Você já tentou adivinhar o que acontecerá num futuro próximo, tanto na sua vida pessoal ou profissional, utilizando-se de todas as variáveis possíveis e evitando delimitar o olhar? Muitas vezes, profissionais de comunicação tentam adivinhar o que acontecerá num determinado projeto e, no entanto, se esquecem de olhar para outros lados, não conseguindo prever, assim, um resultado final inesperado num primeiro momento. Ou seja, só olham a ação num ângulo de 180º, e isso pode resultar numa mudança de 360º (nula, na verdade), ou num retrocesso em relação à situação anterior.
Para exemplificar esta situação, um exemplo recente de como a visão 180º pode ser prejudicial: no último domingo, dia 25 de setembro, durante o jogo do Campeonato Brasileiro entre Botafogo e São Paulo, - que acabou empatado por 2 a 2 - o comentarista do canal Sportv, André Loffredo, antes do segundo gol do time paulista, falou sobre a atitude de Rogério Ceni em cobrar a falta cruzando a bola na área, ao invés de cobrar diretamente ao gol. O resultado desta colocação foi descrito no blog UOL Esporte vê TV no dia seguinte ao jogo:
"O Botafogo vencia por 2 a 1 quando o São Paulo teve uma falta a seu favor nos minutos finais da partida. O goleiro Rogério Ceni caminha para o ataque e se prepara para bater a infração. Loffredo comentou a cena e “cornetou” o camisa um, dizendo que “se fosse apenas para cruzar a bola na área, seria melhor nem ir”.
Ceni não só cruzou a bola para a área como Rivaldo, de cabeça, empatou para o São Paulo, “apenas” para contrariar a opinião do comentarista – que certamente ficou sem ter o que falar depois da jogada."
Este contexto mostra que, assim como o comentarista não pensou na possibilidade de êxito do cruzamento da bola, os comunicólogos, às vezes, não possuem uma visão totalmente aberta às novas maneiras de fazer uma divulgação de evento, por exemplo. Logicamente, a possibilidade de o comentarista ter acertado existia, porém, a multiplicidade de hipóteses e de resultados possíveis não pode ser descartada.
Houve, no caso, um olhar de 180º na situação futebolística da falta e, para os comunicólogos, ficou a lição de que, assim como numa partida de futebol, o jogo só acaba quando termina e que nenhuma possibilidade pode ser abortada drasticamente, até mesmo um penalti cobrado de calcanhar.
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