terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quem vê cara não vê coração? - A história do teste cego

Uma das atuações importantes do profissional de Relações Públicas é a realização das pesquisas de opinião pública. Elas englobam o levantamento de opiniões e/ou informações de um determinado segmento da população através de vários métodos, como observações, entrevistas, enquetes e questionários.

Um método diversificado de se pesquisar a quantas anda a aceitação do público a um determinado produto, principalmente a bebidas e alimentos, é o chamado teste cego, em que uma marca aborda algumas pessoas que, sem saber as marcas postas, provam os produtos, tanto da empresa em questão quanto das concorrentes, e elegem o mais gostoso ou o melhor, dependendo do objetivo do teste às escuras.

Mas como e quando começou a se fazer estes testes? Segundo uma apresentação chamada Neuromarketing e a Ética, de Elliah Pernas, a tendência de se realizarem testes às escuras (os Blind Tests) não é tão recente assim: "Em 1975, executivos da Pepsi-Cola Company, decidiram lançar uma campanha muito bem divulgada chamada “desafio Pepsi”. Era um desafio simples. Apenas um teste cego envolvendo a Coca-Cola e a Pepsi." Neste teste, foram armados várias mesas em shoppings e supermercados de várias partes do mundo, em que dois copos iguais foram postos à degustação de quem passava. A maioria das pessoas preferiu o gosto da Pepsi ao da Coca-Cola, provocando mudanças na composição do segundo refrigerante.

Várias outras empresas já utilizaram o chamado teste cego para testar seus produtos, como a Microsoft, para ver a aceitação do Windows Vista por quem não o usava, a Kaiser, que realizou este teste em 2006 e 2009, sendo que, nesta última data, criou até um hotsite para que os maiores de 18 anos possam conferir os resultados do teste, que gerou polêmica e reclamações das outras fabricantes de cerveja, como a AmBev, mas a Femsa ganhou a disputa e conseguiu a liberação para divulgar o teste.

Um outro teste cego que pode ser feito agora mesmo é o Blind Search, feito por um funcionário da Microsoft chamado Michael Kordahi, que permite ao usuário identificar três colunas com os resultados da pesquisa. O objetivo é retirar as marcas dos buscadores e ver, entre Google, Yahoo e Bing, qual tem o melhor resultado para aquela palavra-chave. Neste link, alguns testes foram feitos com o "teste cego dos buscadores".

Com isso, pode-se dizer que o teste cego é uma ferramenta para se diagnosticar problemas e soluções para as marcas envolvidas. Esta pesquisa, porém, pode causar polêmicas se não for tratada com inteligência e respeitando, sempre, a opinião e a vontade do consumidor.

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