quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Retrospectiva do ano - Como sair do lugar comum

Por Maíra Masiero

Mais um ano se encerra, e a reflexão que, provavelmente, todo mundo faz nos dias que antecedem a chegada de mais um ano é pensar no que aconteceu neste período que está prestes a se encerrar, tanto no aspecto individual quanto no coletivo. No campo individual, a rede social Facebook criou o Year in Review, um espaço em que é mostrada uma retrospectiva do usuário, com uma estimativa de quantos amigos novos foram feitos, das páginas "curtidas" durante o ano e divulga as principais postagens, segundo critérios da rede.

Até mesmo o Youtube fez linhas do tempo interativas para mostrar os vídeos mais acessados do ano em diversos países, inclusive no Brasil. Divididos por meses, há a opção de especificar um mês determinado (retrocedendo ou avançando no ano) e de assistir aos vídeos originais.



No que diz respeito às mídias tradicionais, praticamente todas as emissoras de televisão se valem das retrospectivas, ou seja, de programas que, num formato mais ou menos padrão, mostram os principais fatos do ano no esporte, na política, na economia, na cultura, nas artes, dentre outros cenários. E como fugir do convencional numa plataforma offline?

Um exemplo, na esfera televisiva, de como se distanciar do formato "padrão" para uma retrospectiva de fatos que se destacaram no ano, foi o da Rede Bandeirantes no ano de 2012. O humorista Danilo Gentili, apresentador do programa Agora é Tarde, comandou (e foi um dos idealizadores) do especial Os Fatos Espetaculares de 2012, exibido em 18 de dezembro, que se utilizou de uma ferramenta inovadora (para esse tipo de programa) para relembrar acontecimentos marcantes de 2012: um game show entre duplas de artistas.

Uma das perguntas utilizou a intertextualidade: o jornalista Bóris Casoy narrou, em formato noticioso, a descrição de uma música que fez muito sucesso em 2012, e as duplas tinham que acertar qual seria a canção (no caso, a resposta certa era Balada Boa, do Gusttavo Lima). Outras atividades do programa mostravam, de forma sarcástica, algumas figuras que ganharam notoriedade nas mídias sociais (como a "grávida de Taubaté", o mascote da Copa do Mundo 2014, dentre outros). A primeira parte deste programa está no vídeo a seguir.



Um fato interessante nessa retrospectiva diferente é que, no último bloco, os "conselheiros" (artistas que, quando acionados, ajudavam as duplas a responder as questões, que valeriam a metade nessa condição) brincaram de amigo secreto com pessoas que foram destaque em 2012.

As duas primeiras pessoas foram respondidas com facilidade, porém o nome de Felipe Kitadai, judoca brasileiro bronze na Olimpíada de Londres (há menos de seis meses atrás) que teve de pegar outra medalha após quebrá-la no banheiro, não foi lembrado pelos artistas, o que mostra que, em tese, muitos medalhistas olímpicos do Brasil são esquecidos com facilidade pela falta de valorização, a longo prazo, de suas conquistas.

Enfim, fazer uma releitura do ano, seja no aspecto individual ou no coletivo, é muito importante para festejar os acertos e entender os erros, para consertá-los no próximo ano que se sucede. E a esfera comunicacional precisa perceber esta tradição e não deixá-la apenas como algo corriqueiro (e até mecânico) de se fazer, mas reafirmar a importância desta revisão de vida no final do ano.

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