sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A pressa é inimiga da perfeição? - Liquidações fantásticas e a busca pela excelência na comunicação

Nestes últimos dias, ouve-se falar muito nas chamadas "liquidações" relâmpago, em várias lojas de departamentos, que se iniciam nas primeiras horas da manhã e levam consumidores a ficarem durante toda a madrugada nas portas das lojas esperando a abertura dos portões para comprarem produtos com descontos maiores do que o normal de uma promoção corriqueira. Mas será que toda essa correria para encontrar o melhor preço, a melhor oferta, é correspondida quando se leva em consideração a qualidade do produto?



(Acima, o vídeo de uma notícia de 2011, exibida no Jornal Nacional, referente a esta liquidação de começo do ano)

Pode-se aplicar quase que integralmente este pensamento quando se planeja um trabalho para melhorar a comunicação de uma empresa, instituição, marca ou até mesmo de uma pessoa pública. Nem sempre um plano feito às pressas - sem que se pense muito e com um certo temor de não ser o primeiro em realizar certa ação ou em utilizar certa ferramenta - é bem sucedido, como mostra Adna Gerusa Rodrigues, em sua monografia O Papel do Consultor Administrativo Externo no Fortalecimento do Negócio (2002, p. 28-29), em que acentua o cuidado que é necessário ter em relação ao momento de se falar algo, ou até mesmo de mostrar alguma atitude pela comunicação não-verbal.

"Cuidados na comunicação não verbal! Saber identificar o momento de se falar as coisas e o verdadeiro sentido das palavras, através dos gestos e atitudes do comunicador, momento em que as palavras são usadas para disfarçar, em vez de comunicar. Sua postura de corpo, seus movimentos fornecem outros detalhes, geralmente, a verdade. Tudo o que não é expresso abertamente, procura outras formas de expressão. Isso é valido para todas as relações(consultor/cliente, namorado/namorada/, pais/filhos...)."

Nem sempre também a primeira ideia que surge no consciente é a melhor para que se cumpra um determinado objetivo. Assim como nas compras feitas nestas liquidações, em que o transporte é por conta e risco dos consumidores, nesta busca desenfreada por ideias, se o "transporte", ou seja, a forma com que estas são repassadas ao público alvo, for inadequado, o risco de ocasionar defeitos, falhas na comunicação, é grande.

Por isso, neste ainda começo de ano, é necessário, sim, agir mais, porque o mercado exige, porém, pensando mais no que será feito e não levando a primeira ideia que vier ao alcance das mãos (ou da cabeça). Enfim, que a atitude vista nas liquidações fantásticas do comércio não seja um exemplo para definir projetos de comunicação.

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