Houve todo um período de conscientização, partindo do público interno - ou seja, os supermercadistas - para os consumidores em geral e, por fim, a partir de 25 de janeiro, nenhum supermercado associado fornece, gratuitamente, sacolas plásticas descartáveis aos clientes. Quem quiser utilizar sacolas, os estabelecimentos passaram a vender sacolas biodegradáveis por R$ 0,19, ou seja, a preço de custo.
Segundo o blog , produzido especialmente para esta campanha, "A APAS acredita que até esta data todos os consumidores estarão conscientes e levarão suas sacolas reutilizáveis para as compras, ou caixas de papelão, ou carrinhos de feira."
Porém, este consumo consciente traz um problema para a indústria de plásticos, segundo o Blog do Management: as demissões em massa. Segundo Miguel Bahiense, presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos, “O varejo já cortou pedidos, e isso começa a gerar demissões e cortes de gastos pelas empresas do setor”.
Em meio a esta combinação de interesses, como conscientizar o consumidor justamente desta importância de se trocar as sacolas plásticas por outros meios de transporte de mercadorias, como carrinhos de feira, caixas de papelão e sacolas de lona, ao mesmo em que empresas de varejo, indústrias de material plástico e consumidores discutem sobre estas iniciativas e suas consequências? Várias estratégias de comunicação foram feitas com o objetivo de propagar a campanha e de dar esclarecimentos a todos os públicos.
Na esfera on-line, o blog anteriormente citado mostra os vários materiais de campanha, além de notícias, vídeos, depoimentos e um histórico completo do projeto. As várias mídias e redes sociais foram utilizadas para divulgar a campanha, como o Twitter, o Youtube e o Facebook. O perfil do microblog compartilha mensagens de apoio das pessoas e posts de outros perfis que possuem informações complementares, para quem desejar aderir à campanha ou saber mais sobre o assunto.
Uma função importante do perfil no Facebook é responder às questões feitas pelos usuários sobre os objetivos da campanha. Uma pessoa, por exemplo, perguntou o porquê de serem mantidos os sacos plásticos para colocar frutas, legumes e verduras, e o administrador do perfil, menos de meia hora depois, já respondeu o questionamento:
"Hoje ainda usam sacos plásticos no FLV [Frutas, Legumes e Verduras] porque só agora começam a surgir tecnologias “verdes”, com polímeros de fontes renováveis, ainda com baixa produção e alto custo. Em pouco tempo, quando etas tecnologias estiverem mais disponíveis, haverá alternativas verdes para os sacos do FLV e para os sacos de lixo tradicional. Vale ressaltar que o grande volume está nas sacolas descartáveis, que totalizam 500 mil toneladas/ano no Brasil."
Além disso, é divulgado uma promoção em que basta publicar na fan page do Facebook uma imagem ao lado de uma das 11 sacolas gigantes espalhadas pela capital, ou enviá-la para o Twitter com a hashtag #EcobagGigante, e as 100 primeiras pessoas que fizerem isso vão ganhar uma ecobag para utilizar nas compras. A ação vai até o dia 10 de fevereiro e, três dias depois, serão anunciados os vencedores.
Já a página da campanha no Youtube possui 8 vídeos, alternando produções próprias com veiculações de notícias de outras mídias à respeito do movimento. O vídeo a seguir é o da campanha televisiva que estimula a população a levar as sacolas reutilizáveis para as compras.
Em relação às intervenções urbanas, uma que ficou nacionalmente conhecida foi a distribuição das já citadas sacolas reutilizáveis de mais de quatro metros de altura na cidade de São Paulo, trazendo mensagens de conscientização sobre a substituição às pessoas que passavam pelas ruas. Muitos telejornais de alcance nacional exibiram a ação, como, por exemplo, no Jornal Nacional, da Rede Globo.
Enfim, este plano de comunicação demonstra como esclarecer as pessoas sobre a importância do uso das sacolas reutilizáveis, mesmo com as opiniões contrárias, abrangendo todas as esferas, seja on ou offline. Resta saber se a população demorará tanto tempo para se acostumar a esse novo hábito.
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