estudo da comunicação virtual

Antes de começar o post em si, primeiramente, é necessário traçar um cenário mais ou menos assim: como muitos imaginam o perfil de um pesquisador ou quais são as suas atividades cotidianas? Geralmente, a visão que se tem é de uma pessoa migrante, que não para num determinado ponto, que vai até o seu foco de atuação para, in loco, registrar as informações mais relevantes ao seu estudo.

Porém, não é mais somente desta maneira que se vive um pesquisador. Há alguns métodos em que o agente não precisa, necessariamente, se deslocar de sua casa, de seu computador para poder realizar suas investigações.

Com essa introdução, o destaque de hoje do blog é um novo método que o profissional de Relações Públicas pode utilizar para as suas pesquisas: a chamada netnografia. Como o próprio nome já lembra, se trata de algo relacionado com a Internet, com o mundo virtual e com aqueles que o usufruem. Kozinets (2002) concebeu uma definição para esse termo, compartilhada por Paula Jung Rocha e Sandra Portella Montardo no artigo Netnografia: incursões metodológicas na cibercultura (2005, p. 13):

"(...) a netnografia é definida como um método de pesquisa derivado da técnica etnográfica desenvolvida no campo da antropologia e, costuma-se dizer que a netnografia tem conhecido um crescimento considerado devido à complexidade das experiências da sociedade digital. Este método é constantemente utilizado por pesquisadores das áreas da comunicação, do marketing, da antropologia e da sociologia. (...) muitos sites descrevem netnografia como o monitoramento de comunidades on-line a fim de se estabelecer hábitos de consumo."
E como a netnografia pode ajudar o profissional de Relações Públicas a entender o ambiente virtual e os relacionamentos que lá se desenvolvem? Como se vê na citação em destaque, esta forma de pesquisa visa a entender os hábitos de consumo de membros de comunidades on-line; não é, porém, apenas o consumo no sentido monetário, mas também em relação ao número de acessos em arquivos como músicas, vídeos, fotos e até mesmo de frases.

Um exemplo está na rede social Facebook, com o botão Curtir/Like servindo como se fosse uma moeda de consumo, em que pessoas "compram" o status dos amigos ou de uma página específica, incorporando aquela ideia no seu cotidiano ou, ao menos, no seu perfil na rede. Uma recente pesquisa da Exact Target, divulgada pelo Blog Mídia8!, mostra qual o real significado deste botão na interação, neste caso, entre consumidores e clientes, no Facebook, Twitter e por e-mail.

Provavelmente, os pesquisadores se utilizaram da netnografia, fazendo parte destas redes para observar o comportamento dos usuários e, depois, se distanciando do objeto de estudo para escrever sobre o assunto. E está é uma das formas que este método de pesquisa pode contribuir para a atividade de Relações Públicas, no conhecimento do comportamento de públicos-alvo de empresas e instituições, dos hábitos sociais e de consumo, entre outros.

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