terça-feira, 30 de abril de 2013

Há sindicato? Sou contra!

Por Manoel Marcondes Neto

Deu no jornal O Globo de 29/04/2013: "250 SINDICATOS NOVOS POR ANO. Brasil tem mais de 15 mil entidades (10.167 de trabalhadores + 4.840 patronais). Com contribuição obrigatória, valor movimentado atinge R$ 2,4 bilhões por ano".

De vez em quando aparecem pessoas advogando a "causa" de sindicatos para errepês e não entendemos – os que são profissionais há tempos, grupo em que incluo-me – o por quê desse movimento sindical "pidão", "sem gente".

A reportagem dá a explicação. São as sinecuras. Sindicalistas dirigentes auferem poder e benefícios, mesmo que os sindicalizados nunca tenham tido a mais pálida ideia da ação do sindicato em sua região (sindicatos de trabalhadores são, por lei, entidades representativas municipais, mas como tudo no Brasil, há sindicatos "de duas cidades", de estado, "da região..."). E há ainda as "federações" de sindicatos. Que máquina!

E continua a matéria: "Algumas dessas entidades são criadas apenas para arrecadar a contribuição obrigatória, admite o presidente da CUT, Vagner Freitas. E existe o sindicato que não existe mesmo. Problema da contribuição compulsória que não é vinculada à ação sindical – afirma Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do MTE".

Como é que é? Então todo sindicato "belisca" alguma grana mesmo que não tenha ação sindical alguma? Ganha-se para fazer nada? Elege-se mais de 20 "diretores" numa chapa para representar... 20 sindicalizados? É isso mesmo? Com o seu, o meu, o nosso suado dinheirinho, alocado pela União?

Arremata o texto: "Quem não estiver satisfeito com a atuação de seu sindicato pode formar chapas e tentar mudar o rumo da entidade – afirma João Gonçalves Juruna, secretário-geral da Força Sindical". OK. Mas e quando não há uma massa crítica de pessoas para isso?

Nosso colega, Marcelo Ficher, fez, no Facebook, diversas convocações – há pouco mais de um mês – para a participação dos errepês nessa discussão e possível montagem de uma chapa "de verdade" para o sindicato do Rio de Janeiro, mas o absoluto silêncio que se seguiu foi a resposta da classe.

Deve haver, então, um meio da categoria expressar-se CONTRA a mera existência de um sindicato que, simplesmente "não existe" – como a matéria desvenda!

Assunto complexo, entediante, mas que tem que ser tratado por nós, profissionais da área que quer – e tem toda a oportunidade histórica, agora, de assumir a relevância que as RRPP têm no mundo inteiro.

Não podemos ter organizações "fantasmas" apresentando-se junto ao Ministério do Trabalho e Emprego "em nome" dos relações-públicas do Rio de Janeiro (minha região – a 1a. –, que coincide com um único estado).

Outras regiões, suas cidades, devem igualmente, discutir a questão! Temos que encontrar uma forma de neutralizar a pantomima e, pelas vias constitucionais, extinguir instituições completamente fake. O Brasil precisa deixar de ser o país do faz-de-conta. Precisamos desesperadamente disto.

Nosso tema-fundador, nossa profissão, nossa vida fundamenta-se na existência de instituições. E as queremos reais e fortes. Fora disso, essa é só mais uma matéria de (estarrecer) jornal, que amanhã estará embrulhando o peixe.

Mobilizemo-nos! Discutamos isto. E resolvamos esta questão de vez!

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