quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Consumidor como protagonista - Prática da crowdsourcing advertising no Itaú

Precisa- se começar este post com uma comparação: numa telenovela, o protagonista é aquele que está na frente de todas as boas ações e recebe o retorno, quase sempre positivo, dos telespectadores, e também recebe sugestões e elogios sobre o seu trabalho, que precisam ser assimilados. Assim, as empresas, como "protagonistas da sociedade", precisam deixar de somente enviar mensagens ao receptor (muitas delas desnecessárias e que importem apenas a alguns grupos da sociedade), mas, algumas vezes, ceder o papel de protagonista ao cliente para que ele possa colaborar com a marca, realizar o que mostra o termo crowdsourcing, como mostram Rafael de Angeli e Fabio Malini no artigo Crowdsourcing e colaboração na internet: breve introdução e alguns cases (2011, p. 4):

"(...) O termo crowdsourcing (crowd = multidão; source = fonte) se localiza exatamente na passagem de uma paisagem midiática em que o conhecimento da multidão é adotado nos circuitos de comunicação a partir de uma lógica testemunhal ("usei o produto e ele me fez assim") para uma lógica imersiva, em que os gosto/opinião é construído, em regime de cooperação, dentro de comunidades virtuais que marcas, governos e instituições inventam para que a multidão dê novos usos aos seus produtos. As estratégias de crowdsourcing funcionam, no campo da publicidade e propaganda, rompendo o paradigma do anúncio interativo (rich media) para difundir agora, na web 2.0, o paradigma da publicidade como um serviço tecnológico."

Um exemplo recente de como essa visão de produtor-receptor na publicidade mudou, e até quase se inverteu, é o caso do Banco Itaú, que lançou, neste ano, um concurso com base num filme da campanha do Seguro de Vida, em que o pai filma seus momentos com a filha, em cenas do dia-a-dia, com um tom acolhedor, caseiro e emocional, já que o parentesco dos dois é o mesmo na vida real. O vídeo teve, até o presente momento, mais de 2 milhões de acessos no Youtube.



Guilherme Jahara, diretor de criação da DM9, em entrevista a AdNews, falou da complexidade em se falar de seguro de vida e de como mostrar este produto, que apoia as famílias nas eventualidades da vida, de uma forma menos melancólica: "(...) Mas, usando emoção e com um argumento tão simples quanto a constatação de que há coisas na vida que você não pode garantir que não aconteçam, mas que ao menos mais segurança você pode deixar para sua família, levamos o consumidor a refletir e ver que na verdade um seguro de vida é algo bem positivo". 

Além deste vídeo, houve um concurso disponibilizado no hotsite do Seguro de Vida Itaú que escolheu o melhor vídeo feito com este tema, utilizando-se de imagens e vídeos e de um tutorial disponível no site, para ser transmitido em rede nacional no feriado do último dia 15 de novembro. O hotsite ainda permanece no ar, para as pessoas que quiserem montar vídeos para compartilhar na Internet.

Dentre centenas de vídeos produzidos (e mais de 150 mil acessos ao site), a vencedora desta ação foi a paulista Maria Fernanda Gomes Capellato, que fez um filme com os seus filhos. Neste ponto, entra a prática da crowdsourcing advertising, porque a cliente se tornou protagonista, diretora e redatora de um comercial do banco, havendo, assim, a terceirização da produção publicitária. Para encerrar o post, o vídeo vencedor do concurso.

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