sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Relações Públicas no trapézio - Como manter a estabilidade nas estruturas comunicacionais

Na linguagem coloquial, muitas vezes, fala-se que a pessoa "perde o chão" quando recebe alguma notícia não tão boa e de modo inesperado. Em vários momentos, estes fatos tiram a estabilidade das pessoas, deixando-as perdidas e sem saber como resolver a situação problemática. 

No campo comunicacional das empresas, não é muito diferente. Muitas vezes, a falta de estrutura interna (tanto em relação à empresa quanto à própria formação do profissional) promove este "desaparecimento" da base de apoio e faz com que a empresa esteja em risco permanente no que diz respeito ao fator comunicacional.


Para entender melhor esta ideia, imagina-se um trapézio, não em relação à forma geométrica, mas como um aparelho de ginástica utilizado em circos e em outros lugares para se fazer acrobacias aéreas. Mas como funciona, de fato, uma apresentação deste instrumento? A pessoa se lança de uma plataforma, muitas vezes localizada bem acima do chão, e se sustenta apenas segurando as mãos no trapézio, balançando de um lado para outro até voltar, em segurança, para a base de origem.


Segundo os autores Marco Antonio Coelho Bortoleto e Daniela Helena Calça no artigo O trapézio circense: estudo das diferentes modalidades (2007, artigo on-line), os movimentos dos trapezistas são simples, porém com pouca estabilidade:
"Nessas modalidades aéreas (incluindo o trapézio), os artistas desenvolvem movimentos simples e complexos em diversos planos, com diferentes técnicas de execução. O fato de não existirem regras ou normas que definam a construção dos movimentos e a forma de utilização dos aparelhos amplia consideravelmente a possibilidade e criação e descoberta de inúmeras figuras e formas que compõe a apresentação (número circense).
Normalmente, os aparelhos que sustentam os artistas são dinâmicos (móveis), permitindo o balanço, porém, pouco estáveis se comparados às estruturas fixas e rígidas, em muitos casos flexíveis (como a corda ou o tecido), e que permitem giros, balanços, suspensões, apoios, saltos (largadas e retomadas), saídas, assim como o suporte (portagem) de um ou mais artistas."
O processo comunicacional se assemelha muito a este movimento do trapézio. Parece simples realizar uma ação de comunicação numa empresa ou para um evento específico, mas se não forem tomados os devidos cuidados, o resultado será muito parecido com o do trapezista: a estabilidade não será constante e o risco de cair, eminente.

E é esta, dentre tantas outras atribuições, uma grande responsabilidade dos profissionais de Relações Públicas: não deixar que o chão das empresas se perca diante das dificuldades e das crises que podem ocorrer. É muito raro ver uma empresa que não atravessou, pelo menos uma vez na sua história, por uma crise; o que não pode acontecer, porém, é a organização parar nesta dificuldade, no meio do trajeto do trapézio, e não querer resolvê-la corretamente.

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