quinta-feira, 7 de julho de 2011

Da televisão para a Internet - Convergências de mídias na transmissão da Copa América

Este post começa com uma pergunta: seria possível um computador ser colocado no interior de uma televisão, ou poderia ocorrer o processo inverso? Logicamente, no contexto físico, seria impossível abrir uma televisão para inserir um monitor, um CPU e outros hardwares presentes nesta máquina. Porém, dos pontos de vista tecnológico e midiático, a junção daqueles dois componentes é possível e se tornou uma ferramenta importante nestes primeiros anos do Século XXI.
Uma das grandes vantagens da convergência de mídias é a possibilidade de interrelacionar vários contextos e provocar uma maior interação entre eles. Como exemplo, Pierre Lévy (1999), citado por Eduardo Campos Pellanda no artigo Convergência de mídias potencializada pela mobilidade e um novo processo de pensamento (2003, p. 02), relaciona e diferencia os contextos midiáticos e orais, em relação a participação dos receptores e ao alcance de sua mensagem:

"A principal diferença entre o contexto midiático e o contexto oral é que os telespectadores, quando estão implicados emocionalmente na esfera do espetáculo, nunca podem estar implicados praticamente. Por construção, no plano de existência midiática, jamais são atores. A verdadeira ruptura com a pragmática da comunicação instaurada pela escrita não pode estar em cena com o rádio ou a televisão, já que estes instrumentos de difusão em massa não permitem nem uma verdadeira reciprocidade nem interações transversais entre participantes. O contexto global instaurado pelas mídias, em vez de emergir das interações vivas de uma ou mais comunidades, fica fora do alcance daqueles que dele consomem apenas a recepção passiva, isolada.”

A convergência de mídias, assim, pode contribuir para que o contexto oral possa se aproximar do midiático no que diz respeito ao espírito colaborativo que pode ser aflorado nos telespectadores, principalmente nestes últimos anos com a relativa popularização das mídias sociais e do acesso da grande parte da população à Internet.

Um exemplo bem sucedido desta convergência acontece desde a última quarta-feira, dia 06 de julho, quando o portal GloboEsporte.com começou a fazer a transmissão da Copa América pelo site de maneira mais irreverente e dinâmica, sem deixar de transmitir informações releveantes sobre as partidas e as seleções e utilizando-se das mídias sociais para atrair o público. Segundo matéria publicada no próprio portal, a equipe de jornalistas do site, que participam destas transmissões, é formada por José Ilan, Marcelo Russio, Cássio Barco, Zé Gonzalez e Cintia Barlem.

Porém, não é só este elenco que compõe os comentários e as análises das partidas, e é neste ponto que a convergência de mídias se faz presente: os apresentadores do Globo Esporte São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, Tiago Leifert e Alex Escobar, além do humorista Felipe Neto, também se fazem presente em alguns jogos, com seus comentários e intervenções irreverentes, mostrando uma interação constante entre profissionais e programas de televisão e quadros especialmente feitos para a Internet, que se avolumou nos últimos anos.

Portanto, a convergência de mídias é um processo que já se tornou realidade e que necessita do trabalho eficiente dos comunicólogos para se concretizar, seja num ambiente de redação jornalística, seja numa empresa ou numa instituição pública ou privada. Para encerrar este post, a seguir está o vídeo de uma entrevista do autor do livro A Biblia do Marketing Digital, o consultor e palestrante Claudio Torres, ao jornalista Heródoto Barbeiro, no programa Mundo Corporativo da CBN, falando um pouco sobre convergência no modo de atendimento ao cliente, que pode ser comparado, metaforicamente, ao "atendimento jornalístico" dado ao público que quer ser bem informado e participar da construção da notícia.

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