Não menosprezando os problemas que, muitas vezes, ocorrem em compras via Internet - como o vazamento de dados pessoais ou o atraso na entrega das mercadorias -, as facilidades que o comércio eletrônico traz ainda conquistam muitos consumidores ao redor do mundo.
Um estudo da consultoria McKinsey, citado por Rafael Moraes do Nascimento na dissertação E-commerce no Brasil: Perfil do Mercado e do Consumidor Brasileiro (2001, p. 47-48), mostra que podem existir seis tipos de compradores online:
"Simplificadores – Representam as pessoas que gostam de informações sobre serviços confiáveis e que têm um feedback positivo ao estímulo que indique ser mais fácil fazer negócios online que offline.(...)
Surfadores – Usam a Internet para diversos fins, movem-se muito rápido entre os sites disponíveis na rede. Respondem por 32% de todo o tempo consumido na rede e são atraídos por novidades e conteúdos diversos e atualizados.
Negociadores – Os que valorizam um bom negócio. São os maiores visitadores de leilões pela Internet, por exemplo. Para atrair esse tipo de público, os autores sugerem que o site trabalhe o lado emocional do consumidor, oferecendo serviços como newsletter, salas de bate-papo e livrarias.
Conectadores – Utilizam a Internet basicamente para se relacionarem com outras pessoas, através de emails e recentemente de redes sociais. São iniciantes na Internet e poucos já finalizaram alguma compra na rede.
Rotineiros – Usam a rede principalmente pelo conteúdo oferecido e gastam mais de 80% do seu tempo online, em seus dez sites preferidos.
Esportistas – Possuem o mesmo comportamento dos rotineiros, mas costumam freqüentar sites de esporte e entretenimento."
Com o aumento do uso das mídias sociais pelos brasileiros, as empresas começaram a desenvolver de forma mais acentuada mecanismos para estimular as compras online e a uma interação maior entre consumidores e empresas. Um exemplo recente destas iniciativas foi a consolidação do projeto Magazine Você, idealizado pela rede de varejo Magazine Luíza. Inicialmente, foi criado em agosto de 2011 apenas para familiares de funcionários, mas foi aberto ao público geral a partir do final de janeiro de 2012 - com antecedência de dois meses - e pretende atingir a meta de 10 mil lojas nas redes sociais até o final do ano.
Segundo informações publicadas no Portal Exame, a iniciativa permite ao usuário ter uma loja da Magazine no Orkut e/ou Facebook com até 60 produtos da loja virtual da empresa. Com a venda, a pessoa ganha uma comissão de 2,5% ou 4,5% por cada produto vendido e a operação de compra, incluindo o pagamento e a entrega, é de responsabilidade da rede. O projeto tem, como "garota-propaganda" e uma proprietária de loja, a paraibana Luiza Rabello, aquela garota que estava no Canadá.
Analisando este tipo de loja segundo os seis tipos de consumidores descritos no começo deste post, pode-se dizer que, quando o aplicativo funciona em plenas condições, ele pode se relacionar facilmente com os consumidores simplificadores, pelo fato de se confiar no sistema (se ele merecer esta confiança), surfadores, pelo fato de se manterem em menos tempo num site específico (focando-se mais nas redes sociais), negociadores (atraindo o lado emocional dos clientes pelas cores fortes, como azul-escuro) e conectadores (pelo fato de utilizarem as redes sociais e tentarem explicar, de maneira prática, o funcionamento de uma loja online).
Se este projeto for consistente, ele poderá, posteriormente, abranger o consumidor rotineiro, ou seja, que usará o aplicativo e permanecerá nele pelo conteúdo obtido. Como pode ser visto, conhecer o perfil do consumidor online e descobrir quem ele é e o que ele procura é muito importante para o desenvolvimento destas plataformas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário