sexta-feira, 13 de julho de 2012

Imagem e Ação

Por Manoel Marcondes Neto

O nome do brinquedo vem à baila hoje, day after da cassação do mandato do (agora “ex”) senador-despachante-de-bicheiro-disfarçado-de-vestal Demóstenes Torres.

Segundo noticiado n’O Globo do último dia 12 de julho, “para cientista político, com cassação, Senado reduz damos à imagem”. Resta saber se tal “redução” resolve o problema da credibilidade.

Imagem

Imagem é algo percebido. Algo que se projeta na tela da mente de quem vê, ouve, lê. Não é identidade. Não é algo construído. Construída é a identidade – a partir de atributos, esforços, recursos de quem quer se fazer conhecer.

Nesse processo de cassação, devemos o “feito” (no caso, bem feito) a fatores “externos”, excepcionais. E isto é preocupante. A eles: escuta telefônica de anos – uma prática de polícia! Mídia investigativa – uma conquista da democracia e da livre iniciativa, mas não isenta da possibilidade de “linchamento” injusto (vale pesquisar o caso emblemático da Escola Base, em São Paulo – literalmente exterminada via mídia). E, por último, mas não menos importante, as satisfações públicas mínimas (falar em transparência seria um exagero, no caso do Brasil) que o parlamento brasileiro hoje tem que prestar à sociedade que o mantém.

A recentemente aprovada Lei de Acesso à Informação é um divisor de águas, mas não devemos nos contentar apenas em abrir as caixas pretas das folhas de pagamento – mesmo porque os nababescos salários não diminuirão um centavo por causa do disclosure. Trata-se de dispor praticamente “nuas” as organizações, algo impensável no tempo do papel, do rádio e da – caríssima – televisão. Em tempos de internet tornou-se possível, a quem está fora, ver o que se passa dentro das empresas. Vale uma visita ao premiado website da construtora Tecnisa. E ao blog Fatos & Dados, da Petrobras. 

Ação

E o prefeito do Rio de Janeiro está sendo questionado pelo PSOL por fazer proselitismo político-eleitoral nos contracheques do mês de julho dos servidores municipais, com a seguinte mensagem: – Só essa prefeitura podia começar o ano com notícias tão boas para você! Primeiro, a prefeitura antecipou o pagamento do Acordo de Resultados, superando as metas que você ajudou a conquistar. Um reconhecimento que pode chegar ao 14º ou 15º salário...

O que disse o alcaide, que ilegalmente já desfilou com Dilma, com Lula e com o boleiro Seedorf?

– A mensagem citada refere-se à “comunicação institucional” enviada ao contracheque referente a janeiro de 2012, portanto, anterior à campanha e ao período sob a égide da legislação eleitoral.

Comunicação Institucional? Que bonitinho! Eduardo Paes, agora é, também, relações-públicas. O prefeito do Rio alegar em sua defesa que o abuso de poder político foi cometido a titulo de “comunicação institucional”...

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