A maioria das empresas desejam que seus produtos e/ou serviços sejam vendidos para as pessoas, em nível regional, nacional ou internacional. Esta ação se efetua com maior objetividade através de uma divulgação criativa, chamativa e bem feita, utilizando-se das propagandas, mídias sociais (como Facebook, Orkut e Twitter), mídias impressas e, em alguns setores, atuações em pontos de venda da marca. Às vezes, a propaganda de um determinado produto pode causar certa polêmica, remexendo com valores religiosos, morais e éticos. Será que causar polêmica ajuda na divulgação de uma marca/empresa ou pode afugentar possíveis consumidores?
Esta indagação pode ser explanada através do caso da nova propaganda da Duloren, grande grife de moda íntima do Brasil, lançada neste mês de julho. Como se pode ver nesta matéria, a marca critica os recentes casos de abuso sexual a crianças (a chamada pedofilia) divulgados pela imprensa, principalmente voltados a sacerdotes da Igreja Católica.
Para isto, a agência responsável pela campanha mostra um cenário que tem, como plano de fundo, a Praça de São Pedro, no Vaticano e que apresenta uma modelo de lingerie mostrando um crucifixo a um homem de costas (pelos trajes, provavelmente seja um padre). Acima dela, há a frase: "Pedofilia, não" e, no canto direito do anúncio, o logo e o slogan da marca.
Esta ação publicitária gerou a chamada polêmica e causou repúdio de católicos, como pode se ver no blog do Prof. Felipe Aquino, um comentário de boicoite à marca que teve 290 comentários, todos favoráveis ao manifesto. Muitos sites acreditam que a propaganda da DuLoren seja anti-católica (e não anti-pedofilia), por mostrar a figura do padre sendo "tentado" por uma moça (como estava de costas, poderia ser qualquer sacerdote, generalizando o ataque) e que seu alvo seja o Vaticano.
Segundo o site católico Rainha Maria, já não é a primeira vez que a marca ataca o catolicismo. Na fala do site, "O empresário Roni Argalji, de 53 anos, dono da Duloren, sempre teve um grande apetite por polêmicas. Quando assumiu o controle da empresa, em 2000, ele mudou radicalmente o estilo de comunicação da marca. Substituiu as mocinhas recatadas por modelos voluptuosas vestidas de freira, por exemplo, com calcinhas e sutiãs à mostra. Usou cenas de lesbianismo e mulheres com postura dominadora."
A propaganda e o posterior boicote foram repercutidos em vários sites especializados, e, uma semana depois do lançamento da campanha, a marca, juntamente com a agência responsável, divulgaram um comunicado à imprensa sobre o ocorrido, desculpando-se pelo anúncio e suspendendo todas as ações de divulgação desta campanha. A imagem da empresa foi prejudicada, principalmente sob a ótica das mulheres católicas e também pelo fato de ferir a crença religiosa do maior público que a Duloren poderia ter, visto que o catolicismo ainda é a religião com mais adeptos no Brasil. Neste caso, a polêmica não fez bem para a empresa.
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