Este foi o artigo que escrevi para a Revista A Bordo da Comunicação, edição nº 2, publicada em junho deste ano! Espero que vocês gostem e agradeço a equipe do site pela confiança e por divulgar cada vez mais o trabalho e os escritos acadêmicos e críticos dos profissionais de Comunicação, especialmente os de Relações Públicas!
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Passou-se o tempo em que analisar o grau de aceitação de um produto ou de um evento passava apenas por um simples questionário. Tornou-se ultrapassado utilizar
somente os indicativos de pesquisa para examinar como anda a popularidade de um candidato à Presidência, por exemplo.
O advento e a popularização do uso dos computadores e de seus aplicativos torna possível aos profissionais de comunicação, especialmente aos Relações Públicas,
conferir a aceitação das imagens atribuídas a um determinado objeto de estudo e monitorar a opinião do público-alvo a seu respeito. Resumindo: a Internet se tornou uma “janela” aberta para o crescimento (ou decadência) da imagem de um produto ou a da própria empresa.
Um tipo de ferramenta utilizado com frequência pelos internautas são as chamadas redes sociais. O Brasil possui uma grande participação porcentual de usuários no Orkut, Facebook, Twitter (aproximadamente 20 milhões de pessoas), e muitos usufruem destes instrumentos quase que todos os dias. Estes sites que, a princípio
seriam usados apenas para fins de entretenimento, transformaram-se em uma “carta na manga” estratégica para empresas – 17% das existentes no Brasil já têm áreas para perfis em mídias sociais - poderem divulgar seus produtos e, em contrapartida, observarem como seus possíveis usuários os “anunciam” para o mundo inteiro.
Em matéria veiculada no telejornal Jornal das Dez, da GloboNews, no dia 14 de abril de 2010, foram mostrados dados referentes a uma pesquisa feita por uma consultoria que monitora as mídias digitais. Eles mostraram a influência das mídias para a mediação das relações entre empresas e consumidores: 90,1% dos entrevistados utilizam as mídias sociais para pesquisar sobre um produto ou serviço antes de comprar; já 42,9% recomendam empresas ou serviços, e 28% fazem reclamações. Pode-se, então, destacar uma importância das redes sociais para o campo empresarial: estas novas estratégias de mercado aumentam a influência do consumidor no desenvolvimento dos produtos (desde o pré-lançamento até o consumo em si) e das empresas (desde o lançamento até uma possível crise ou falência). Segundo o especialista em marketing Miguel Feyo, na mesma matéria citada acima, com o avanço das redes de relacionamento, as empresas deixaram de fazer monólogos para poderem dialogar com seus consumidores, ouvindo suas reclamações, sugestões, elogios e críticas.
Outro detalhe primordial nestas novas ferramentas sociais é o fato da transmissão, quase que instantânea, das informações veiculadas. Um exemplo recente aconteceu no dia 29 de abril de 2010, quando o editor-chefe e apresentador do Jornal Nacional (Rede Globo) William Bonner decidiu se retirar da esfera de microblogs Twitter, por conta da
demanda gerada pela ferramenta, que lhe resultava dores terríveis nas costas. A partir disto, milhares de “sobrinhos”, como Bonner gostava de chamar seus seguidores, mandavam mensagens mencionando o nome do jornalista e lamentando seu “twittercídio”, ou seja, a sua saída da rede social. Além disto, muitos sites e blogs relacionados à comunicação registraram o fato e o analisaram. Assim como no caso deste jornalista, muitas empresas acabam repercutindo sua imagem, de modo positivo ou não, nas mídias sociais e necessitam ter um cuidado maior na hora de responder “o que você está fazendo?” (pergunta originária do Twitter), ou de inserir algum texto no site de relacionamentos Orkut, por exemplo.
Portanto, o profissional de Relações Públicas precisa se atentar para que a imagem da organização seja transparente e sólida, principalmente nesta primeira década do século XX, pois as mídias sociais garantem a liberdade de opinião por parte dos consumidores/clientes, de certa maneira superior àquela dada pela comunicação midiática (“de massa”).
Enfim, atentar-se para que a “nova janela” aberta pela rede mundial de computadores não se quebre e se, de algum modo, “quebrar” que não se coloquem os cacos debaixo de um tapete, mas que se reconstrua a imagem empresarial o mais rápido e seguro possível.
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