Este post foi inspirado num comentário feito por esta pessoa que vos fala durante o desenvolvimento teórico da Indústria Cultural, na X INACARP (Integração Acadêmica dos Calouros de Relações Públicas), no dia 17 de agosto, no campus da UNESP/Bauru. Na ocasião, durante a explanação dos conceitos de imaginário e fantasia, chegou-se à parte de considerarmos a questão das imagens como modelos (herois, mitos de auto-realização) - indústria "de massa" como provedora dos mitos. Como exemplos, foram citados a modelo Gisele Bündchen, o publicitário e apresentador de televisão Roberto Justus e o cantor Fiuk. Este último nome é o ponto de partida do post de hoje.
Na INACARP, falei, em tom jocoso, da questão de ele ser realmente um modelo de beleza (para muitas meninas, ele o é) e, depois da apresentação da teoria, um start veio à cabeça: será que estes novos modelos de protagonismo juvenil na mídia fazem jus a este título? Como a Comunicação mostra a imagem e as ações destes novos meninos que invadem as telinhas do computador e da televisão e "conquistam" o coração de muitas meninas?
Como primeiro olhar, pode-se falar de Filipe Galvão, um garoto de 19 anos mais conhecido pelo seu nome artístico: Fiuk. O vocalista da Banda Hori e ator da Rede Globo é filho do também cantor Fabio Júnior e ficou mais conhecido do grande público ao atuar e possuir uma música na abertura do folhetim teen Malhação. Fiuk se tornou rapidamente um sonho de consumo para muitas meninas, principalmente adolescentes; porém, em suas entrevistas, ele mostra várias respostas incoerentes quanto se trata do âmbito comunicacional.
Em entrevista ao Portal IG, o cantor declara que a geração a qual pertence possui uma liberdade total de se expressar, que a "galera" pode vestir e falar o que quer e que, citando palavras dele, "por isso é mais autêntica". Mas esta autenticidade existe de verdade? Como é que foi que Fiuk ficou conhecido do público? Através das mídias (principalmente pela televisão e pela Internet) e pela ação da Indústria Cultural, através do imaginário e da fantasia regressiva. Esta última tem a função de separar as concepções da realidade dos desejos, como os de busca do homem ideal por muitas meninas que acabam tendo amores platônicos pelos astros e estrelas das mídias, providos por quem? Sim, pela Indústria Cultural.
Outro ponto que chamou a atenção nesta entrevista foi a questão da afirmação sobre a liberdade de expressão, que todos podem falar o que quiserem. Depois do fim da ditadura militar no Brasil, esta liberdade, com exceções, ficou mantida, e isso há mais de 20 anos, antes mesmo de Fiuk nascer. E uma das exceções agora ditas veio exatamente do vocalista da Banda Hori.
No mês de julho, Fiuk teve um bate-boca com o videologger Felipe Neto por ridicularizá-lo em um de seus vídeos e de inventar o verbo "fiukar" que, segundo Felipe, é "ato ou efeito de de agir como um verdadeiro retardado, para iludir uma penca de adolescentes igualmente retardadas, de modo a deixá-las com as coxas úmidas pensando que são amadas por um ídolo babaca", causando, assim, a fúria dos fãs da Banda Hori e a resposta do cantor. A confusão inteira pode ser vista aqui e aqui também. Não está em discussão aqui saber quem está certo, e Fiuk realmente precisou se defender (mas não trocar tantas farpas na rede mundial de computadores) mas sim a liberdade de expressão tão falada pelo cantor acabou se virando, de certa maneira, contra ele. Como o velho ditado diz, a pessoa fala o que quiser, mas poderá ouvir o que ela não desejaria.
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