quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Comunicação e valorização da cultura - Frevo como patrimônio imaterial da humanidade

Por Maíra Masiero

Valorizar e incentivar a disseminação da cultura e tradições locais tornam-se iniciativas importantes para o âmbito comunicacional, com os objetivos de preservação de elementos do passado - aliados aos da contemporaneidade - e, consequentemente, um aumento no número de turistas a um determinado local e um giro maior na economia local.

O Brasil está repleto de manifestações culturais em todas as regiões do país, até mesmo por sua extensão territorial privilegiada e pela diversidade dos indivíduos que compõem, culturalmente, o país por muitos séculos. E uma dessas formas é o frevo, ritmo do carnaval do Recife que foi eleito, no último dia 5 de dezembro de 2012, patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

A notícia veiculada pelo site da revista Veja traz a definição da própria Unesco sobre o que é considerado patrimônio cultural imaterial: é algo que "faz referência às práticas, representações, expressões, aos conhecimentos e ao saber transmitidos de geração em geração no seio de uma comunidade, criados para transformar (...) a interação entre a natureza e a história".

Portanto, de acordo com o conceito dado, é relevante a importância da comunicação na transmissão das tradições e expressões locais de geração a geração. Mas como surgiu o frevo e como ele se consolidou nacionalmente? Várias fontes, como o site do Galo da Madrugada, afirmam que o ritmo surgiu efetivamente no final do século XIX, a partir dos movimentos da capoeira. Desde então, o ritmo foi se aperfeiçoando com o passar do tempo e mobilizando pessoas de diversas classes sociais ao redor do Brasil e do mundo.

Pode-se dizer que uma de suas melodias mais conhecidas é o Frevo das Vassourinhas, composto por Matias da Rocha e gravado originalmente pela Orquestra Tabajara de Severino Araújo, lançado pela Continental entre outubro e dezembro de 1949. A seguir, a versão original da música que ressoa nos carnavais de Recife e de todo o Brasil.



Um ritmo tradicional e contagiante como o frevo possui vários atributos para elevar o potencial turístico e cultural de seu lugar de origem: a capital pernambucana. Em artigo publicado na coluna Rede Gestão, no dia 27 de abril de 2012, antes de conquistar esse título, a consultora Sílvia Gusmão já alertava sobre o potencial tradicional e mercadológico do frevo, a fim de projetar a imagem de Pernambuco para o mundo.

"O título da Unesco certamente dará ainda mais visibilidade ao Estado, transformando o frevo, um dos símbolos mais representativos da nossa cultura tanto na música como na dança, em um produto de grande valor.
O desafio para profissionais, empresas, organizações e para o próprio Estado será trabalhar adequadamente essa manifestação cultural, aproveitando todo o seu potencial de geração de negócios, renda e riqueza. Em outras palavras, profissionalizar o frevo, como os cariocas fazem tão bem com o samba e os baianos com a axé music. [...] O próprio frevo passa por um momento de celebração, com a abertura, ainda este ano, do Paço do Frevo, no Recife Antigo, um museu inteiramente dedicado ao ritmo."


Enfim, projetar essa representação cultural, respeitando as tradições e mostrando vertentes de forma moderna, como no caso do frevo recifense, se torna uma missão importante para os comunicólogos. Uma dessas tentativas é a dança feita pelo mascote oficial da Copa do Mundo 2014 (em que Recife será uma das cidades-sede), numa promoção da Coca Cola, que encerra este post.

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