Como a grande maioria dos brasileiros (amantes ou não do futebol) sabem, o Brasil perdeu de 2 a 1 para a Holanda e foi eliminado ontem da Copa do Mundo na fase das quartas-de-final. Quando estas eliminações acontecem, o Brasil se consterna e tenta, através de suas observações e as dos comentaristas de televisão, rádio e Internet, entender o que aconteceu de errado e apontar um ou mais culpados pela derrota.
No jogo contra a Holanda, houve dois erros cruciais para a derrota brasileira: no primeiro gol, o goleiro Julio Cesar saiu mal do gol, a bola desviou no volante Felipe Melo e entrou. A FIFA, no decorrer da partida, constou o gol contra do brasileiro, mas hoje validou o gol para o jogador holandês Sneijder. O segundo erro foi uma entrada violenta de Felipe Melo em Arjen Robben, aos 20 minutos do segundo tempo, em que o jogador brasileiro foi expulso.
Após o jogo, os dois jogadores deram explicações sobre seus erros de maneiras completamente diferentes. O goleiro, conforme esta notícia, estava visivelmente abalado e admitiu seu erro no jogo. Segundo as próprias palavras do jogador (grifos meus), “A cobrança no Brasil é muito grande, em todas as competições o Brasil entra para ganhar. Mas fica aí a tristeza de todos. Estou colocando minha cara à tapa, falando em nome do grupo. É um sentimento muito triste, pois estávamos todos confiantes no hexa."
Já o volante Felipe Melo, como mostra esta outra matéria, não chorou durante as entrevistas e não se achou merecedor do cartão vermelho decorrente da entrada violenta, chamando esta de "lance normal" e apontando o árbitro japonês da partida como "rude". Em relação ao complexo de culpa, ele mesmo diz (grifos meus) que "Não tenho que receber toda a culpa. É um grupo. Equipe é coletivo. Tenho minha parcela de culpa como cada um aqui tem. Eu peço desculpas não pela minha entrada, mas porque falhamos."
O interessante é perceber como cada jogador se comporta ao gerir uma crise, tanto da sua imagem quanto da própria seleção. Enquanto Julio Cesar fala sobre a cobrança e dá sua cara pra bater diante da torcida, Felipe Melo se desculpa perante o Brasil também, mas não reconhece seu erro na entrada desleal para cima de Robben.
Todo profissional, de cargos de chefia a jogadores profissionais, deve evitar o erro, fazendo seu papel de maneira eficiente. Porém, errar é humano e reconhecê-lo, mais ainda. Um exemplo disso foi a propaganda equivocada do Pão de Açúcar veiculada pelo jornal Folha de São Paulo um dia após a classificação do Brasil para as quartas-de-final, que passava um conteúdo oposto: o de tristeza após a eliminação. A empresa agiu rápido, assim como foi a repercussão do erro pelas mídias sociais: divulgou uma nota, juntamente com o anúncio correto, neste mesmo jornal. O que se prova é a importância de, numa crise, reconhecer os erros cometidos e, assim, gerir esta situação de maneira nenos desastrosa.
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