*As referências teóricas deste post foram retiradas de anotações feitas durante as aulas de Sociologia da Comunicação, ministradas no 2º semestre de 2009 pela Profª Maria Antonia Vieira Soares.
Este post é inspirado na INACARP (Integração Acadêmica dos Calouros de Relações Públicas), que estará acontecendo de amanhã (dia 17) ao dia 19 de agosto, no campus da UNESP de Bauru. Os alunos do 2º ano do curso estarão apresentando as monografias produzidas na disciplina Sociologia da Comunicação, no 2º semestre de 2009, quando estavam ainda no 1º ano de faculdade, e a temática é voltada para a área da Indústria Cultural, através de análise aprofundada de estudos de caso.
Como quase toda indústria que se preze, é necessário se ter uma política de "portas abertas", ou seja, de visitação para que os interessados possam conhecer melhor o chão em que se está pisando. Edmundo Teofil Branco Newerla, Assessor de Relações Públicas da Saab-Scania do Brasil, numa entrevista ao Sinprorp (Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas no Estado de São Paulo), acredita que este programa é "‘um dos mais eficientes canais de comunicação da companhia com autoridades governamentais, clientes e fornecedores’ (...) ‘qualquer empresa, seja qual for o seu porte ou o produto que fabrique, pode e deve se beneficiar de um bem organizado programa de visitas’.".
Dito isto, pode-se, agora, abrir as portas desta Indústria Cultural para que se possa conhecê-la melhor. Primeiramente, quem "batizou" a indústria com esse nome foram os teóricos Theodor Adorno e Max Horkheimer, lá na década de 1940. Segundo eles, esta indústria promove a alienação (impede o Homem de meditar sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca). Já outros teóricos enxergam aspectos mais positivos desta indústria, como a democratização da cultura, colocando-a ao alcance da "massa", como as músicas de protesto de Chico Buarque que, mesmo fazendo parte desta cultura de lucro, acabaram contribuindo para a formação da consciência das pessoas.
Qual foi a primeira missão desta Indústria? Primeiramente, tirar de circulação a denominação "cultura de massa", contraditória, controvertida e com problemas de ordem metodológica. Em segundo lugar, caracterizar a fase secundária da sociedade capitalista de organização, a tão falada sociedade do consumo, que lida com as mercadorias. Uma grande influência desta indústria é a sociedade industrializada, do tipo capitalista liberal.
Dentre os setores desta grande indústria, vários podem ser rapidamente descritos:
- Imaginários: conjunto de imagens ou representações que influem na representação que se faz do real. O homem necessita deste para alimentar suas ações, o "ser cotidiano". Edgar Morin ainda considera estes funcionários como a estrutura oposta e complementar do real (Real --> Imaginário --> Real);
- Fantasia: imposição do imaginário. Este setor se subdivide em: progressivo (os desejos e os pensamentos dos seres humanos fluem livremente) e regressivo (difere o fato dos desejos do inconsciente);
- Estereótipos: definidos como impressões ou obras impressas em variados caracteres fixos. Processos de “impressão” (aprendizado, assimilação) de “obras” (ou seja, de características, valores, aspectos) numa “lâmina fixa” (no caso, o homem);
- Fetiche da mercadoria: palavra pode ser traduzida como feitiço e tem a característica de modificar a aparência das coisas, colocando-as como imprescindíveis e essenciais.
Depois desta apresentação da Indústria Cultural, é necessário dizer que a possibilidade de transcendê-la é pequena e que a convivência pacífica e crítica com esta organização é essencial para o estudo da realidade que cerca cada indivíduo.
Seja bem-vindo!
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